Campeã do Mundo em 2010, a Espanha foi eliminada na fase de grupos da Copa jogada em 2014 no Brasil. Antes, havia conquistado a Euro, em 2008 e 2012. Na Euro 2016, quando defendia seu título pela segunda vez consecutiva, a seleção treinada por Vicente del Bosque foi claramente superada, e eliminada, pela Itália do treinador Antonio Conte. Esta eliminação, e o natural fim do ciclo de diversas peças, colocou fim à Era Vicente del Bosque na Fúria. O comandante, campeão da Copa do Mundo e da Euro de 2012, sucedeu Luis Aragonés, comandante espanhol na conquista da Euro de 2008, e cumpriu bem a sua missão de manter o selecionado hispânico em alto nível por anos, mas todas as idéias e ciclos, uma hora acabam esgotados.

Assim, ainda em 2016, del Bosque deu lugar a Julien Lopetegui no comando da seleção espanhola de futebol masculino. Um comandante bem mais jovem, e com ideias diferentes com relação aos seus antecessores, ele deu vida nova à Fúria, e comandou uma campanha excelente nas Eliminatórias para a Copa do Mundo 2018. No grupo G, a Espanha meteu diversas goleadas, e venceu todos os seus jogos, exceção feita ao empate com a Itália em Turim, em outubro de 2016. A campanha teve, inclusive, uma goleada por 3 a 0 sobre os italianos, em Madri, com bom futebol e dois gols de Isco (cada vez mais um dos melhores futebolistas do planeta), e um de Morata. A vaga no Mundial a ser disputado na Rússia, foi algo protocolar, mas a Copa em si, irá impor diversos desafios aos espanhóis.





Lopetegui tem reimplementado elementos do jogo de posição, em um time que segue possessivo, mas apresenta problemas em sua transição defensiva. A saída de bola da Espanha, se dá com zagueiros e meias próximos, gerando linhas de passe, e os laterais indo ao campo ofensivo. A construção de jogadas se dá a partir de um toque de bola apoiado, com amplitude, e concentração de jogadores no setor da bola. O extremo do lado contrário da jogada geralmente fecha para o meio, e o lateral avança. Assim, o time fica muito compactado, e precisa de concentração no gesto técnico, pois um erro, com a defesa alta, vai dar campo aberto ao rival. O pressing não é muito físico, por conta das características dos jogadores, e os meias também precisam dar maior profundidade ao jogo.

No gol espanhol, De Gea ganhou a posição de Casillas em definitivo e por merecimento, e deverá seguir ali por muitos anos. Na defesa, Carvajal, Piqué, Sergio Ramos e Jordi Alba, devem formar a base titular. Busquets, Thiago e Iniesta formam o miolo do meio-campo, com Isco e Silva pelas beiradas. Na frente, Diego Costa e Morata disputam a posição de titular, embora Asensio, Koke, Saúl, Fábregas e Vitolo, também venham ganhando espaço, assim como alguns garotos do time Sub-21 de 2017, vice-campeão europeu. Um time, basicamente formado por atletas de Real Madrid, Barcelona e Atlético, acrescido de jogadores que atuam na Premier League.

De modo geral, a Espanha possui talento suficiente para lutar por seu segundo título de Copa do Mundo na Rússia, e muito do desempenho da Fúria irá depender da evolução na mecânica de jogo a partir do modelo implantado por Lopetegui, que é interessante, mas precisa de ajustes para a execução na prática. A chave B da Copa é complicada, e a Espanha terá o Marrocos e as fortes defesas posicionais de Portugal e Irã para furar, não podendo vacilar muito, para não repetir mais uma eliminação ainda na fase de grupos de uma Copa.



Sistema tático: 4-5-1
Craque: David Silva (Manchester City)
A esperança: Isco (Real Madrid)
Treinador: Julen Lopetegui

Time-base: De Gea; Carvajal, Sergio Ramos, Piqué e Jordi Alba; Sergio Busquets, Koke, David Silva.



Lista de convocados para a Copa do Mundo 2018:



Goleiros: David De Gea (Manchester United, ING), Pepe Reina (Napoli, ITA) e Kepa Arrizabalaga (Athletic Bilbao).

Defensores: Dani Carvajal (Real Madrid), Álvaro Odriozola (Real Sociedad), Gerard Piqué (Barcelona), Sergio Ramos (Real Madrid), Nacho Fernández (Real Madrid), César Azpilicueta (Chelsea, ING), Jordi Alba (Barcelona) e Nacho Monreal (Arsenal, ING).

Meio-campistas: Sergio Busquets (Barcelona), Saúl Ñíguez (Atlético de Madrid), Koke (Atlético de Madrid), Thiago Alcântara (Bayern de Munique, ALE), Andrés Iniesta (Barcelona) e David Silva (Manchester City, ING).

Atacantes: Isco Alarcón (Real Madrid), Marco Asensio (Real Madrid), Lucas Vázquez (Real Madrid), Iago Aspas (Celta), Rodrigo Moreno (Valencia) e Diego Costa (Atlético de Madrid).



Imagem: Bleacher Report