O futebol em Portugal é dominado por três clubes: Benfica, Porto e Sporting. Raramente, alguém consegue romper esta barreira, e se meter entre o trio. O Boavista, em 2001, quebrou um tabu histórico, se sagrando campeão nacional. Contudo, só um clube de fora do eixo Porto-Lisboa, conseguiu grande sucesso no futebol lusitano recentemente: o Braga. Buscando jogadores em ascensão no Brasil, o clube arsenalista montou um elenco forte, capaz de competir em alto nível não só em Portugal, como também no continente.
Na temporada 2009-10, o foi vice-campeão português, em sua melhor participação na história do campeonato lusitano. O time minhoto ficou apenas cinco pontos atrás do campeão Benfica. O técnico Domingos Paciência já contava com uma boa base, que tinha Silvio na lateral-direita, Paulão e Alberto Rodríguez na zaga, Elderson na lateral-esquerda, Vandinho e Hugo Viana no meio, e Alan e Matheus no ataque. Custódio era outro que atauava com frequência, assim como o meio-campista Márcio Mossoró, campeão da Copa do Brasil em 2005, com o Paulista.
Mesmo forte, o Braga foi ao mercado buscar reforços para a temporada 2010-2011, já que teria a exigência de uma Champions League. Para o gol, o clube trouxe o Felipe, ex-Corinthians e Flamengo, que acabou não se firmando, foi vendido na metade da temporada, e deu lugar ao também brasileiro Artur. O atacante Matheus foi outro que saiu na janela de inverno da histórica temporada, vendido ao Dnipro, dando lugar para Lima, ex-jogador do Santos que brilharia futuramente no Benfica. Leandro Salino, ex-jogador do Flamengo, foi outro reforço, enquanto o também brasileiro Paulo César passou a revezavar-se na função de centroavante com Lima.
A Champions League começou para o Braga na terceira eliminatória, quando a equipe surpreendeu o gigante Celtic. Na etapa de playoffs, o adversário foi o Sevilla. O Braga venceu em casa por 1 a 0, e foi até a Espanha, naquele que seria possivelmente, o maior momento da história do clube. A vitória dos portugueses por 4 a 3 colocou-os na fase de grupos da Champions. O Braga se tornava apenas o quinto clube de Portugal a atingir este feito, entrando de vez para a história.
Mesmo cambaleando, o Braga foi relativamente bem na fase de grupos da Champions. O grande problema, foi o susto inicial. O time levou logo de cara 6 a 0 do Arsenal, e 3 a 0 do Shakhtar Donetsk. Na sequência, ainda venceu duas vezes o Partizan da Sérvia, perdeu mais uma vez para o Shakhtar, mas venceu o Arsenal no returno por 2 a 1, se assegurando no mata-mata da Liga Europa.
Na segunda competição interclubes mais importante do Velho Continente, o Braga passou por Lech Poznan, Liverpool, Dynamo Kiev e Benfica, se classficando para a grande final. A decisão da Liga Europa 2010-2011 foi disputada em Dublin, na Irlanda, e o adversário do Braga foi o Porto. Na época, o Dragão era comandado pelo técnico André Villas-Boas, e contava com um timaço, com peças como Guarín, James Rodrigues, João Moutinho, Hulk e Falcao Garcia.
Um gol do próprio Falcao Garcia, aos 44 minutos de jogo, decretou o triunfo dos dragões por 1 a 0. Em geral, nem Porto, nem Braga, produziram muito durante toda a primeira etapa. Isto, até Guarín cruzar pela direita e Falcao García se antecipar à zaga, cabeceando sem chances de defesa para Artur. O segundo tempo também não teve muitas emoções, e colocou fim ao sonho do Braga de ser campeão de um importante torneio continental.
Na sequência, o Braga se firmou como quarta força do futebol português, sempre fazendo boas campanhas, mas nunca repetindo o brilho daquele inesquecível esquadrão.