Nenhuma seleção que nunca ganhou uma Copa do Mundo, pode se orgulhar de ser tão bem sucedida no futebol como a Holanda. A vice-campeã mais lembrada da história das Copas do Mundo é a laranja mecânica de 1974, que liderada por Cuyff e Neskens encantou o planeta , mesmo perdendo a decisão do Mundial para a Alemanha de Gerd Müller e Beckenbauer. Os holandeses repetiram o vice-campeonato em 1978, na Argentina, quando novamente perderam para os anfitriões da competição. Após uma pequena entressafra, os holandeses voltaram com força total em 1988, conquistando com a geração de Koeman, Gullit, van Basten e Rijkaard, aquele que é o seu único grande título, a Eurocopa daquele ano. Pois justamente no momento em que tivemos um aumento no número de participantes, a Holanda ficou de fora do palco onde melhor soube brilhar. A ausência da Holanda na Euro 2016 passou muito pela administração deficiente da KNVB. Após o vice-campeonato na Copa do Mundo de 2010, a federação parece não conseguir montar em longo prazo uma grande seleção. Após o fracasso na Euro 2012, Louis van Gaal conseguiu montar um time emergencial para subir ao pódio na Copa do Mundo do Brasil em 2014, mas este parecia ser o limite daquela equipe. Era necessário uma renovação, e ela não foi bem feita. Após o fracasso nas eliminatórias para a Euro 2016, Van Basten e Van Nilsterloy ganharam a missão de auxiliar Danny Blind no comando da seleção holandesa. Ao invés de buscar um comandante mais experiente, a Holanda parece seguir se prendendo ao passado, em razão da famosa gratidão aos ídolos do passado. E foi justamente a gratidão à geração de 2010 que prejudicou a transição na Orange. Jogadores como van Persie, Kuyt e Huntelaar, mesmo sem suas melhores condições seguiam titulares, enquanto outros jovens pediam passagem. E é justamente nestes jovens que a Holanda deve se estruturar para montar a base que buscará a vaga na Copa do Mundo da Rússia m em 2018. Depay parece ser o jogador mais talentoso, mas ainda carece de afirmação como grande nome, papel que ainda deverá ser dado ao experiente Robben. Filho de Danny, Daley Bnlind é outro, que mesmo ainda jovem, já carrega uma certa experiência, assim como o goleirão Zoet e o atacante Wijnaldum. Caberá a eles dar a estruturação para que os novos nomes, como Klassen, Bazoer e possam ser inseridos aos poucos no time, sem correr o risco de serem queimados. Ficar de fora da Copa do Mundo de 2018, seria trágico, mas é bem possível. Em uma chave A nas eliminatórias, que ainda tem a França e a Suécia, será difícil a Holanda terminar na primeira colocação, que dá vaga direta para a Copa. Com isto, os holandeses deverão disputar com a Suécia uma vaga na repescagem, onde um novo adversário tradicional ainda poderia aparecer. Não será fácil a reconstrução da seleção holandesa. Ninguém sabe como se dará o desempenho de uma equipe renovada, no complicado cenário do Futebol Europeu atual, onde praticamente não há bobo, e cada jogo tem de ser tratado com muita seriedade.
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