Os Jogos
15/06 - 19 horas - Argentina x Bósnia - Rio de Janeiro
21/06 - 13 horas - Argentina x Irã - Belo Horizonte
25/06 - 13 horas - Nigéria x Argentina - Porto Alegre
Associação de Futebol da Argentina
Introdução:
Bem, se você ainda acha que a seleção Argentina é um time desequilibrado como nos tempos em que era comandada por Diego Maradona no Banco de reservas, e a sua defesa era uma peneira, tem que rever os seus conceitos. Os rumos da Albiceleste mudaram completamente, desde que no meio de 2011, Alejandro Sabella assumiu o comando técnico do time.
Campeão da Libertadores 2011, Sabella é um excelente armador de defesas. E foi por este setor do time, tão falho nos últimos anos, que ele começou a equipe. A boa safra de zagueiros, que vai do experiente Martin Demichelis, passa pelo excelente Ezequiel Garay e chega ao jovem Federico Fernandez, facilitaram o seu trabalho. Sabella sempre optou por laterais com características defensivas na equipe. Na direita, não há como não escalar o eficiente Zabaleta, um dos melhores do Mundo na posição. Se ele não estiver em condições, Campagnaro, acostumado a jogar pela direita na zaga do 3-5-2 do Técnico Walter Mazzari, com quem trabalhou no Napoli e hoje na Internazionale, ocupa o seu lugar. Na esquerda, a situação é bem parecida. Rojo geralmente é zagueiro no Sporting de Lisboa, mas na seleção,virou um bom lateral-esquerdo. Seu reserva é Basanta, também zagueiro de origem.
Um dos segredos da forte defesa argentina é a excelente proteção que Mascherano faz na frente da zaga. Zagueiro no Barcelona, ele pode fechar como líbero, transformando o esquema argentino em um cascudo 5-4-1, onde qualquer ataque tem sérios problemas para entrar. Sólida atrás, a Argentina pode não ser um time tão organizado na frente, onde a aposta é realmente no talento dos seus jogadores.
A Argentina parte de um esquema bem parecido com o do Real Madrid, Campeão da Liga dos Campeões. Um dos segredos do sucesso de ambas as equipes é o ótimo Dí Maria, que vive uma fase inspirada. O meia-atacante, que virou meia-central, volta a todo momento para ajudar na marcação e puxar os contra-golpes, sendo uma espécie de "arco" que qualquer treinador gostaria de ter na sua equipe. Se ao lado dele no Real Madrid atua Luka Modric, na seleção argentina, há um jogador com características parecidas: Fernando Gago. Mesmo que depois das lesões ele não tinha sido mais o mesmo, ele ainda é capaz de se movimentar bastante em campo e distribuir bem as jogadas pela direita. Na frente, Messi tem liberdade para atuar como no Barcelona, partindo de trás da linha dos volantes e entrando na área para concluir. Aguero e Higuain funcionam mais pelos lados, como pontas, mas também voltam bastante, e aparecem na área para concluir.
O Time: Como já dito, parte de um 4-3-3, que pode variar para um 4-4-2 com Messi recuando, ou para um 5-4-1.
O Técnico:
Alejandro Sabella foi o primeiro técnico desde José Pekerman a conseguir organizar a seleção Argentina. Durante todo o trabalho, fez questão de manter o grupo unido, deixando de fora peças que poderiam ser interessantes na parte técnica, como Cambiasso e Tevez, mas poderiam minar o ambiente. A segunda prioridade de Sabella foi organizar a defesa, que foi um desastre na África do Sul. Ele obteve amplo sucesso nesta tarefa. Não tivesse colocado time reserva e levado três gols do Uruguai na última rodada das Eliminatórias, a Argentina teria levado apenas 12 gols em 16 partidas. Mesmo assim, ainda terminou com uma média inferior à 1 gol sofrido por jogo, e com a segunda defesa menos vazada da competição, atrás apenas da Colômbia. Só existem dois aspectos que podem ser criticados no trabalho de Sabella: o excesso de cautela em algumas partidas e o pouco aproveitamento de promessas, que poderiam ser melhor preparadas, já visando 2018.
O Craque:
Lionel Messi
Não há muito o que dizer de Messi. Quatro vezes eleito o melhor jogador do Mundo, viveu uma recente turbulência por conta de lesões na última temporada, algo que parece já ter sido superado. Mesmo assim, nenhum outro jogador decidiu tantos jogos a favor de seu time quanto "La Pulga" decidiu para o Barcelona na ultima Liga Espanhola.
Seu maior rival pelo Título de melhor do Mundo, Cristiano Ronaldo, não parece 100 % fisicamente, e não tem na seleção Portuguesa um time para o ajudar a ir muito longe. A Copa de 2014 é o palco perfeito para Messi brilhar, voltar a ser o dono da Bola de Ouro e escrever o seu nome entre os maiores Futebolistas da História.
Ao lado de Messi, dois nomes chamam a atenção: Aguero e Dí Maria. "Kun" obteve uma média impressionante de gols por minutos jogados na última temporada. Mesmo cercado de lesões, marcou 20 gols somando só a Premier League e a Champions League com a camisa do Manchester City.
Fique de Olho
Dí Maria
Nenhum outro jogador nas Cinco principais Ligas Européias deu mais assistências que Dí Maria: foram 17. Além disto, ele foi eleito melhor jogador da final da Liga dos Campeões, onde foi fundamental para o Título do seu Real Madrid. Vive o melhor momento de sua carreira, e tem a grande chance de se firmar entre os melhores jogadores da atualidade nesta Copa.
O Ponto Forte:
O Conjunto da Argentina é muito forte. A Argentina saiu das eliminatórias sul-americanas com o melhor ataque da competição (35 gols feitos) e a segunda defesa menos vazada (15 gols sofridos), mostrando claramente, que apesar do talento há um equilíbrio, visto em poucas seleções deste Mundial.
O Ponto Fraco:
A pressão por ganhar Títulos, e em Especial a Copa do Mundo. A seleção principal não conquista uma taça desde a Copa América de 1993, e a Copa do Mundo não vai para o País desde 1986. Para piorar, a Albiceleste não chega sequer a uma semi-final de Copa, desde 1990. O momento parece ser agora para isto acabar. Basta suportar a pressão.
Conclusão
A Argentina vem forte para esta Copa. Defesa boa, ataque Espetacular, Melhor jogador do Mundo, Joga em seu continente. Só falta para a a Albiceleste, superar a pressão do jejum de Títulos. Com jogadores rodados e habituados a vencer em seus clubes, a hora de voltar a ser campeã parece ser agora.
Lista de Convocados
Goleiros:
Mariano Andújar (Catania-ITA)
Agustín Orion (Boca Juniors)
Sergio Romero (Monaco-FRA)
Defensores:
José Basanta (Monterrey-MEX)
Hugo Campagnaro (Inter de Milão-ITA)
Martín Demichelis (Manchester City-ING)
Federico Fernández (Napoli-ITA)
Ezequiel Garay (Benfica-POR)
Marcos Rojo (Sporting-POR)
Pablo Zabaleta (Manchester City-ING)
Meio-campistas:
Fernando Gago (Boca Juniors)
Javier Mascherano (Barcelona-ESP)
Angel Di María (Real Madrid-ESP)
Lucas Biglia (Lazio-ITA)
Maxi Rodríguez (Newell's Old Boys)
Enzo Pérez (Benfica-POR)
Ricardo Álvarez (Inter de Milão-ITA)
Augusto Fernández (Celta de Vigo)
Atacantes:
Sergio Aguero (Manchester City-ING)
Gonzalo Higuaín (Napoli-ITA)
Ezequiel Lavezzi (Paris Saint-Germain-FRA)
Lionel Messi (Barcelona-ESP)
Rodrigo Palacio (Inter de Milão-ITA)