Mais uma vez, a Holanda está gora da disputa de um grande torneio. Depois de ficar de fora da Euro 2016, também não disputará a Copa do Mundo de 2018 na Rússia. Nesta Terça-feira, o selecionado dos Países Baixos até venceu a Suécia por 2 a 0, mas precisava de um triunfo por mais 5 gols para superar o saldo dos escandinavos e ir à repescagem para o Mundial. Assim, acabou terminando em terceiro lugar no grupo A das eliminatórias européias, com os mesmos pontos da Suécia, mas perdendo neste critério de desempate.
A Holanda, anteriormente aos supracitados fracassos, foi vice-campeã mundial em 2010, na África do Sul, e terceiro lugar em 2014, no Brasil. Entre um pódio mundialista e outro, a Laranja, entretanto, amargou uma eliminação na fase de grupos da Eurocopa de 2012, disputada na Polônia e na Ucrânia, quando parte do seu elenco vice-campeão mundial se desfez. Fato é, que conseguiu juntar os cacos com Louis van Gaal no comando, e veio ao Brasil fazer um Mundial competitivo.
O veterano treinador organizou a sua equipe em um 3-4-2-1/5--4-1, que rendeu ótimos frutos, só parando nas semifinais, diante da Argentina. Não dá para negar, contudo, as dificuldades contra México e Costa Rica nas etapas anteriores, mas o elenco superou as expectativas, especialmente na goleada sobre a Espanha na primeira rodada, por 5 a 1. Louis van Gaal mesclou os veteranos Kuyt, Sneijder, Robben e van Persie com novidades como Depay.
O grande problema, foi que após a Copa de 2014 e a saída de van Gaal para o Manchester United, alguns veteranos foram se aposentando, enquanto outros perdiam nível. Em contrapartida, a renovação não se deu no volume desejado, e nomes como o supracitado Memphis Depay, não evoluíram na carreira em nível de clubes como era esperado. O resultado disto é um jejum já certo de seis anos para a Holanda sem disputar as fases finais de um grande torneio, algo que não ocorria de fato, há muito tempo.
As causas destes fracassos da Holanda no futebol masculino são várias. Depois de Guus Hiddink não classificar o time à Euro 2016, Danny Blind assumiu a Orange com a missão de a levar à Copa de 2018, e com poucos jogos foi demitido, dando lugar à Dick Advocaat. Com o veterano comandante, a Holanda até reagiu bem, até ser goleada por 4 a 0 pela França no estádio Saint-Denis. A missão contra a Suécia na última rodada era ingrata por conta da diferença no saldo de gols. Mesmo assim, o triunfo foi algo positivo, entre tantas coisas negativas.
A Holanda não deixava de ir à uma Copa desde 2002. Agora o futuro é incerto. Dick Advocaat não deve seguir no comando técnico em 2018, enquanto Robben não vai mais defender o time em campo. Aos 33 anos, o extremo do Bayern de Munique nunca se escondeu, e é um exemplo aos mais jovens. Contudo, seu corpo, castigado por lesões, vai pedindo descanso. Outros veteranos que ainda resistiam também devem deixar a Orange. O novo treinador que irá assumir a seleção holandesa no próximo ano, terá a missão de montar uma equipe quase nova e competir, em alto nível, somando valores ainda verdes em nível de seleção.
Para piorar a situação e mostrar que a fase não é boa, a Holanda, graças ao seu ranking UEFA, estará na primeira divisão da Nations League, o que na prática não é bom. O novo torneio da UEFA, dará aos campeões de suas quatro divisões uma vaga na Euro 2020. A primeira divisão terá Alemanha, Bélgica, Croácia, Espanha, França, Holanda, Inglaterra, Islândia, Itália, Polônia, Portugal e Suíça. Fica difícil de imaginar a Holanda como campeã aqui. Numa segunda divisão, com Áustria, Bósnia, Dinamarca, Eslováquia, Irlanda, Irlanda do Norte, País de Gales, República Tcheca, Rússia, Suécia, Turquia e Ucrânia, as possibilidades de taça seriam maiores.
Assim, se não for campeã da Nations League, a Holanda terá de lutar por uma das 20 vagas via Eliminatórias da Euro 2020. Ainda é bem possível que consiga, embora o passado recente holandês, não venha a dar garantias de nada.
Imagem: AFP