Guia da Euro 2016: Islândia


Pelo contexto de anos atrás, seria quase impensável imaginar a presença da Islândia na fase final de uma Copa do Mundo. Dos países da Escandinávia, a nação de pouco mais de 300.000 habitantes, só se mostrava tecnicamente na frente da Grôelandia e das Ilhas Faroé, e bem atrás de Noruega, Suécia e Dinamarca. Mas, o trabalho feito neste Século XXI, mudou o futebol local para sempre.

O técnico sueco Lars Lagerbäck, de 67 anos, comandou a Suécia na inesquecível campanha da Copa do Mundo de 2002 (quando o time avançou de fase em um grupo que ainda tinha Inglaterra, Argentina e Nigéria), na Copa de 2006, e nas Euros de 2004 e 2008. Em 2010 também foi o responsável por comandar a Nigéria na Copa do Mundo, e pouco depois, em 2011, assumiu o comando da Islândia. Não demorou muito para fazer da boa safra de jogadores que o país formava, um excelente time, capaz de se armar bem num 4-4-2/4-2-3-1, e jogar bem no contra-ataque, forçando as transições rápidas, mas também com argumentos para criar com posse. Assim, quase levou a Islândia à Copa do Mundo de 2014, que aconteceu aqui no Brasil, quando os Escandinavos caíram apenas nos playoffs, diante da Croácia. Na sequência, a Islândia surpreendeu nas eliminatórias para a Euro, deixando a poderosa Holanda para trás, e se classificou para a Euro 2016, onde chegou nas quartas-de-final, eliminando a Inglaterra nas oitavas. E agora, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo 2018, o país, sob as ordens de Heimir Hallgrímsson, que trabalhava com Lars, não deu chances aos rivais, e estará na Rússia, disputando a Copa pela primeira vez na história.

Quanto aos valores individuais, o goleiro é Hannes Halldórsson, uma peça confiável. Kári Árnasson e Ragnar Sigurdsson formam o miolo de zaga, com Sverrir Ingi Ingasson, como alternativa. Na lateral direita, o titular é o veloz Birkir Már Saevarsson, e na esquerda, Hördur Magnússon, é quem joga. O excelente meia Gylfi Sigurdsson, do Everton, é a referência técnica hoje. Outro bom valor, é o winger Aron Gunnarsson, também conhecido do fã do futebol britânico. Birkir Bjarnason, é o outro dos extremos, e ambos são os maiores responsáveis pelas transições ofensivas.

Na frente, a Islândia precisa lidar com a ausência de Kolbeinn Sigthórsson, destaque na Euro, que sofreu uma contusão grave no joelho e passou a temporada inteira fora dos gramados. Assim, o titular deverá ser Alfred Finnbogason, jogador do Augsburg. Ao seu lado, deve estar Jón Bödvarsson, do Reading.

Espere na Copa, uma Islândia jogando um futebol legal, compactando bem em fase defensiva, com blocos variando de acordo com a linha da bola, apostando na velocidade para chegar ao gol, acelerando as jogadas a partir dos lados, para buscar o pivô e outros homens por cima, e ganhar a segunda bola. A linha de defesa marca cerca de 40 metros atrás da bola, e o time não executa o pressing, com o homem que perde a bola tentando atrapalhar o portador, e o restante do time voltando para trás.

O time tem potencial para avançar até as Oitavas, embora para isto deva ter um caminho complicado. De começo, o mata-mata é o limite desta equipe que já fez história. Mas quem dirá que a Islândia não é capaz de um algo mais?



Sistema Tático: 4-4-2

O craque: Gylfi Sigurdsson (Everton)

A esperança: Aaron Gunnarsson (Bristol)

Técnico: Lars Lagerbäck.



Time-base: Halldórsson, Saevarsson, Árnasson, Ragnar Sigurdsson, Magnússon; Jóhann Gudmundsson, Gunnarsson, Gilfy Sigurdsson, Bjarnason; Bödvarsson (Hallfredsson), Finnbogason.



Lista de Convocados para a Copa do Mundo 2018:



Goleiros: Hannes Halldórsson (Randers, DIN), Frederik Schram (Roskilde, DIN) e Rúnar Rúnarsson (Nordsjaelland, DIN).

Defensores: Ari Skúlason (Lokeren, BEL), Hördur Magnússon (Bristol City, ING), Hólmar Eyjólfsson (Levski Sofia, BUL), Kári Árnason (Aberdeen, ESC), Sverrir Ingason (Rostov, RUS), Ragnar Sigurdsson (Rostov, RUS), Samúel Fridjónsson (Valerenga, NOR) e Birkir Saevarsson (Valur, ISL).

Meio-campistas: Rúrik Gíslason (Sandhausen, ALE), Jóhann Gudmundsson (Burnley, ING), Arnór Traustason (Malmö, SUE), Aron Gunnarsson (Cardiff City, GAL), Ólafur Skúlason (Karabükspor, TUR), Gylfi Sigurdsson (Everton, ING), Emil Hallfredsson (Udinese, ITA) e Birkir Bjarnason (Aston Villa, ING).


Atacantes: Björn Sigurdarson (Rostov, RUS), Albert Gudmundsson (PSV, HOL), Alfred Finnbogason (Augsburg, ALE) e Jón Bödvarsson (Reading, ING).




Imagem: FIFA