O Liverpool não era de fato um dos favoritos no começo da competição. Os Reds entraram na competição ainda na terceira pré-eliminatória, e acabou derrotada, em Anfield Road, pelo modesto Grazer, embora tenha conseguido reverter a situação desfavorável na Grécia. A participação na fase de grupos também não foi das melhores. Com um empate, duas derrotas e três vitórias, a vaga só veio na última rodada, após o triunfo contra o Olimpiacos.
Nas oitavas de final, o Liverpool eliminou o Bayer Leverkusen com duas vitórias por 3x1, se classificando para as quartas-de-final, onde reencontrou a Juventus, quase 20 anos depois da tragédia de Heysel, que no dia 29 de Maio de 1985, vitimou 39 pessoas antes da decisão da decisão da Copa dos Campeões entre as duas equipes, vencida pela Juventus por 1x0.
O Liverpool fez valer o fator Anfield e venceu a Juventus por 2x1 na Inglaterra, segurando os italianos em Turim. Na semifinal, novamente o Anfield foi decisivo para os Reds, já que graças ao gol Luis García venceram o Chelsea em casa por 1x0, também segurando os Blues em Londres, para alcançar a grande decisão.
No outro lado, o Milan, de Dida, Cafu, Nesta, Maldini, Pirlo, Seedorf, Kaká, Crespo e Shevchenko, teve um caminho mais tranquilo. Passou sem sustos pela fase de grupos, eliminou o Manchester United nas oitavas, a Internazionale nas quartas, e o PSV Eindhoven nas semifinais. Chegava à mais uma decisão de Champions, apenas dois anos depois de ter conquistado o hexacampeonato europeu.
A decisão aconteceu em Istambul. Quando Maldini inaugurou o marcador, estavam apenas decorridos 52 segundos. E para muitos o Milan praticamente garantiu a sua vitória ao fazer 3 a 0 no primeiro tempo. Mas no segundo tempo, o Liverpool conseguiu empatar em apenas 15 minutos com uma atuação espetacular de Steven Gerrard, levando o jogo para a prorrogação e posteriormente para os pênaltis.
A raça do Liverpool para segurar o empate no decorrer da partida foi comovedora. Mais cansado pelo esforço para buscar a igualdade, os Reds tiveram com em Carragher um leão na zaga. O zagueiro fez de tudo para proteger a sua meta, e saiu de campos com cãibras. O iluminado goleiro Jerzy Dudek parou uma cabeçada de Shevchenko já no final da prorrogação, que para muitos, foi uma das maiores defesas de todos os tempos
Nas penalidades, a estrela do goleirão Jerzy Dudek brilhou pela segunda vez naquela noite. Ele defendeu três cobranças do Rossonero, dando aos Reds o seu quinto título europeu da História.
Melhores momentos
Ficha Técnica:
Ficha Técnica:
Final da Liga dos Campeões 2004-2005 - Liverpool 3 (3) x (2) 3 Milan - O Milagre de Istambul
Escalações:
Milan: Dida, Cafu, Stam, Nesta, Maldini, Seedorf (Serginho), Gattuso (Rui Costa), Pirlo, Kaká, Crespo (Tomasson), Shevchenko. Técnico: Carlo Ancelotti
Gols: Crespo duas vezes e Maldini para o Milan; Gerrard, Smicer e Xabi Alonso para o Liverpool.
Árbitro: Manuel Mejuto González (ESP)
Local: Estádio Olímpico Atatürk, Istambul
Quem perdeu os pênaltis para o Milan: Serginho, Pirlo e Shevchenko
Artilheiro desta edição da Champions: Ruud Van Nilsterloy (Manchester United) - 8 gols