Copa das Confederações 2017: Resumo final



Tivemos neste mês de Junho, a disputa da Copa das Confederações 2017, apenas com a final acontecendo em 2 de Julho. O torneio foi realizado na Rússia, apenas um ano antes do gigantesco país receber a Copa do Mundo, e trouxe preocupação para os anfitriões, que não conseguiram avançar de fase.

As seleções eliminadas na fase de grupos



A Rússia preocupa seu povo para a Copa do Mundo 2018, que irá sediar. O time do técnico Stanislav Cherchesov até mostrou evolução, um ano depois do fracasso na Euro 2016, mas acabou caindo ainda na primeira fase da Copa das Confederações. Nos três jogos que fez, a Rússia mostrou consistência e até mesmo dominou as ações sempre, mas só foi capaz de vencer a Nova Zelândia, mesmo assim sofrendo para marcar gols, algo que se repetiu contra Portugal e México.

Para não repetir o fracasso da África do Sul do Sul, anfitriã eliminada na fase de grupos da Copa de 2010, os russos precisarão evoluir o seu jogo sem ter partidas oficiais, o que dificulta ainda mais a tarefa. Já a Nova Zelândia, do técnico bielsista Anthony Hudson, mostrou que os recentes bons resultados nas categorias de base começam a ter reflexos na seleção adulta. O comandante aplica os seus conceitos, defendendo bem a área com cinco homens, que se impõe pelo alto e mandam bem por baixo, também dominando os rebotes. A circulação da bola no terço final do campo ainda precisa avançar, mas já melhorou muito nos últimos anos.

Outra seleção da Oceania a disputar esta Copa das Confederações, a Austrália, do técnico Angelo Postecoglu, mostrou mais do seu futebol ofensivo. O time mais uma vez iniciou a competição no 3-4-2-1, variando em alguns momentos, mas nunca deixou de valorizar a posse de bola e buscar o jogo apoiado, mesmo com as dificuldades para se colocar em campo rival, dependendo para isto, demais, do jogo de costas de Juric e Rogic.

As grandes seleções do mundo buscam jogar desta maneira, e como grande seleção da Ásia, e que busca ser uma das grandes seleções do planeta, a Austrália faz o certo ao buscar este modelo mais elaborado. O caminho da evolução do futebol no País e de seu selecionado ainda é longo, mas já está sendo percorrido.

Já a campeã africana, a seleção de Camarões, mostrou mais uma vez o seu jogo corrido, que depende muito da velocidade para defender e atacar. Quando atingia o seu cenário de caos, a seleção camaronesa conseguia competir bem, como foi na maior parte contra a Austrália, mas quando dominada, a seleção camaronesa oferecia pouca resistência. Dificilmente, o time voltará para a Rússia daqui há um ano, já que não deve se classificar na sua chave das eliminatórias africanas.


Portugal: desta vez, foi pouco


O estilo de jogo reativo da seleção portuguesa, mostrado no título da Eurocopa 2016, não tem trago os melhores frutos nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, e não deu certo nesta Copa das Confederações. Depois de passar sustos, e ser inferior em domínio ao México e a Rússia, Portugal foi dominado pelo Chile na semifinal, podia ter perdido no tempo regulamentar ou na prorrogação, mas acabou caindo só nas penalidades, diante de um Bravo monstruoso.

Analisando bem, os tugas terão de melhorar seu desempenho. Há material humano para fazer mais, e o time de Fernando Santos, caso queira ir à Copa e lutar pelo título, terá de fazer mais do que compactar bem atrás, buscar a transição e ativar Cristiano Ronaldo. É preciso melhor trabalho com a posse, aproveitando o talento dos vários jogadores portugueses que tem brotado nos últimos anos.


Outra seleção eliminada nas semifinais, o México do técnico colombiano Juan Carlos Osorio, foi outro selecionado a mostrar evolução, mas falhar. Os mexicanos aprimoraram bastante a sua proposta de jogo, trabalhando melhor a posse de bola e a pressão em campo adversário. Contudo, ainda precisam evoluir nestes quesitos, e especialmente nas duas áreas, já que o time sofreu muitos gols, e perdeu várias ocasiões importantes. Cenário que ficou claro na goleada sofrida contra a Alemanha por 4 a 1 na semifinal.


A grande final


A final da Copa das Confederações 2017, colocou frente a frente a melhor seleção da história do Chile e uma seleção alternativa da Alemanha, e mesmo assim teve os germânicos vencendo, mostrando bem a força do país no futebol na atualidade. A Alemanha joga valorizando a posse e a mentalidade vencedora desde as seleções de base, e colhe frutos até o profissional. Ganhou a Copa das Confederações com um time B, e a Euro Sub-21 com o Sub-21 B, em 48 horas. Enquanto isto, os titulares descansam, pensando em conquistar a Copa do Mundo de 2018, revalidando o título alcançado no Brasil.

Durante toda a competição, o Chile muito dependeu de marcar pressão no campo de ataque, buscando roubar em zonas adiantadas, o que talvez até explique o fato de Pizzi ter escalado Vidal entre a mediapunta e a posição de falso 9, trabalhando sempre na primeira linha de pressão. Contra a Alemanha,  a tática foi mantida, e serviu para um abafa inicial, logo contido pelo time de Löw.  E assim, aos 20 minutos de jogo, após um erro de Marcelo Díaz na saída de bola, Timo Werner tocou para Stindl, que cara a cara com a meta, não hesitou em marcar, para abrir o placar para a Alemanha.


Chile vs Alemania - Football tactics and formations


Com a vantagem no marcador, a Alemanha cresceu no jogo e controlou as ações, sofrendo muito pouco contra um Chile que tentava partir com tudo, na base da garra mesmo. Com calma, os alemães controlaram bem tudo, e pareceram até mais perto de ampliar, do que de sofrer o empate. O time germânico também passou a marcar os andinos em todo o campo, mas quando via as primeiras linhas de pressão batidas, retrocedia para um 5-4-1, que tentava ao máximo tirar a profundidade do ataque adversário. Fora isto, o quarteto Goretzka – Draxler – Stindl – Werner, é pronto para trazer pesadelos na hora da transição defensiva do adversário, e encontrou vários espaços, que por pouco não foram de fato aproveitados. As poucas oportunidades chilenas pararam nas mãos de ter Stegen, que assim garantiu esta taça inédita para o país.

Mesmo cheio de desfalques, este selecionado alternativo alemão se sagrou campeão. Este foi o primeiro título de Copa das Confederações da Alemanha, que se junta a Brasil, Argentina, e França, sendo a quarta seleção a se tornar campeã mundial, continental e das Confederações. Só lhe falta o Ouro olímpico no futebol masculino, muito embora ele já tenha vindo no feminino, onde a Alemanha também já foi campeã Mundial e da Euro. Já o Chile, já fez história, e só não foi mais longe por enfrentar na decisão o selecionado do país, que vai se tornando referência no planeta bola.

Na decisão do terceiro lugar, Portugal derrotou, na prorrogação, o México por 2 a 1. José Neto, marcando contra, abriu o placar para os mexicanos, mas Pepe deixou tudo igual. Na prorrogação. Adrien, cobrando pênalti, deu o triunfo aos portugueses.

O alemão Julian Draxler foi eleito o melhor jogador desta Copa das Confederações. O chileno Cláudio Bravo foi eleito o melhor goleiro, levando a Luva de Ouro, com Timo Werner recebendo a Chuteira de Ouro, após marcar três gols no torneio, mesma quantidade de Stindl e Goretzka, que contudo, precisaram de mais minutos para tal.






Imagem: Reuters