Passado praticamente um turno do Campeonato brasileiro, já é possível rascunhar um desenho das equipes que lutarão contra a queda para a Série B de 2018. E dá para dizer que ao menos 10, das 20 equipes da competição, correm risco entre moderado e grande de descender de divisão, incluindo alguns grandes clubes. Entre estas equipes, há uma similaridade: as constantes demissões de treinadores.
As equipes que lutam para não cair no Brasileirão 2017
O Atlético-GO já demitiu dois treinadores desde o começo do Brasileirão 2017, tendo mandado embora Marcelo Cabo e Doriva, com apenas 15 rodadas decorridas da competição. Com aquele que é, possivelmente, o pior elenco da Série A do Brasileirão, o time goiano tem dificuldade para potencializar a sua equipe, e precisará de um milagre no segundo turno para escapar da degola. Algo similar ao que ocorre com o Vitória, que após dispensar Petkovic, também já demitiu Alexandre Gallo, e parece que novamente irá lutar para não cair, como no ano passado, mas desta vez, com menor chance de permanecer na elite.
O Avaí, dos times da parte inferior da tabela, é um dos que mais parecem bem elaborados, mas tropeça nas próprias pernas. O time catarinense defende bem os espaços quando se propõe a tal, tendo arrancado cinco pontos em dois jogos contra Corinthians e Grêmio, mas peca quando precisa propor jogo, tropeçando nas próprias pernas. Também já derrotou o Botafogo no Rio, em jogo onde bateu um rival que também é forte na contenção, mas peca ao necessitar atacar em posicional, propondo as ações.
Depois da tragédia ocorrida em 2016, a Chapecoense se reconstruía bem em 2017, mas a diretoria, apesar do sucesso no estadual, parece ter detectado durante as primeiras rodadas do Campeonato, que Wagner Mancini tirava menos do elenco do que seus antecessores, Guto Ferreira e Caio Júnior o faziam, mesmo que com peças diferentes. Em decisão polêmica, Mancini foi demitido, dando lugar à Vinícius Eutrópio, que de fato, não melhorou muito o desempenho Condá.
O São Paulo vive um clima complicado. Mais um caso onde a política interna mina o ambiente de um grande clube brasileiro. O estilo de jogo mais completo e trabalhado, implantado por Rogério Ceni no primeiro semestre, não teve sequência com a demissão do M1TO. Dorival Junior assumiu o comando da equipe, e terá a missão de salvar o clube do rebaixamento. Mesmo com a debandada ocorrida na última janela, o elenco são paulino ainda é superior aos demais concorrentes diretos contra a queda, tem jogadores experientes como Hernanes e Pratto, e a obrigação de permanecer na elite.
Já o Atlético-PR começou o Campeonato com Paulo Autuori como técnico de um elenco envelhecido. Ele deixou o comando após a segunda rodada, e assumiu um cargo na diretoria, dando espaço para Eduardo Baptista assumir o comando técnico da equipe. Na 12ª rodada, os dois foram demitidos e deram lugar à Fabiano Soares, que tenta potencializar uma equipe que mistura veteranos e jogadores modestos, além de possuir pouco padrão de jogo, mesmo após seis meses de temporada nacional.
Antigo clube de Eduardo Baptista, a Ponte Preta tem deixado de lado o jogo aplicado pelo antigo comandante, por vezes aplicando um futebol com mais resguardos na defesa, e um jogo mais físico, apostando nos gols de Lucca no ataque. O Bahia tem ido pelo mesmo caminho com Jorginho, que assumiu a equipe após Guto Ferreira assumir o Internacional na Série B.
O Coritiba, até começou bem a competição. Se estruturando a partir de um sistema defensivo muito sólido, o time chegou a integrar o G-4 nas primeiras rodadas. Contudo, foi sentindo o peso das rodadas, e após 15 rodadas, com cinco vitórias, quatro empates e seis derrotas, Pachequinho foi demitido do comando técnico, dando espaço ao retorno de Marcelo Oliveira, que deve tentar retomar a solidez defensiva da equipe, na busca por permanecer na elite, e lutar por um lugar na Copa Sul-americana.
O Atlético-MG, trocou recentemente Roger Machado por Rogério Micale. O antigo lateral-esquerdo não conseguiu modernizar o DNA recente de futebol do Galo, muito enraizado na filosofia Cuca, com marcação pressão e jogo direto. Contudo, com a força do elenco do time mineiro, não é possível acreditar em queda. Também não era possível acreditar em um novo rebaixamento do Vasco, mas a instabilidade política, vem minando um projeto que era promissor, com a montagem de um elenco competente, para o técnico Milton Mendes lapidar. De todo o modo, o Vasco não deverá ser rebaixado, assim como o Fluminense. O técnico Abel Braga, apesar de contar quase com um elenco Sub-23, tem potencializado as forças do mesmo, aplicando um jogo de velocidade, que dá resultados, e pode levar o time à Copa Sul-americana de 2018.
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