Desde o começo da temporada, Real Madrid e Paris Saint-Germain eram considerados, os grandes favoritos ao título da Liga dos Campeões 2017/18. Com o transcorrer dela, muitas coisas aconteceram, e os dois hoje não são mais considerados os principais favoritos à taça, papel que cabe ao Manchester City de Guardiola, e o Barcelona de Valverde, mas ambos ainda merecem muita consideração e respeito nesta luta. No jogo da ida, no Santiago Bernabéu, o Real Madrid fez valer a sua hierarquia, e venceu por 3 a 1, o que lhe garantia uma certa vantagem para o jogo de volta, no Parc des Princes. Além disto, o Paris Saint-Germain não pode contar com o lesionado Neymar, contratado em 2017 por um valor recorde para elevar o patamar do clube, justamente no jogo mais importante do ano. Contudo, quando a bola rolou no Parc des Princes, eram onze contra onze, e uma nova história sendo escrita.

E quis o destino que este jogo de volta ocorresse justamente no dia do aniversário de 116 anos do Real. Zidane e seus comandados não podiam entregar um presente de grego ao torcedor. Por isso mesmo, o treinador francês entrou em campo com um XI para enfrentar o time parisiense, sem Neymar. Unai Emery, quando não tem o brasileiro, geralmente atua com pontas de pé natural, e Daniel Alves e Yuri Berchiche nas laterais. Com Thiago Motta de primeiro volante, e Rabiot e Verratti na base alta do triângulo, o PSG teria muito jogo pelos lados, e pouco trabalho entrelinhas. Pois assim, Zidane escalou Lucas Vazquez e Asensio nas pontas, em um 4-4-2 em linha, com Casemiro e Kovacic no miolo do meio, e Modric e Kroos preservados. Sem o controle da dupla, a aposta foi clara pela velocidade pelos lados para atacar.


Real Madrid vs PSG - Football tactics and formations


Assim, desde o começo do jogo, o Real Madrid controlou os espaços que o PSG usava, e a partida. O time parisiense tinha dificuldades para acelerar no terço final, e não jogava entre as linhas do Real, onde teria mais espaços. Também parecia perdido Emery, que não enxergava os espaços, e deixou seu time mais preocupado em não sofrer contragolpes, do que em reverter a desvantagem.
Assim, o Real controlou os ataques do rival, dividindo a posse de bola e tendo as melhores chances. Na primeira, Aréola parou Sérgio Ramos, e na segunda, Benzema perdeu um gol cara a cara com o arqueiro. O Paris Saint-Germain apenas ameaçou no final do primeiro tempo, com uma chegada de Mbappé pela direita. Tanto Mbappe, quanto Dí Maria, ficaram sem ajuda dos laterais, e jogando pelo meio, assim como Cavani, abriam e tentavam diagonais, mas, especialmente o prodígio francês, errou muito na tomada de decisão. E tivemos mais uma grande atuação de Sérgio Ramos, outro jogador que se transforma em noites européias.

O segundo tempo começou mais movimentado, com os dois laterais do PSG no campo de defesa merengue. Entretanto, depois de um erro de Daniel Alves, que perdeu a bola pela direita, Asensio roubou, e Vázquez achou Cristiano  Ronaldo na segunda trave. O português, de cabeça, abriu o placar. O gol de CR7 tombou o PSG, bem penalizado por um Madrid, que ficou ainda mais perto das quartas depois de Verratti, ser expulso. O time francês ficou desamparado, com medo de levar uma goleada. A entrada de Pastore trouxe jogo entrelinhas para o PSG, mas era tarde.

Nem sequer o gol de Cavani trouxe ânimo. Entre um arremate de Asensio no poste, e outro de Lucas Vazquez, apareceu Casemiro para selar a vitória, com um gol de rebote, como foram a maioria dos gols da eliminatória, decretando o 1 a 2 final, e o 5 a 2 no agregado.

O Madrid segue vivo na Copa dos Campeões, sonhando com Kiev. Já o PSG agora sonha com Madrid, onde será realizada a final da Champions  2019. Tombado em seu Parque, ficará mais um ano dentro da França, sem conquistar a Europa.





Imagem: UEFA