A história do Futebol

Falar no Paris Saint-Germain como um time da Periferia da UEFA Champions League parece estranho nos dias de hoje, mas não era nos anos 90. O clube até já havia disputado uma edição da Copa dos Campeões, em meados dos anos 80, mas após passar por um período de dificuldades, só retomou as glórias na temporada 1993/94, quando conquistou a Ligue 1 e o direito de jogar a Liga dos Campeões de 1994/95.

A Europa começaria a partir dali, a conhecer Paris como uma grande capital do Futebol. Sim, pois até ali, apenas Olimpique de Marselha, St Etienne e Stade Reims eram os franceses com boas campanhas na Liga dos Campeões. A história começaria a mudar com esta participação do Paris Saint-Germain, logo na fase de grupos desta temporada 1994/95. Foram seis vitórias em seis jogos, contra os tradicionais Spartak Moscou, Dínamo de Kiev, e Bayern de Munique, com uma performance de 12 gols marcados e apenas três gols sofridos. O ponto alto da campanha foi nas quartas de final, quando o Paris Saint-Germain conseguiu um empate em 1 a 1 com o Barcelona, no Camp Nou, gol de Weah, e venceu na França por 2 a 1, com gols de Raí e Guérin.

Na semi-final, o time não seria páreo para o Milan, que derrotou os Parisienses em pleno Parc des Princes por 1 X 0, e no San Siro, por 2 X 0. Este time do PSG foi a cara dos bons esquadrões de antes da lei Bosman: três estrangeiros que realmente faziam a diferença, no caso os brazucas Rai e Ricardo e o grande centroavante liberiano George Weah, somados à uma boa geração de atletas locais, como Ginola, Guerin, Le Guen, Bravo, Cobos, Roche, Allou, M'Boma, Domi, Nouma, e Lama. Além desta semi-final e da Ligue 1, o time ainda conquistou a Recopa Européia no ano seguinte, batendo o Rapid Viena por 1 X 0, no retorno de uma final de competição da UEFA à Heysel, cidade onde aconteceu o já citado aqui desastre, na final da Copa Européia de 1985. Ainda seria vice-campeão desta mesma Recopa na temporada 1996/97, perdendo para o Barcelona de Ronaldo na final.

Nestas duas situações, o clube já não contava com Weah, que havia se transferido para o Milan, onde ganhou o prêmio da FIFA de melhor jogador do Mundo em 1995. A França só voltaria a ter seus momentos de glória na Liga dos Campeões em meados dos anos 2000, quando o Mônaco seria vice-campeão em 2004. Mas isto é assunto para outro capítulo.