Atual bicampeã européia, e com vários jogadores qualificados para montar um grande elenco e um excelente time, a Espanha teria tudo para chegar à França mais otimista do que está. A verdade é que a seleção espanhola pouco ou nada evoluiu de 2012 para cá, e no meio do caminho fez o fiasco de ser eliminada na primeira fase da Copa do Mundo de 2014, quando defendia o título no Brasil. Se sobra qualidade, falta uma idéia mais clara de jogo, o que tira bastante a confiança do torcedor. O técnico Vicente del Bosque assumiu o comando da Espanha logo após a Conquista da Euro 2008, que veio ainda sob o comando de Luís Aragonés. Desde então, conquistou a Copa do Mundo de 2010 e a Euro de 2012, aproveitando muito das idéias de seu antecessor e do estilo e da base do Barcelona, equipe que dominou o futebol espanhol e europeu nos últimos 10 anos. Se em 2012 a fórmula já parecia desgastada, ainda foi possível extrair o seu restante, e conquistar mais uma taça. Contudo, era necessário ajustes, que foram feitos de maneira errada. A naturalização de Diego Costa e a sua colocação como titular na Copa do Mundo, obrigou o time a mudar bruscamente a sua maneira de atuar. Perdido, o time foi triturado pela Holanda e caiu perante o Chile. Teve dois anos para evoluir, mas praticamente não o fez. Vicente del Bosque já deu muito ao futebol espanhol, tanto com o Real Madrid, quanto com a Seleção. Mas seu ciclo já deveria ter sido encerrado. A Espanha chega à França sem um time, sem um estilo, sem uma idéia de jogo. Diego Costa, esperança há dois anos, nem foi convocado, assim como Javi Martínez, Juan Mata, Fernando Torres e Cazorla. Ainda sobra qualidade no elenco convocado, e é por conta dela que a Espanha ainda pode ser considerada uma candidata ao título europeu. No gol, Casillas e David de Gea disputam a titularidade, algo que pelo nível recente dos dois, não deveria acontecer. O arqueiro do Manchester United está em uma forma muito superior a do veterano, outro que deve ser louvado pelo seu passado, mas no momento merece a reserva. Na defesa, é difícil não ver Juanfran, Piqué, Sergio Ramos e Jordi Alba titulares. No meio-campo, Busquets e Iniesta parecem ter lugares garantidos. Depois, fica difícil ter uma idéia de quem vai começar jogando no XI ideal. Fábregas, David Silva, Thiago, Koke e Pedro devem disputar as outras três vagas, já que a Fúria deverá ter ao menos uma referência na frente. Aduriz, Morata e Nolito vem de duas boas temporadas recentes, e devem lutar pela posição na frente, embora possam jogar dois deles juntos também. Mesmo com a falta de consistência no trabalho recente, a Espanha ainda tem qualidade de sobra para avançar de fase nesta chave D, onde irá encarar Turquia, Croácia e República Tcheca. É uma das principais candidatas ao título, ao lado de Alemanha e França. Teoricamente, Itália, Bélgica, Inglaterra e Portugal estão em uma linha mais atrás. Time-base: De Gea; Juanfran, Piqué, Sergio Ramos e Jordi Alba; Busquets, Fábregas e Iniesta; Silva, Morata e Nolito.