O México é hoje um dos países mais assíduos em Copas do Mundo. De 1978 para cá, o selecionado azteca só não participou da Copa do Mundo de 1990, quando estava punido pela FIFA. Além disso, mesmo caindo em chaves complicadas, os mexicanos sempre avançam para as oitavas-de-final, desde 1994. Mas nunca chegam nas quartas, só tendo o feito em 1970 e 1986, quando sediaram a Copa. Fora do território mexicano, jamais houve este terceiro avanço. E é jogar um quinto jogo na Rússia, o grande objetivo deste México de Juan Carlos Osório.

A seleção mexicana não teve problemas em se classificar para a Copa do Mundo na zona da Concacaf, com o técnico Juan Carlos Osorio se atritando por momentos com a imprensa, como após o jogo contra o Chile, e a derrota por 7 a 1 na Copa América Centenário, ou a perda para a Alemanha por 4 a 1 na Copa das Confederações. De certo modo, o sistema de Osorio busca a evolução do selecionado azteca, e parece hoje competitivo dentro da zona da Concacaf, mas ainda precisa evoluir para competir em nível mundial. Há diversas peculiaridades no modo de jogar. Com Osório, não se deve falar em posição, mas em função, e nem em esquema, mas em mecânica. Quando o colombiano assumiu o comando técnico, quase sempre usava um 4-3-3, mas sempre tem alterado seus meios, com o objetivo fixo de evoluir.

Colocar Diego Reyes como mediocentro é algo pendente para o treinador colombiano. Não é assim coincidência que tenhamos visto Andrés Guardado mais estático na base da jogada, para corrigir os déficits da equipe em transição defensiva. Carlos Salcedo, apesar de ser o lateral-direito, é mais um zagueiro central. O atleta do Eintracht Frankfurt é peça-chave na funcionalização desse assimétrico sistema. Néstor Araujo deve ter ganho seu posto como titular pelo seu passe vertical na saída de bola, capaz de bater linhas de pressão com boa fluidez. Carlos Vela perdeu hype após ir para a MLS, dando para Hirving Lozano a condição de principal jogador mexicano da atualidade. Com Jesús Corona do outro lado, os dois poderiam variar no 4-3-3, 3-4-3 o 4-2-3-1, como o extremo que ataca o espaço na área pelo lado débil. Os dois são os mexicanos mais em forma, embora o goleiro Guillermo Ochoa, o meia Andrés Guardado, o defensor Héctor Moreno, o também meia Héctor Herrera, e o atacante Javier “Chicharito” Hernández, sejam na prática os mais experientes, com mais rodagem na Europa.

Espere na Copa do Mundo um México competitivo. Na fase de grupos, a Alemanha parece um rival bastante complicado, como o foi na Copa das Confederações, onde os germânicos nem sequer tinham força máxima, mas cada jogo é um jogo, vale lembrar. O time deve brigar com Suécia e Coréia do Sul por um lugar nas oitavas-de-final. Se não surpreender de um modo ou de outro, e passar em segundo, tem boas chances de encarar o Brasil, nas oitavas-de-final.



Sistema tático: 4-3-3

Craque: Chicharito Hernández (West Ham)

A esperança: Hirving “Chucky” Lozano (PSV Eindhoven)

Treinador: Juan Carlos Osorio



Time-base: Ochoa; Salcedo (Damm), Reyes, Ayala e Araújo; Herrera, Guardado, Gallardo; Carlos Corona, Lozano e Chicharito Hernández.




Lista de convocados para a Copa do Mundo 2018:



Goleiros: Guillermo Ochoa (Standard Liège, BEL), José de Jesús Corona (Cruz Azul) e Alfredo Talavera (Toluca).

Defesas: Carlos Salcedo (Eintracht Frankfurt, ALE), Diego Reyes (Porto, POR), Héctor Moreno (Real Sociedad, ESP), Hugo Ayala (Tigres), Edson Álvarez (América) e Miguel Layún (Sevilla) e Rafael Márquez (Atlas).

Meio-campistas: Jesús Gallardo (Pumas), Héctor Herrera (Porto, POR), Jonathan dos Santos (LA Galaxy, EUA), Andrés Guardado (Betis, ESP), Marco Fabián (Eintracht Frankfurt, ALE) e Giovanni dos Santos (LA Galaxy, EUA).

Atacantes: Javier Hernández (West Ham, ING), Raúl Jiménez (Benfica, POR), Oribe Peralta (América), Jesús Corona (Porto, POR), Carlos Vela (Los Angeles FC, EUA), Javier Aquino (Tigres) e Hirving Lozano (PSV, HOL).








Imagem: FIFA