Tivemos, entre os dias 15 de junho e 6 de julho, a disputa da UEFA Womens Euro 2017, a Eurocopa de futebol feminino. Ao todo, 16 seleções disputaram a competição, que foi a mais cheia da história até aqui. A Holanda sediou a competição, e terminou como a campeã, surpreendendo o mundo, já que não era a favorita.
Vale a pena ressaltar, o grande nível técnico do torneio. Aliás, muito se fala sobre o nível do futebol feminino, o julgando mais fraco, o que é um conceito mentiroso e preconceituoso. Acompanhando jogos da elite do futebol europeu, e em outros continentes, entre clubes e seleções, se detecta um grande nível técnico, tático, e até mesmo de intensidade entre equipes profissionais, seja clubes ou seleções, idêntico ao masculino. O único problema, é que muitas equipes femininas ainda convivem com o amadorismo, o que as impossibilita de estabelecer um nível de jogo grande. Só com o aumento do profissionalismo, o nível do futebol feminino melhorará de fato, em quantidade.
Vale a pena ressaltar, o grande nível técnico do torneio. Aliás, muito se fala sobre o nível do futebol feminino, o julgando mais fraco, o que é um conceito mentiroso e preconceituoso. Acompanhando jogos da elite do futebol europeu, e em outros continentes, entre clubes e seleções, se detecta um grande nível técnico, tático, e até mesmo de intensidade entre equipes profissionais, seja clubes ou seleções, idêntico ao masculino. O único problema, é que muitas equipes femininas ainda convivem com o amadorismo, o que as impossibilita de estabelecer um nível de jogo grande. Só com o aumento do profissionalismo, o nível do futebol feminino melhorará de fato, em quantidade.
A campeã surpreendente
A Holanda é a campeã da Eurocopa feminina de futebol de 2017. O país sediava a competição, e com uma campanha espetacular, surpreendeu o planeta bola, e ficou com a taça. As holandesas terminaram na liderança do Grupo A, e passaram por Suécia e Inglaterra, antes de bater a Dinamarca, na grande decisão por 4 a 2, mostrando muita força. Midema (2x), Martens e Spitse, fizeram os gols da grande decisão.
A Holanda, sem muitas estrelas e favoritismo, surpreendeu o mundo, mesmo com a pressão de jogar em casa. As semifinais da Euro de 2009 pareciam um ponto fora da curva após a decepcionante campanha na Copa do Mundo de 2015, mas acaba com uma grande conquista, orquestrada especialmente pelo talento das suas atacantes Midema e Martens, as mais conhecidas do elenco, além de coadjuvantes como Van de Sanden, Groenen e Spitse. O primeiro título europeu feminino da Holanda, pôs fim à hegemonia da Alemanha, detentora de oito títulos, cinco conquistados consecutivamente entre 1997 e 2013.
Uma vice-campeã de força
A Dinamarca passou pela fase de grupos em segundo lugar no grupo A, deixando Noruega e Bélgica para trás. Nas quartas-de-final, eliminou a poderosa Alemanha, vencendo por 2 a 1, e na semifinal, deixou para trás a surpreendente Áustria, nas penalidades, após um empate sem gols no tempo normal e na prorrogação. Na final, acabou derrotada pela Holanda, mas terminou a competição com um histórico e inesperado vice-campeonato, mostrando ao mundo o talento da lateral-direita Nielsen, e especialmente das atacantes Harder e Nadim.
Áustria e Inglaterra: semifinalistas com sensações opostas
Os gols de Jodie Taylor para a Inglaterra, e de Burguer para a Áustria, não foram suficientes para levar seus países à final da Euro. Contudo, inglesas e austríacas saíram da competição, com sensações bem diferentes. Enquanto a Inglaterra viu as demais favoritas (Alemanha e França) caírem nas quartas-de-final, acabou ficando no meio do caminho na etapa seguinte, e sem a taça. Já a Áustria não era cotada nem para passar de fase no Grupo C, mas avançou em primeiro, na frente da favorita França, e eliminou o forte time da Espanha nas quartas-de-final, só caindo nas penalidades, nas semifinais, diante da Dinamarca
Alemanha e França: favoritas tombadas
Na fase de grupos, a Alemanha já havia demonstrado dificuldades na circuitação de passes no terço final do campo, dependendo em demasia da meia-central Marosznan para gerir melhor a posse do esférico. Pois o selecionado germânico acabou sendo derrotado pelo time dinamarquês por 2 a 1, de virada, nas quartas-de-final, dando adeus à Euro de maneira precoce, e pondo fim em uma hegemonia que durava décadas.
Cotada como principal rival da Alemanha pela taça, a França nunca se encontrou nesta Euro. A vaga nas quartas-de-final veio com sacrifícios, com a segunda colocação do grupo C, que ainda tinha as presenças de Suíça, Áustria e Islândia, e era considerado o mais fraco da competição. Nunca o selecionado gaulês mostrou capacidade coletiva de gerar futebol e golem e a derrota para a Inglaterra, era até esperada.
As demais seleções
A Espanha também caiu nas quartas, perdendo nos pênaltis para a Áustria, após empate no tempo normal ena prorrogação. O time espanhol ficou abaixo das expectativas, sobretudo no que diz respeito à produção ofensiva. A outra seleção eliminada nas quartas, foi a Suécia, que renovando seu elenco, não foi páreo para a Holanda.
Das seleções eliminadas na fase de grupos, dá para apontar a eliminação da Noruega, da craque Ada Hegerbeg, como uma enorme surpresa. Portugal, estreante em euros, superou expectativas inclusive derrotando a Escócia por 2 a 1. As seleções da Bélgica e da Rússia superaram levemente as expectativas geradas sobre elas, enquanto Itália, Suíça, Islândia e Escócia, apenas cumpriram o que prometiam.
A seleção da competição:
A holandesa Lieke Martens foi eleita a melhor jogadora da competição, já a artilharia foi a inglesa Jodie Taylor, com cinco gols. A seleção da competição, montada por nós, tem a seguinte escalação:
Goleira:
Sari van Veenendaal (Holanda)
Em uma seleção holandesa que dominou a Euro do começo ao fim, quando a meta esteve ameaçada, Sari van Veenendaal foi a segurança, respondendo bem, em todas as vezes em que lhe eram exigidas boas defesas, como foi contra a Inglaterra, nas semifinais, por exemplo.
Defensoras:
Teresa Nielsen (Dinamarca)
Lateral-direita do Manchester City, Lucy Bronze foi fundamental para a Inglaterra na Euro. Muito forte no jogo ofensivo, roubou a bola que resultou no segundo gol inglês contra a França, e fez uma boa fase de grupos. Na zaga, as escolhidas são Stefanie Houghton, capitã da seleção inglesa, e a austríaca Carina Wenninger. A lateral-esquerda é a dinamarquesa Katrine Veje. Destaque ainda para Teresa Nielsen, que apesar de ser a lateral direita, foi a principal peça ofensiva da Dinamarca, ao ado da própria Veje, já que as duas viravam alas quando o selecionado nórdico variava do 4-4-2 para o 3-5-2.
Meiocampistas:
Jackie Groenen (Holanda)
Sherida Spitse (Holanda)
Dzensfer Marosznan (Alemanha)
A mediapunta alemã Dzensfer Marosznan foi a grande jogadora da fase de grupos da Euro. Após a eliminação da Alemanha, perdeu espaço. Já Spitse e Groenen foram as grandes armas de domínio da Holanda no meio-campo, que controlou as partidas diversas vezes no decorrer da competição.
Atacantes:
Lieke Martens (Holanda)
Pernille Harder (Dinamarca)
Jodie Taylor (Inglaterra)
Mertens foi o diferencial da Holanda em diversos jogos desta Euro, papel que na Dinamarca, coube à Harder. A velocidade de Jodie Taylor gerou vários gols para a Inglaterra, que a levaram a ser a artilheira da competição. Menção honrosa, para a artilheira holandesa Midema, de gols muito importantes, especialmente na reta final.