Depois de viver uma ótima fase com Valery Karpin no comando, o Spartak Moscou ficou de fora da fase de grupos da UEFA Champions League por alguns anos, mas em 2017-2018 retorna, graças ao título nacional conquistado na temporada passada. Além de reforços de qualidade, a efetivação do técnico italiano Massimo Carrera, que era assistente técnico de Dmitri Alenichev, demitido após a eliminação do Spartak na terceira fase preliminar da Europa League passada para o AEK Larnaca, foi fundamental para a formação de uma base vencedora.
Carrera foi assistente técnico de Antonio Conte na Juventus e na seleção italiana, mas não pode seguir com ele para o Chelsea. Se tornou o 11º treinador contratado pelo novo dono do clube, Leonid Fedun, que comprou a entidade em 2004. Um dos homens mais ricos do mundo, ele abriu o bolso no Verão de 2016 para contratar o centroavante brasileiro Luiz Adriano, e o russo Samedov. A chegada dos dois reforços, fez a diferença no decorrer da temporada. Além de Luiz Adriano, o Spartak ainda conta com três brasileiros no elenco: o volante Fernando (ex-Grêmio), o zagueiro Maurício (ex-Palmeiras), e o recém contratado atacante Pedro Rocha, comprado junto ao Grêmio, após um grande primeiro semestre no Brasil.
Mesmo tendo sido auxiliar de Conte, e jogado como zagueiro em seus tempos de atleta, Carrera não é de jogar cos sistemas com linha de três atrás, embora carregue consigo algumas características da Juventus e da seleção italiana de Conte, além do Chelsea atual, como a saída de bola bem trabalhada, o jogo pelos lados do campo e a pressão alta na marcação. Geralmente, o Spartak atuava em um 4-2-3-1, variando um pouco para o 4-3-3.
No gol, o veterano Rebrov era o dono da posição, tendo na sua frente o também experiente Salvatore Bocchetti, que chegou a sofrer com problemas de lesão na temporada. Com isto, o jovem Kutepov teve de formar a zaga em alguns jogos, ao lado do alemão Tasci. Nas laterais, os experientes Kombarov e Yeschenko garantiam experiência. No meio-campo, o brasileiro Fernando recuava bastante para ajudar na saída, enquanto Glushakov algumas vezes trabalhava ao seu lado, outras como interior. Zobnin, Popov e Quincy Promes formavam uma linha de três jogadores, que atuava por trás de Luiz Adriano. Destes, o extremo Quincy Promes, contratado junto ao Twente em 2014, foi a principal peça, sendo o vice-artilheiro da Liga russa.
Na teoria, o Spartak Moscou é a terceira força da Chave E da Liga dos Campeões 2017-2018, atrás de Sevilla e Liverpool, mas na frente do Maribor. Pelo atual padrão, não pode ser descartado como uma eventual surpresa, eliminando um dos favoritos, que não são na prática dos principais times do continente europeu.
Imagem: Spartak Moscou