"Lester", "Leischester". Pouca gente sabia pronunciar o nome do clube corretamente até 2015. O clube de Rugby da cidade, o Leicester Tigers, era bem mais famoso do que o time de futebol, que transitava entre a Premier League e a League One. Depois de acenderem à Premier League na temporada 2013-2014, graças aos investimentos do magnata tailandês Vichai Srivaddhanaprabha, os foxes tiveram problemas para se manter na elite na temporada 2014-2015, e iniciavam 2015-2016 com a ideia inicial de permanecer na elite. Contudo, muitas vezes, as nossas expectativas são amplamente superadas. E é isto que ocorreria com o clube do pequeno município britânico.
Para se manter na elite, após a saída de Pearson, responsável por conduzir o time à elite, o Leicester foi buscar o técnico italiano Claudio Ranieri. Um treinador conservador, de resultados pouco expressivos, e que havia sido demitido após fracassar com a seleção da Grécia. Logo no começo da época, o Leicester perdeu o argentino Esteban Cambiasso, líder da equipe nas principais atuações em 2014-2015, e melhor jogador do elenco. Para o seu lugar, os foxes buscaram o suíço Gökhan Inler e o desconhecido volante francês N'Golo Kanté. Ainda vieram para reforçar o elenco Robert Huth, Yohan Benalouane, Christian Fuchs, Nathan Dyer e Shinji Okazaki. A base estava fortalecida, e pronta para fazer história.
Os melhores times da Premier League (Manchester City, Manchester United, Chelsea e Liverpool), viviam instabilidades, trocas no comando, e em alguns momentos até priorizaram outros torneios. Com um começo de tabela tranquilo, o Leicester foi tomando a ponta, e por lá ficou. Nem mesmo os gigantes o derrubavam. Um dos grandes momentos da temporada, foi a goleada sobre o Manchester City, no Etihad, por 3 a 0. Apenas o Arsenal derrotou o Leicester duas vezes na competição, mas mesmo assim, foi apenas o segundo colocado. O grande rival do Leicester pela taça foi o jovem time do Tottenham, que sentiu demais o peso da disputa na reta final, e viu os foxes serem campeões, de maneira surpreendente, com duas rodadas de antecipação.
O Leicester protagonizou a maior façanha da história do futebol moderno, sem revolucionar. Soube usar a força do King Power Stadium, a união do grupo e um modelo de jogo baseado em um anacrônico 4-4-2, extremamente básico, mas todavia praticado com linhas muito compactadas, ataques conservadores e uma recomposição muito rápida na transição defensiva.
No gol, Schmeichel foi um diferencial. Filho do lendário goleiro do Manchester United, ele repetiu o feito do pai. A linha defensiva tinha Simpson e Fuchs nas laterais, com Huth e o capitão jamaicano Wes Morgan formando um miolo de zaga sem muita técnica ou velocidade, mas que defendia muitíssimo bem a área. Por falar em defender, N'golo Kanté, trazido quase de graça do Caen, defendia de maneira brilhante à frente da área, se tornando o eixo de transição entre defesa e ataque. Ao seu lado, atuava Drinkwater, que parecia ser uma eterna promessa da base do Manchester United, mas virou peça chave nos foxes.
Ofensivamente, abertos pelos extremos, atuavam Mahrez, pela direita, e Marc Albrighton, pela esquerda. Ambos atacavam muito indo à linha de fundo, se movimentando e pisando na área, com o argelino se destacando ainda mais pela grande capacidade de drible. Na frente Okazaki era a referência, com Jamie Vardy, um ex-operário de fábrica, atacando o espaço de maneira fulminante, e rompendo as redes do adversários. Entre os reservas, era possível destacar o centroavante Ulloa, destaque na temporada 2014-2015, que na campanha do título marcou vários gols importantes, seja entrando no decorrer dos jogos, seja susbstituindo Vardy durante a sua suspensão.
Após a conquista da Premier League 2015-2016, o Leicester garantiu vaga para a Champions League 2016-2017. Uma campanha ruim na Premier League, no entanto, gerou a demissão do técnico Claudio Ranieri, com seu auxiliar Craig Shakespeare assumindo o comando. Ainda com Claudio, os foxes avançaram em primeiro lugar em seu grupo na Champions, dividindo chave com Porto, Club Brugge e Copenhague.
Nas oitavas-de-final, veio a grande surpresa. Ranieri foi demitido após a derrota para o Sevilla por 2 a 1 na Andaluzia. Na volta, já com Shakespeare, os foxes bateram os rojiblancos por 2 a 0 no King Power, e avançaram para as quartas-de-final. Nesta etapa, o Leicester acabou não sendo páreo para o Atlético de Madrid, perdendo por 1 a 0 no Calderón, e empatando em 1 a 1 na Inglaterra. A sonhada taça da Champions não veio, mas esta equipe já havia escrito a sua história, e jamais será esquecida pelos amantes do futebol.
Após a conquista da Premier League 2015-2016, o Leicester garantiu vaga para a Champions League 2016-2017. Uma campanha ruim na Premier League, no entanto, gerou a demissão do técnico Claudio Ranieri, com seu auxiliar Craig Shakespeare assumindo o comando. Ainda com Claudio, os foxes avançaram em primeiro lugar em seu grupo na Champions, dividindo chave com Porto, Club Brugge e Copenhague.
Nas oitavas-de-final, veio a grande surpresa. Ranieri foi demitido após a derrota para o Sevilla por 2 a 1 na Andaluzia. Na volta, já com Shakespeare, os foxes bateram os rojiblancos por 2 a 0 no King Power, e avançaram para as quartas-de-final. Nesta etapa, o Leicester acabou não sendo páreo para o Atlético de Madrid, perdendo por 1 a 0 no Calderón, e empatando em 1 a 1 na Inglaterra. A sonhada taça da Champions não veio, mas esta equipe já havia escrito a sua história, e jamais será esquecida pelos amantes do futebol.