Liga dos Campeões 1983 Hamburgo

Copa dos Campeões 1982-1983: Hamburgo



O Hamburgo de 1983 muitas vezes foi desprezado aqui no Brasil, por pessoas que desconhecem a brilhante história deste esquadrão, que entre o fim da década de 70 e o começo da de 80, tomou o trono do poderoso Bayern de Munique na Alemanha e chegou ao ponto mais alto da Europa, derrotando um fortíssimo time da Juventus na final da Liga dos Campeões em 1983.

A Copa do Mundo de 1982 foi conquistada por uma seleção italiana que contava com uma defesa muito forte, contando com nomes como Gentile, Scirea e Cabrini, além do veterano goleiro Dino Zoff. O grande destaque do torneio, no entanto, foi o atacante Paolo Rossi, que marcou seis gols, incluindo um na final. As outras estrelas desta Copa do Mundo foram Zbigniew Boniek da Polônia e Michel Platini da França, os responsáveis por colocar Polônia e França nas semi-finais.


No início da temporada 1982/83, todas estas estrelas da Copa do Mundo jogavam juntas em uma equipe: a Juventus. No entanto, a Juve, apesar de todo o seu dinheiro e glamour, nunca havia sido campeã da Europa e entrava com muita gana na temporada de 1982/83 para conquistar o título. A Liga dos Campeões era dominada por clubes ingleses, que haviam vencido as seis competições anteriores da competição. E era o clube de Turim, o principal candidato a acabar com esta hegemonia.


O atual campeão Aston Villa começou a Liga dos Campeões de 1982/83 jogando em um vazio Villa Park, após receber uma punição da UEFA pelo mau comportamento de seus torcedores na semi-final de Bruxelas, na edição anterior. Mesmo sem o apoio do seu torcedor, o Villa não teve problemas para eliminar o Besikitas. Assim como o Liverpool teve pouca dificuldade para eliminar a equipe irlandesa do Dundalk e a Juventus, para deixar para trás o Hvidovre, da Dinamarca. No grande choque entre dois ex-campeões europeus, o Celtic levou a melhor sobre o Ajax, de Johan Cruyff. No confronto entre Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental, o Hamburgo levou a melhor sobre o Dynamo Berlim, com uma vitória por 2 a 0 em casa, e empate em 1 a 1 fora. A zebra da primeira fase ficou por conta do CSKA Sofia, que eliminou o Monaco.


As oitavas de final não reservaram maiores surpresas, com o Hamburgo eliminando o Olympiacos. O sorteio das quartas de final no entanto, acabou colocando frente-a-frente o atual campeão Aston Villa,contra a grande favorita Juventus. Os Italianos levaram a melhor, com uma vitória por 5 a 2 no agregado.


Já a fase de quartas-de-final, reservou uma grande surpresa: os poloneses do Widzew Lodz eliminaram de maneira inesperada o Liverpool, da Inglaterra. Nos outros dois confrontos, a Real Sociedad da Espanha bateu o Sporting Lisboa de Portugal, e o Hamburgo continuou sua campanha na competição, após conseguir uma impressionante vitória por 3 a 0 contra o Dínamo de Kiev, graças a um hat-trick do grande dinamarquês Lars Bastrup na ida. Nem a derrota para os Soviéticos na volta, foi suficiente para tirar os alemães do torneio.

As semifinais marcaram o retorno de Boniek à sua terra natal, para enfrentar o seu ex-clube, o Widzew Lodz, agora com a camisa da Juventus. O time do Leste Europeu complicou muito a vida da Juve, que após vencer em casa por 2 X 0, suou para conseguir um empate em 2 a 2, e a consequente classificação para a final, jogando na Polônia.

Já o Hamburgo, eliminou a Real Sociedad nesta etapa. Seu maior desafio, porém, chegaria agora já na final: encarar a poderosa Juventus. Sim, o Hamburgo não tinha muito o que temer: era um verdadeiro timaço.

Comandada pelo mestre Ernst Happel, a equipe contava no gol com a muralha Uli Stein, no meio-campo com o genial Felix Magath e na frente com o centroavante Horst Hrubesch, o autor dos gols da seleção alemã na final da Euro 1980.

A decisão, no estádio Olímpico de Atenas, na Grécia, colocou frente a frente os dois melhores times da Europa. Era o pragmatismo alemão do Hamburgo, campeão nacional e perto do bi naquela temporada, contra a constelação de craques da Juventus. A Juve, era a favorita e lotou o estádio, que recebeu cerca de 75 mil pessoas.

Entretanto, o que se viu em campo foi um verdadeiro show do Hamburgo. O time deu um baile na Juventus, perdeu muitos gols, mas saiu de campo com a vitória: Felix Magath marcou aos 9 minutos, dando ao time do Norte da Alemanha a maior glória de sua história, o título de campeão Europeu.

Depois daquele título do Hamburgo, apenas uma equipe alemã que não o Bayern de Munique seria campeã da UEFA Champions League: o Borussia Dortmund, em 1997, coincidentemente também em uma final contra a Juventus.



Curiosidade:


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Paolo Rossi terminou como artilheiro desta edição, com seis gols.

Ficha Técnica 

Final - Copa dos Campeões 1982-1983: Hamburgo 1 X 0 Juventus

Escalações:

Hamburgo: Stein, Kaltz,Wehmeyer, Jakobs, Hieronymus, Rolff, Milewski, Groh, Hrubesch, Magath, Lars Bastrup (Van Heesen).
Juventus: Zoff, Gentile, Cabrini, Bonini, Brio, Scirea, Bettega, Tardelli, Rossi (Marocchino), Platini, Boniek.
Gol:  Félix Magath.
Árbitro: Nicolae Rainea (Romênia).

Vídeo da Final: