Nas últimas duas Copas do Mundo, a Itália não conseguiu passar da fase de grupos. Sim, o desempenho nas duas últimas eurocopas foi relativamente bom, já que a Azzurra só caiu em ambas diante da campeã Espanha, sendo em 2012 na grande final. Vale lembrar, que os azzurris não conquistam uma Eurocopa, desde 1968. O título é hoje um desejo muito grande, e ao mesmo tempo um sonho, que parece distante.
As dificuldades começam da Itália, quando o meio-campo passa a não ter Marco Verratti e Claudio Marchisio. Esta também será a 1° grande competição da Itália nos últimos anos sem Pirlo. Atuando na MLS e já com 36 anos, ele não foi convocado. Em compensação, é preocupante a quantidade de jogadores que não estão em uma boa fase e foram convocados para o setor vital da equipe. Pouco utilizados em Juventus e PSG, Sturaro e Thiago Motta deverão ter a missão de substituir os dois machucados no XI titular. Para piorar, o ítalo-brasileiro Thiago Morra irá vestir a gloriosa camisa 10 da Azurra, outrora usada por mitos como de Gianni Rivera, Roberto Baggio, Alessandro Del Piero e Francesco Totti.
Além disto, Conte também chamou uma série de jogadores questionáveis em outros setores. Federico Marchetti, Angelo Ogbonna, Mattia De Sciglio, Giaccherini, Marco Parolo e Éder não fizeram muita coisa de bom durante toda a temporada 2015/16, mas mesmo assim parecem não ter perdido espaço com Conte, que claramente não levou em consideração o momento para formatar a sua lista.
A dupla Jorginho e Bonaventura parecia mais capacitada para substituir Verratti e Marchisio (Montolivo seria outra alternativa melhor). Também dá para sentir muita falta de Giovinco. A MLS cresceu muito em nível nos últimos anos, e mesmo fora do futebol europeu, certamente a formiguinha atômica hoje teria lugar nos 23 convocados italianos, para não dizer no XI titular. Fora isto, era interessante levar o prodígio Gianluigi Donnarumma como terceiro goleiro, no lugar de um Marchetti já sem futuro e prestígio na própria Lazio.
Contudo, nem tudo é terra arrasada. Se conte errou a mão ao formatar a lista de convocados, ninguém questiona o fato de ele ser um excelente treinador. Certamente veremos uma Itália muito bem treinada e organizada em campo nesta eurcopa. A base da equipe se dará a partir da excelente defesa da Juventus, com Giggi Buffon no gol e Barzagli, Bonucci e Chiellini na zaga. Provavelmente Thiago Motta será titular no meio, assim como De Rossi e Candreva. Com prestígio junto ao técnico, Sturaro deverá ser o meia, sendo a dupla de atacantes a maior incógnita no momento.
Éder, Ciro Immobile, El Sharawy, Parolo, Lorenzo Insigne, Graziano Pellè, e Simone Zaza brigam por duas vagas. Éder e Pellè largam como os mais cotados, em uma época onde a Itália já não tem nomes como Del Piero, Di Natale, Totti, Gilardino e Luca Toni.
É difícil imaginar a Itália não passando de fase nesta Euro 2016. Por mais que a Bélgica possa ser a principal força do grupo E, Suécia e Irlanda não devem ameaçar a vaga italiana no mata-mata. A Itália deve avançar mais um pouco, mas hoje não larga como uma das favoritas ao título, papel ocupado por França, Alemanha, Espanha e a própria Bélgica. Contudo, nada impede a Azurra e toda a sua tradição de surpreender.
Time-base: Buffon; Bonucci, Barzagli e Chiellini; Florenzi, Parolo, De Rossi e Giaccherini; Candreva, Pelle e Éder.