Grandes Times: o Manchester United de 1964-1969



Desde o desastre aéreo de Munique em 1958, o Manchester United foi reconstruindo lentamente seu time, para tentar levantar o Caneco da Copa dos Campeões, algo que provavelmente teria acontecido antes de 1968, não fosse aquela fatídica noite gelada alemã. Matt Busby foi novamente montando um forte esquadrão, que começou a retomada dos Títulos com a conquista de FA Cup, em 1963. Em 1965, o time voltou a ser campeão Inglês. Algo que se repetiria na temporada seguinte. O título Inglês da Temporada 1966/67, depois da ausência de títulos domésticos na temporada 1965/66, deu aos Red Devils uma vaga na Copa dos Campeões 1967/68, onde a equipe entraria para a história.

O futebol inglês estava Triste na segunda metade da década de 60. Tudo porque seus rivais históricos, os escoceses, haviam conquistado com o Celtic a Liga dos Campeões da UEFA de 1967, se tornando o primeiro time do Reino Unido a subir ao lugar mais alto, onde um clube de Futebol do Velho continente pode chegar. Este Manchester United, no entanto, devolveria um pouco da honra aos inventores do Futebol.

O Manchester United já havia feito uma grande Liga dos Campeões em 1965/66. Os Red Devils simplesmente humilharam o Benfica nas quartas de final, vencendo por 3 a 2 as águias em Old Trafford, e fazendo 5 a 1 em Lisboa, com uma partida antológica de George Best. Mas o time acabou tropeçando no Partizan Belgrado nas semi-finais, e ficou de fora da decisão, que seria vencida pelo Real Madrid.

Em 1967-1968, se sabia que talvez fosse a última oportunidade de aquele time do Manchester United ser Campeão Europeu. Alguns dos sobreviventes do desastre de Munique, como Busby, Charlton e Foulkes estavam em final de carreira. No entanto, a equipe tinha jogadores mais jovens, como Law e George Best,que davam vigor ao time. Era agora ou nunca.

A Liga dos Campeões teve uma novidade no seu regulamento para a temporada 1967-1968: a introdução do saldo qualificado. Em caso de um confronto em dois jogos terminar empatado, a equipe que tivesse mais gols marcados fora de casa avançaria para a próxima fase. O Manchester estreou contra o Hibernians,  de Malta, com uma goleada em casa por 4 a 0: Sadler marcou dois gols e Law outros dois. Na volta, um empate sem gols garantiu os Red Devils nas oitavas de final. Esta fase marcaria o reencontro do United com o Fantasma iugoslavo: o time teria de encarar o Sarajevo. Com um empate sem gols nos Balcãs e uma vitória muito dura em Manchester por 2 a 1, com gols de Aston e Best, o fantasma foi espantado, e veio a vaga nas quartas. Nesta etapa, um outro rival forte estava no caminho: o Górnik Zabrze, da Polônia. Florenksi (contra) e Kidd marcaram os gols da vitória do United no primeiro jogo, e mesmo com um insucesso pelo placar mínimo na volta, os Red Devils alcançaram as semifinais.

O rival da semifinal seria nada mais, nada menos, do que o Hexacampeão Europeu Real Madrid. Com um gol de George Best, o Manchester United venceu os merengues por 1 a 0 em casa. Na volta, na capital espanhola, o United chegou a estar perdendo por 2 a 0, depois por 3 a 1.  Mas conseguiu ao empate em 3 a 3, e foi para a final. O adversário lá, seria o Benfica.


 


A final da Liga dos Campeões de 1968 foi disputada no estádio Wembley, que recebeu um público de mais de 90 mil pessoas. Poucos jogadores que já pisaram em um campo de futebol eram tão bons quanto George Best foi. Sabendo da qualidade dele, o técnico Otto Glória do Benfica, colocou uma marcação especial nele nesta final.


O jogo foi disputado. Bobby Charlton abriu o placar para os Red Devils. Graça empatou para os Portugueses. O jogo foi para a prorrogação. Nela, Charlton marcou mais uma vez, e com mais um gol de Best e um de Kidd, o Manchester United consolidou o 4x1, e ficou com a taça de campeão da Europa.




Ficha Técnica:



Final - Copa dos Campeões 1967-1968: Manchester United 4 X 1 Benfica



Escalações:


Benfica vs Man Utd 1968-05-29.svg

Manchester United: Stepney, Brennan, Foulkes, Crerand, Dunne, Charlton, Stiles, Best, Kidd, Sadler, Aston.

Benfica: Henrique, Adolfo, Humberto, Jacinto, Cruz, Graça, Coluna, José Augusto, Torres, Eusébio, Simões.

Gols: Charlton 2x, Best, Kidd  (Manchester United); Graça (Benfica).

Local: Londres, Inglaterra.