Há pouco tempo tricampeão da Liga Europa, o Sevilla caiu diante do Leicester nas oitavas-de-final da última UEFA Champions League, o que foi de certo modo decepcionante, dadas as expectativas geradas. O projeto do Sevilla, é algo grande, não no sentido financeiro, mas na concepção de futebol. O ex-diretor do clube, Ramón Rodríguez Verdejo, o “Monchi”, fez por anos um trabalho ótimo de garimpo, colocando jogadores sempre interessantes à disposição de treinadores que seguiam uma mesma linha. O bielsismo era uma tendência, mas na falta de um acerto com o próprio Marcelo Bielsa United Emery e Jorge Sampaoli foram dando sequência ao trabalho. O argentino conseguiu, de fato, subir o clube de patamar, mas acabou deixando a Andaluzia para assumir a seleção argentina. Seu substituto, foi um compatriota: Eduardo “Toto” Berizzo.


Sem sair muito às características buscadas na época da contratação de Sampaoli, Berizzo também tem muito do Bielsismo. Ele foi auxiliar técnico de Bielsa entre 2007 e 2010, na Seleção Chilena. Em seu trabalho no Celta de Vigo, Berizzo levou a equipe às semifinais da Europa League passada, atuando sempre dentro do estilo de jogo baseado em posse de bola e marcação pressionada pós perdas, na busca por roubos em zonas o mais adiantadas o possível.

Berizzo, não gosta muito de sistemas táticos com três zagueiros, ao contrário de Bielsa e Sampaoli, e atuava no Celta, geralmente em um 4-2-3-1, sem a mesma mutação das equipes dos técnicos anteriormente referidos. Sim, este não é o melhor sistema de jogo para o domínio das ações, mas nem toda a equipe tem condições de variar de um sistema tático para outro dentro do jogo, e assim, também é possível melhor se adaptar às circunstâncias de jogo, podendo recuar um pouco o time buscando a transição rápida, caso isto venha a ser necessário.

Até aqui, seu grande objetivo, é conseguir manter o nível do Sevilla alcançado por Sampaoli. Para isto, o Sevilla foi ao mercado na última janela, para buscar peças capazes de manter uma boa qualidade de elenco. O lateral-direito francês Sébastien Corchia veio para substituir Mariano, que foi para o Galatasaray, e pode ser considerado uma ótima opção. Nolito e Navas chegam para os extremos do campo, onde a equipe perdeu Vitolo para o Atlético de Madrid, além de Jovetic, que podia atuar por ali, mas voltou à Internazionale após o encerramento do período de empréstimo. Mais para a contenção Guido Pizarro veio do futebol mexicano com a missão de ser mais um Pivote no elenco, após Kranevitter não obter o desempenho esperado na temporada passada. Ever Banega chega para dividir a função de criação com Nasri, sobrecarregado na temporada passada. Aqui, a questão é saber como os dois irão lidar com o trabalho de pressão no meio que Berizzo gosta de implantar em suas equipes, buscando o roubo em zonas adiantadas para intensas transições. Berizzo irá reencontrar Michael Krohn-Dehli, jogador com o qual trabalhou nos tempos de celta, também tendo Steven N’Zonzi para atuar em diversas áreas do setor de meio.

Sevilla - Football tactics and formations


Na zaga, a grande contratação foi a do zagueiro dinamarquês Simon Kjaer. Mais para frente, o nome contratado foi o do atacante colombiano Luis Muriel, que é outra incógnita. Com problemas físicos e táticos no decorrer da carreira, o delantero terá de superar estas questões caso queira trabalhar bem com Berizzo. O trabalho dos atacantes, com e sem a bola, são fundamentais nas equipes dele, como podemos relembrar no Celta com Aspas e Guidetti. Muriel tem talento, mas é de fato uma jóia, tão valiosa, quanto frágil. Neste sentido, o trio Franco Vázquez, Joaquín Correa e Pablo Sarabia deve se adequar melhor ao modelo empregado.

Na teoria o Sevilla brigará pela liderança da chave E da UEFA Champions League com Liverpool e Spartak Moscou, sendo favorito ao lado dos Reds. A chave, ainda tem o Maribor.




Imagem: Sevilla