Muito se perguntava, antes da final da Euro 2016, sobre quem seria o cara da decisão. Cristiano Ronaldo? Griezmann? Renato Sanches? Pogba? Nani? Payet? Possivelmente, estas eram as apostas mais prováveis. Contudo, foi o criticado Éder quem chamou a responsabilidade e fez o gol que de à taça para Portugal.
O atacante, nascido na Guiné-Bissau, há 28 anos, com o nome de Éderzito Lopes, passou muitas dificuldades na vida até aparecer para o futebol no Braga. Os gols lhe renderam o convite para jogar pela seleção portuguesa, e uma transferência para o Swansea. A passagem pelo país de Gales foi breve e de poucos gols, assim como o começo com a seleção.
Éder precisou de 18 jogos para marcar o seu primeiro gol com a seleção portuguesa. O tento saiu na vitória por 1x0 contra a Itália, em junho de 2015. Naquela ocasião, Portugal acabou com o jejum de 40 anos sem vencer os italianos. Mesmo assim, foi vaiado diversas vezes, e era sempre criticado pela imprensa lusitana.
Não era para Éder nem sequer estar na Euro. Se passaporte para a França só foi carimbadodepois de ele se transferir para o Lille, marcar 6 gols em 14 jogos, e reencontrar seu espaço. Ao entrar em campo no segundo tempo da final da Eurocopa contra a Espanha, talvez, nem ele próprio imaginasse que marcaria o gol do título. Mas Éder não está sozinho na saga dos heróris improváveis em finais de Euro.
Em 2008, Fernando Torres deu o título para a Espanha contra a Alemanha, e em 2012, voltou a marcar na goleada de 4x0 sobre a Itália. Mesmo que sempre tenha tido um nível superior à Eder, e em 2008 fosse um dos melhores jogadores do planeta, Torres muitas vezes também foi criticado, especialmente quando não correspondeu no Chelsea os milhões de libras pagos por ele.
Em 2004, Portugal foi vítima de um herói improvável. A surpreendente campanha da Grécia naquela Euro era baseada em um sistema tático perfeito e uma defesa praticamente imbatível, mas foi Angelos Charisteas que marcou o gol da vitória por 1x0 contra os tugas, que valeu a taça.
Em 2000, o coadjuvante Wiltord marcou o gol francês contra a Itália, enquanto coube ao emblemático Trezeguet marcar o gol de ouro que rendeu à taça a Zidane e companhia.
Na final da Euro de 1996, o herói alemão também saiu do banco. Oliver Bierhoff entrou no lugar de Mehmet Scholl aos 24 minutos do segundo tempo, quando a República Tcheca vencia por 1x0. quatro minutos depois, ele empatou a partida, e na prorrogação marcou gol de ouro, que deu o tricampeonato europeu aos alemães.
Em 1976, Antonín Panenka não era nem de longe o jogador mais famoso do mundo. Contudo, foi o seu arremate na quinta e última penalidade, com um leve toque no meio do gol defendido pelo lendário Sepp Maier, deu o título à Tchecoslováquia. A tradicional “cavadinha” seria rebatizada com o nome de "Panenka", eternizando o autor da sua execução mais famosa e importante.
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