Copa dos Campeões 1973-1974: Bayern de Munique bate o Atlético na final e é Campeão




O Ajax parecia ter Condições de igualar o feito do Real Madrid e ser Pentacampeão Consecutivo da Liga dos Campeões. Mas o verão Europeu de 1973 viu Johan Cruyff, o jogador mais importante do time, ir junto com o técnico Rinus Michels para o Barcelona, ​​e começar a ruptura e queda de um dos maiores times que o mundo já viu. O impacto sobre os resultados europeus do Ajax foi imediato. O time Holandês não foi páreo para o CSKA Sofia logo na sua fase de estréia na Copa dos Campeões, e deu adeus ao sonho do Tetra da Copa dos Campeões.


Dez anos antes, o Bayern de Munique estava definhando na segunda divisão da Alemanha Ocidental. Mas, em um dos episódios mais legais da história do Futebol, o técnico Tschik Cajkovski reconheceu o potencial dos jovens jogadores, como Franz Beckenbauer, Sepp Maier e Gerd Muller, e aliou eles à nomes como Paul Breitner, Georg Schwarzenbeck e Uli Hoeness. Estava formada a base, que escreveria uma nova História no Futebol Mundial. Este time levou o Bayern à uma Série de Títulos consecutivos na Alemanha, e posteriormente ao Tricampeonato Consecutivo da Copa dos Campeões.

Um diferencial desta equipe é que o time tinha vários jogadores de alta qualidade vindos das categorias de base, como Beckenbauer, Sepp Maier e Gerd Müller, semelhante ao Celtic dos anos 60. Clubes, que para montarem grandes esquadrões, não precisaram sair pelo mundo gastando e contratando. O Bayern não era até então considerado um grande clube do futebol alemão, e tinha apenas dois títulos nacionais: um conquistado em 1931/1932 e outro em 1968/1969.

Mas esta história começou a mudar na temporada de 1971/1972. O time ganhou a sua terceira Bundesliga nesta época, aplicando inclusive um sonoro 11 a 1 sobre o Borussia Dortmund, e com uma campanha irrepreensível. Também em 1972 o Clube "ganhou" o Estádio Olímpico de Munique. Esta nova casa mudaria os rumos da história do Clube, e nela, viriam as primeiras grandes glórias da equipe. Futuramente, o time passaria a mandar seus jogos na Allian Arena, já na metade da primeira década do século XXI, onde daria sequencia aos títulos e as façanhas.






A Liga dos Campeões da temporada 1972/73 não foi das mais felizes para o Bayern: o Gigante da Baviera encontrou outro gigante pelo caminho nas quartas de final: o Ajax de Cruyff, Neeskens, Rep, Krol e Haan. O Bayern levou 4 X 0 em Amsterdã, e na volta, venceu por 2 a 1, o que não evitou a eliminação para aquele Ajax, que na sequência daquela competição se consagraria tricampeão europeu. Esta eliminação, no entanto, serviu de aprendizado, e como o time se sagrou bicampeão consecutivo da Bundesliga nesta mesma temporada 1972/1973, com goleadas avassaladoras como o histórico 7 X 2 no Hannover, o 6 X 0 no Kaiserslautern e o 5 X 0 no Schalke 04, em mais uma campanha sensacional, se classificou para a Liga dos Campeões 1973/74. 

O primeiro Título europeu do Bayern veio justamente na Temporada 1973/74. Na primeira fase, a equipe eliminou o Atvidaberg, da Suécia. Esta Liga dos Campeões foi dominada pelas equipes da Cortina de Ferro. O forte time Húngaro do Ujpest Dozsa, por exemplo, e várias equipes de Países Comunistas, apareceriam no caminho do Bayern.

Na etapa seguinte, o adversário do Bayern de Munique foi o Dinamo Dresden, da Alemanha Oriental que havia eliminado a Juventus anteriormente. O Bayern jogou o primeiro jogo em casa, e foi para o intervalo perdendo por 3 X 2. No segundo tempo, gols de Roth e Muller deram a virada para o Gigante da Baviera. Na partida de volta, o Bayern chegou a abrir 2 X 0, mas três gols do Dresden deram o empate no agregado, e a vantagem no Saldo qualificado aos Alemães orientais. Um gol milagroso de Gerd Muller deu o empate ao Bayern, e a vantagem de 7 X 6 no agregado, além da consequente vaga para a próxima fase.

O adversário seguinte do Bayern foi o CSKA, que havia eliminado o Ajax. No entanto, a Zebra não se repetiu: o Bayern bateu os Búlgaros por 4 X 1  em Munique, e a derrota por 2 X 1 na Búlgaria, não foi o suficiente para impedir o avanço do Gigante da Baviera para as semi-finais, onde encararia o perigoso Ujpest Dozsa, que havia eliminado o não menos forte Spartak Trnava, nas quartas de final.

Com um empate em 1 ´x 1 na Hungria e uma vitória tranquila por 3 X 0 em Munique, o Bayern alcançou a sua primeira final na História da Copa dos Campeões. O adversário seria o Atlético de Madrid.

Os Colchoneros estrearam na Copa dos Campeões 1973/74, eliminando o Galatasaray. Após um 0 X 0 em Madrid, Ignacio Salcedo marcou o gol da vitória e da classificação do Atlético em Istambul. O time foi na fase seguinte à Romênia, e venceu o Dinamo Bucaresti por 2 x 0, com gols de Heraldo Becerra e Eusebio Bejarano. Na volta, no Vicente Calderón, um empate em 2 x 2, com Ruben Ayala e Jose Luis Capon fazendo os tentos Colchoneros.

Nas quartas de final, mais uma vitória fora salvou o Atlético de Madrid. O time fez 2 X 0, com gols de Luis Aragones e Jose Eulogio Garate, no Estrela Vermelha da Iugoslávia, em Belgrado, e com um empate sem gols no Vicente Calderón alcançou as semi-finais. Os Colchoneros encarariam o Celtic, que havia passado após dois duelos muito disputados, pelo Basel da Suíça nas quartas de final.

O Atlético foi ao Celtic Park disposto à pelo menos empatar. O jogo foi muito tenso, e terminou sem gols, mas com quebra-quebra após a bola parar de rolar. O Resultado foi bom para os Colchoneros, no entanto, que com gols de Garate e Adelardo, venceram na Espanha e alcançaram a sua primeira final de Copa dos Campeões da História.


Bayern de Munique e Atlético de Madrid se enfrentaram no Heysel Stadium, em Bruxelas. A Final deveria ser decidida em um jogo só, que foi marcado por muita tensão e nervosismo. O jogo terminou com um 0 x 0 no tempo normal, e foi para a prorrogação.


Após algumas chances do Bayern de Munique, o Atlético de Madrid foi quem saiu na frente: Luis Aragonés marcou o gol que parecia dar a mais importante Taça da Europa para os Colchoneros. No entanto, faltando alguns segundos para o Fim da partida, Georg Schwarzenbeck, igualou tudo de maneira dramática para o Bayern de Munique.

Como não havia disputada de pênaltis na época, teríamos um jogo extra para definir o Campeão Europeu de 1974. Dois dias depois, as equipas voltaram para o mesmo estádio, para a decisão. O Atlético estava sem seu meio-campista Irureta e parecia mais desgastado que o time do Bayern de Munique, muito bem preparado fisicamente. Além de tudo, os Bávaros souberam controlar melhor o jogo. Beckenbauer deu um show, sendo um verdadeiro maestro, e comandando o banho, físico e técnico do Gigante da Baviera. O Bayern aplicou uma goleada de 4 a 0, contando com dois gols de Gerd Müller (aos 58 e aos 71 minutos) e dois de Hoeneß (aos 29 e aos 83 minutos). Era a primeira vez que um time alemão conquistava a taça da Copa dos Campeões, que seria levantada pelo Capitão Franz Beckenbauer.

Neste mesmo ano, a seleção Alemã, com vários jogadores do Bayern de Munique, como Beckenbauer, Maier, Schwarzenbeck, Breitner, Hoeness e Muller se sagrou Campeã da Copa do Mundo de 1974. Era o Começo de um Time que marcaria na História da Copa dos Campeões, e de todo o Futebol Mundial.

Uma Curiosidade, é que alguns meses depois, o craque deste Atlético de Madrid, Luis Aragonés, assumiu o comando Técnico da equipe.



Vídeo da Final:








Ficha Técnica:



Final - Copa dos Campeões 1973-1974 - Bayern de Munique 1×1 Atlético de Madrid (primeiro Jogo)



Local: Heysel, Bruxelas
Árbitro: Vital Loraux (Bélgica)

Gols: Aragones 109 ( Atlético de Madrid ); Schwarzenbeck 119 (Bayern)



Bayern de Munique 4×0 Atlético de Madrid (partida de desempate)



Local: Heysel, Bruxelas

Árbitro: Alfred Delcourt (Bélgica)

Gols: Hoeneß 28' e aos 83' ; Müller aos 58' e aos 71'.