Rainhas da Europa. Só assim mesmo para definir o time feminino do Lyon, mais uma vez campeão da UEFA Womens Champions League nesta quinta-feira, em final disputada na cidade de Cardiff, no País de Gales. Após empatar sem gols com o PSG no tempo normal e na prorrogação, as comandadas de Gérard Prêcheur venceram nos pênaltis por 7 a 6, conquistando a Europa pelo quarta vez, a segunda seguida. Também é a segunda temporada seguida em que as meninas do Lyon conquistam a tríplice coroa, vencendo Champions, Copa da França e Campeonato francês.
O Lyon iniciou o jogo no 4-2-3-1, com Morgan aberta pelo lado direito, e Ada Hegerbeg centralizada no ataque. Já o PSG, mais uma vez atuou no 3-5-2, com Delie como referência e Cristiane mais móvel na frente. Sabedora de que o Lyon era superior, a equipe parisiense começou marcando pressão em seu campo de ataque, adiantando as meio-campistas e procurando roubar em zonas adiantadas, para facilitar a criação de oportunidades de gol, e ao mesmo tempo atrapalhar a criação adversária, cortando as linhas de passe.
Com o passar dos minutos, o PSG se viu obrigado a recuar um pouco as suas linhas de marcação, e o Lyon melhorou o seu desempenho, usando muito as duas laterais e as extremas, para jogar nas costas das duas alas parisienses. Neste sentido, a lesão de Morgan foi péssima. Levando vantagem em todos os lances pela direita, era a principal válvula do Lionnais, até ser substituída, na metade do primeiro tempo. Assim, o Lyon se viu obrigado a atuar com Thomis, Marozsan, Le Sommer e Abily mais por trás de Hegerbeg. Maro era quem mais levava vantagem, partindo da mediapunta para o setor esquerdo, onde fazia tabelas eficientes com Le Sommer e a lateral-esquerda destra Majri, baixando diversas vezes na linha do double-pivote, para auxiliar Kumagai na saída de bola, e construir bem de trás.
Vendo o Lyon com uma saída mais problemática, o PSG, na reta final da primeira etapa, voltou a marcar em zonas mais adiantadas, e passou também a apostar nas bolas longas, levando perigo ao gol lionnais, especialmente com a costa-riquenha Shirley Cruz, que se movimentava muito bem entre a mediapunta e os dois extremos do campo, trabalhando com Delie e Cristiane.
O primeiro tempo terminou sem gols. Na segunda etapa, o Lyon seguiu com mais posse, trabalhando em vários momentos mais no 4-1-4-1. Sem Morgan, não conseguia abrir o campo. Abily e Maro jogavam por dentro, Majri, destra, não conseguia atacar bem pelo flanco esquerdo (embora fechasse por dentro com perigo), e Thomis e Bremen não entraram bem no jogo. Contudo, o Lyon cavava faltas perigosas, e levava perigo ao gol defendido pela polonesa Kiedrzynek, que se tornou a grande figura do jogo. O PSG também melhorou o seu ataque posicional, com a entrada de Vero Boquete e o recuo de Formiga, que aos 39 anos, correu como nunca até o último minuto, ao contrário de suas companheiras, que pareciam esgotadas. Assim, as melhores chances de gol acabavam saindo em contragolpes ou erros das defensoras, mostrando bem o nível de competitividade da partida, que terminou sem gols em seu tempo normal e na prorrogação.
Nas penalidades, as duas equipes acertaram e erraram cobranças. Coube a goleira Sarah Bouhaddi dar o título ao Lyon, e não foi com as mãos, e sim com os pés, convertendo a sua cobrança decisiva, a da vitória por 7 a 6, logo após Kiedrzynek, de tão boa atuação nos 120 minutos, errar o seu disparo.
Imagens: FIFA e UEFA (respectivamente)