Não há muitas dúvidas de que, a grande movimentação da janela de transferências 2017-2018, de verão, é a ida de Neymar para o Paris Saint-Germain, confirmada recentemente. É unanimidade no meio do futebol, que o brasileiro é em potencial o futuro melhor jogador do planeta, o que não significa que necessariamente, ele vá algum dia ganhar o prêmio. Sua ida para o PSG só aconteceu por motivos que o próprio Neymar e seu Staff podem explicar, e de começo, em nada irá atrapalhar, ou acelerar qualquer processo.


Sim, Neymar será a grande estrela do PSG e da Ligue 1, algo que não era no Barcelona e em La Liga. Na França, terá os holofotes para si, mas não estará mais para onde os holofotes mais apontam. Neste sentido, qualquer busca por mais brilho não é óbvia, e só saberemos o resultado em campo, e com o passar dos anos. Mas, de fato, pouca coisa deve mudar na vida de Neymar. Ele já era a grande estrela da seleção brasileira, e será invariavelmente (ao menos que algo de muito diferente ocorra), o líder em um eventual projeto hexacampeão mundial.






No PSG, Neymar também será a grande Estrela de qualquer conquista, mas a questão é saber se ele estará de fato mais perto dos títulos do que no Barcelona. É muito mais viável imaginar o Barcelona campeão da próxima Champions League, do que o PSG, embora ambos sejam candidatos à taça.

No Barcelona, Neymar tinha como companheiros de ataque, dois dos melhores jogadores do planeta, Messi e Suárez, que potenciavam seu jogo, facilitavam suas ações, e ao seu lado formaram o trio que mais gerou recordes, gols e futebol noa últimos tempos. No PSG, Neymar terá companheiros de qualidade em campo, não só no ataque com Cavando, como mais atrás, com Dí Maria e Verratti, por exemplo. Jogadores que também podem potencializar as ações do atacante brasileiro. Se isto vai ocorrer, dependerá do encaixe gerado pelo impacto associativo e o sistema de jogo imposto por Unaí Emery. Vale lembrar, que o modelo empregado por Luis Enrique no Barcelona, por vezes não foi o melhor pará Neymar, especialmente na última temporada.

A adaptação de Neymar à Ligue 1 é outra questão a ser analisada. A Liga evoluiu muito recentemente, deverá evoluir mais ainda na próxima temporada, mas não perderá o seu jogo físico de tudo. Neymar encontrará circunstâncias de jogo diferentes das que enfrentava na Espanha por vezes, e terá de se adaptar à isso também, para efetivamente brilhar. Fora isto, as expectativas em torno dele em Paris, serão gigantescas. Neymar é a maior contratação da história, e será esperado que ele ultrapasse Ibrahomovic e se torne o maior jogador e o maior artilheiro da história do PSG. Acima de tudo, Neymar terá que alterar o patamar do clube, de um grande da França, para um gigante da Europa.




O técnico Unai Emery deverá manter o PSG no 4-3-3, variando para o 4-2-3-1. Neste contexto, Neymar seria o extremo esquerdo. A questão será resolver os problemas da equipe ao produzir com a bola. Por mais que tenha a posse, o time, na temporada passada, muitas vezes tinha problemas na criação, sobretudo por conta das características dos meio-campistas. Neste sentido, a colocação de Ángel Di María como interior seria uma boa. Neymar também poderá partir da extrema esquerda indo para o centro, num movimento semelhante ao de Cristiano Ronaldo no Real Madrid. Os extremos parisienses costumam fechar muito por dentro para atacar as linhas de defesa rivais na temporada passada, dando aos laterais a possibilidade de avançar e gerar profundidade.

A questão é que em Paris há realmente um projeto para transformar Neymar em um jogador do tamanho de Messi e Cristiano Ronaldo, e ele deverá ter estas condições. De fato, as cartas estão na mesa. Neymar trocou a estabilidade pela vontade de brilhar - e ganhar muito dinheiro. Se isto fará dele um jogador melhor e/ou mais respeitado, só o tempo dirá.


Imagens: Divulgação/PSG