Atual campeão do Mundial de Clubes, o Real Madrid é o favorito ao título mais uma vez em 2017. Primeiro clube em toda era UEFA Champions League (pós-1992), a ser bicampeão europeu consecutivo, o time espanhol, vai aos Emirados Árabes Unidos tentando fazer história mais uma vez, podendo se tornar o primeiro bicampeão consecutivo, e o maior campeão alternado do Mundial de Clubes, desde que o mesmo passou a ser organizado pela FIFA. Vale lembrar, que o Madrid também já foi campeão na versão anterior do Campeonato Mundial, em 1960 e 2002.
A taça da Liga dos Campeões veio após uma vitória por 4 a 1 sobre a Juventus na decisão da Champions League 2016/17, no Cardiff Stadium, no país de Gales. E a temporada 2017/18 começou promissora, com a conquista das Supercopas da UEFA e da Espanha. O time tinha facilidade para enfrentar os mais diferentes cenários adversos, como nenhum outro time na atualidade. A principal tática para enfrentar um rival que optava por baixar suas linhas de marcação, era o toque de bola apoiado, gerando cruzamentos e passes em profundidade, para encontrar espaços e/ou concessões na defesa adversária. Se o adversário optava por sair para pressionar a defesa merengue, via os defensores, em especial Sérgio Ramos, baterem estas linhas de pressão, e abrirem espaços para os atletas de frente causarem danos, que também são feitos se alguém quiser trocar transições com o time madrilenho.
O problema deste sistema, é que ele exige demais dos interiores, dos laterais, e de Isco, no 4-3-1-2. Sem os mesmos vivendo fases muito inspiradas, a coisa conploca. O resultado é um Real Madrid, que apesar de ter avançado com tranquilidade para as oitavas-de-final da Champions League 2017/18, o fez fazendo dois jogos onde foi inferior ao Tottenham, e somou apenas um ponto em seis. Contudo, as vitórias contra o modesto Apoel, e o desastroso Borussia Dortmund de Peter Bosz vieram com tranquilidade, acompanhados da vaga. Em La Liga, mais uma vez o Real Madrid viu dificuldades em inúmeros duelos, especialmente em jogos com excessivos duelos físicos, e onde encarava linhas de cinco defensores, caso dos jogos contra o Tottenham na Champions e o Girona em La Liga. Mesmo assim, contra rivais que deram maior liberdade, os merengues por vezes também esbarraram em atuações fracas, dependentes demais dos cruzamentos dos laterais, que ficavam desapoiados, sem extremos no 4-3-1-2. Assim, foi ficando para trás, e vai precisar correr se quiser ultrapassar um Barcelona, que mesmo com dificuldades em seu jogo, foi se virando e somando pontos.
Já que o time joga sem extremos, cabe aos laterais Carvajal e Marcelo dar profundidade, o que exige muito do trio Casemiro-Kroos-Modric, e de Isco no meio. Enquanto o brasileiro dá a sustentação sem bola, o alemão e o croata começam a criação junto com os zagueiros, Sergio Ramos e Varane. Benzema virou uma peça importante e quase invisível na engrenagem, com um Cristiano Ronaldo, menos sobrecarregado, mas bastante tempo em campo, embora menos entre as linhas do que devia.
Com todos os problemas, o Real Madrid ainda é amplo favorito ao título do Mundial de Clubes, e só um eventual duelo contra o Grêmio deverá lhe trazer maiores problemas, mesmo que, na temporada passada, o Kashima Antlers tenha incomodado bem mais que a encomenda.
Imagem: FIFA.com