Depois de quebrar um tabu de 27 anos e se tornar o primeiro bicampeão da era UEFA Champions League, o Real Madrid tentará repetir os feitos de Bayern e Ajax nos anos 70: ser tricampeão europeu de maneira consecutiva. Tricampeonatos são raros mesmo na Copa da UEFA, mas a ampla superioridade que o Real Madrid demonstra ter com relação aos adversários neste começo de temporada, mostra que o sonho pode sim virar realidade.

O Madrid mostra em campo um amplo padrão de jogo, e tem facilidade para enfrentar os mais diferentes cenários adversos, como nenhum outro time na atualidade. Se o seu adversário baixar suas linhas de marcação, o toque de bola apoiado gera cruzamentos e passes em profundidade, que vão encontrar espaços e/ou concessões na defesa adversária. Se o adversário sair para pressionar a defesa merengue,  verá os defensores, em especial Sérgio Ramos, baterem estas linhas de pressão, e abrirem espaços para os atletas de frente causarem estragos, que também são feitos se alguém quiser trocar transições com o esquadrão madrilenho.

Real Madrid - Champions League - Football tactics and formations

Com o coletivo extremamente afiado, as individualidades aparecem dentro do contexto. A mais impactante delas, no momento, é Isco. O centrocampista espanhol conquistou um lugar no time depois da lesão de Bale, e tomou seu lugar, facilitando ao técnico Zinedine Zidane a melhor implementação de elementos do jogo de posição, o domínio territorial, o controle da posse e a criação de espaços. Em um time sem extremos, os laterais Carvajal e Marcelo são os responsáveis pela profundidade, sustentados pelo ótimo trio Casemiro-Kroos-Modric no meio. Enquanto o brasileiro dá a sustentação sem bola, o alemão e o croata começam a criação junto com os zagueiros, Sergio Ramos e Varane. Benzema virou uma peça importante e quase invisível na engrenagem, com um Cristiano Ronaldo, menos sobrecarregado, mas aparecendo mais brilhante em campo.

Não será fácil para os adversários derrotarem este Real Madrid. Assim como já vivemos a era do Ajax de Cruyff, do Milan de Sacchi e do Barcelona de Guardiola, estamos vivendo a era de dominância do Real de Zidane. Um time que não traz uma revolução, mas mesmo assim domina os rivais e vence. O time alcançou um grau de maturidade tremendo, e parece só poder ser derrotado se for dominado, ou trocar transições com alguém capaz de o fazer estragos. A questão que fica, é se alguém será capaz disto, para impedir mais um título de Champions merengue, na final a ser disputada em Kiev, no mês de maio de 2018.




Imagem: UEFA