Após 16 anos, o Spartak Moscou volta ao topo da Rússia. Depois de dominar o futebol russo, logo após o fim da União Soviética, entre 1992 e 2001, quando conquistou nove títulos, o clube vermelho e branco da capital, no último domingo, voltou a sorrir. O título da Premier League russa 2016-2017 foi confirmado neste domingo, após a derrota do Zenit para Terek Grozny, por 1 a 0. No Sábado, o Spartak havia batido o Tom Tonsk também por 1 a 0, com um gol do holandês Quincy Promes, principal figurada equipe no decorrer da temporada.
Quincy Promes, de 25 anos, foi contratado junto ao Twente em 2014, marcou um total de 11 gols e é o vice-artilheiro da Premier League russa. Teve seu rendimento potencializado em uma equipe bem organizada pelo treinador italiano Massimo Carrera, que era assistente técnico de Dmitri Alenichev, demitido após a eliminação do Spartak na terceira fase preliminar da Europa League para o AEK Larnaca, assumiu o time no que poderia ser um mero trabalho interino. Contudo, ele foi efetivado. Carrera foi assistente técnico de Antonio Conte na Juventus e na seleção italiana, mas não pode seguir com ele para o Chelsea, provavelmente por exigências do clube.
A campanha do Spartak foi impecável. Em 27 partidas, somou 20 vitórias, três empates, e apenas quatro derrotas, fazendo do Spartak Stadium um verdadeiro Coliseu, onde conquistou 13 vitórias em 14 jogos até aqui. Fundado por jovens comunistas no bairro de Krasnaya Presnya, o Spartak, desde o começo, se tornou um dos clubes mais queridos da Rússia. Mesmo após o final da União Soviética, jogou praticamente sem rival no começo da liga russa, mas mesmo no período de jejum, jamais deixou de contar com a sua massa apaixonada, que foi a grande força da retomada do sucesso.
Carrera foi o 11º treinador contratado pelo novo dono do clube, Leonid Fedun, que comprou a entidade em 2004. Um dos homens mais ricos do mundo, ele abriu o bolso recentemente para contratar o centroavante brasileiro Luiz Adriano, e o russo Samedov. A chegada dos dois reforços, fez a diferença no decorrer da temporada. Além de Luiz Adriano, o Spartak ainda conta com dois brasileiros no elenco: o volante Fernando (ex-Grêmio) e o zagueiro Maurício (ex-Palmeiras).
Mesmo tendo sido auxiliar de Conte, e jogado como zagueiro em seus tempos de atleta, Carrera não é adepto dos sistemas com linha de três atrás, embora carregue consigo algumas características da Juventus e da seleção italiana de Conte, além do Chelsea atual, como a saída de bola bem trabalhada, o jogo pelos lados do campo e a pressão alta na marcação. Geralmente, o Spartak jogava em um 4-2-3-1, variando um pouco para o 4-3-3. No gol, o veterano Rebrov garantia segurança, tendo na sua frente o também experiente Salvatore Bocchetti, que chegou a sofrer com problemas de lesão na temporada. Com isto, o jovem Kutepov teve de formar a zaga em alguns jogos, ao lado do alemão Tasci. Nas laterais, os experientes Kombarov e Yeschenko garantiam experiência. No meio-campo, o brasileiro Fernando recuava bastante para ajudar na saída, enquanto Glushakov algumas vezes trabalhava ao seu lado, outras como interior. Zobnin, Popov e Quincy Promes formavam uma linha de três jogadores, que atuava por trás de Luiz Adriano.
Este foi o 10º título russo do Spartak Moscou, o 22 º título nacional (havia conquistado 12 vezes o Campeonato Soviético). A competição ainda não terminou, e terá em suas rodadas finais a luta pelo vice-campeonato, que dá vaga direta na Champions, e envolve Zenit e CSKA Moscou, além da disputa contra o descenso para a segundona.
Fotos: Spartak Moscou