Aston Villa brincou com a sorte, e agora terá de lidar com as dificuldades da Championship


Aston Villa brincou com a sorte, e agora terá de lidar com as dificuldades da Championship



Não foi por falta de aviso. Depois de montar belos times entre 2008 e 2010, o Aston Villa aos poucos foi entrando em queda na tabela, e nos últimos anos começou a flertar com o rebaixamento. Nas últimas temporadas, só se salvou com os gols de Benteke e o peso da camisa. Com a saída do goleador no começo da temporada, não teve outra. Neste Sábado, a equipe perdeu para o Manchester United em Old Trafford por 1x0, e viu consumado, um lamentável rebaixamento. O primeiro na era Premier League.


O Aston Villa foi negligente ao entrar na Premier League com um time para lá de fraco, dentro dos padrões da Premier League, a melhor liga do Mundo. A equipe somou apenas 16 pontos em 34 rodadas até aqui, desempenho similar ao do América-RN no Brasileirão 2007, para citar um exemplo. Pior é o que cair, é fazer uma campanha destas, que em nadarem a ver com a história vencedora do clube.

O dono norte-americano da equipe, Randy Lerner (que também é o presidente do Cleveland Browns, da NFL), parecia desconhecer que havia rebaixamento na Premier League. Após começar a temporada com Tim Sherwood no comando técnico, uma série de resultados negativos, surgida após uma emblemática derrota de virada para o Leicester, resultou em sua demissão. Em seu lugar, assumiu Rémi Garde, que deu sequência ao péssimo desempenho, e deixou o clube em abril, para Erick Black assumir o cargo. O interino pouco pode fazer, e agora não deve permanecer para a próxima temporada.

O Villa vendeu seus dois melhores jogadores Benteke e Delph, por verdadeiras fortunas. Gastou o dinheiro buscando veteranos e jogadores desconhecidos na Ligue 1, que nem baratos eram. Poucos reforços se salvaram. Nem o jovem mais badalado Adama Traoré, trazido junto ao Barcelona, convenceu.

Mas o torcedor do Villa perdeu mesmo a paciência foi com nomes como Guzan, Lescott, Richards, Clark, Westwood, Bacuna, Agbonlahor e N'Zogbia, que fizeram uma temporada horrível, apesar de serem muito caros. Um dos poucos ase salvar, foi Jordan Amavi, que se lesionou e perdeu boa parte dos jogos.

Agora, o Aston Villa tenta juntar os cacos e montar uma equipe forte para encarar a Championship na próxima temporada. David Moyes é o principal cotado para dirigir a equipe. Contudo, um mome mais jovem e em crescimento, parece ser o mais adequado no momento. Depois de um belo trabalho no Everton, Moyes vem de fracassos no Manchester United e na Real Sociedad, e a situação do Aston Villa não está para apostas.

Certamente, o caminho do Aston Villa não será fácil na segunda divisão. Os Villages se juntam à Nothingham Forest, Blackburn e Leeds United, além de possivelmente Newcastle e Sunderland, que lutam contra o rebaixamento. Ainda há o caso do Wigan, que após vencer a FA Cup na temporada 2012-2013, e disputar a Liga Europa na sequência, acabou rebaixado para a terceirona inglesa na temporada passada, embora esteja perto do acesso. Situação bem diferente do tradicional Blackpool, que depois da queda para a terceira, está bem perto de cair para a League Two, a quarta divisão da Inglaterra.

Certamente, uma Premier League sem o Aston Villa, será uma Premie League desfalcada. Com uma rejeição imensa, Randy Lerner pode vender o clube. Um novo dono seria uma solução? Não exatamente. Somente a troca de proprietário não resolveria problema nenhum. É necessário uma troca de filosofia. A Premier League atingiu um nível muito elevado hoje, e só a camisa não salva ninguém. É necessário investir pesado para se manter na elite. Com a queda, os Villages perdem uma grande fatia na nova divisão de cotas de da EPL, que terá seus valores elevados a partir da temporada 2016/17. Valeu a pena economizar?