Atlético Nacional x Milionários: o Clássico colombiano


Por mais que tenham rivalidades localizadas com Independiente Medellin, e Independiente Santa Fé, Atlético Nacional e Millonarios são as grandes forças históricas do futebol colombiano, lutam por títulos nacionais, e já se enfrentaram pela Copa Libertadores da América, pela Copa Sul-americana, e pela extinta Copa Merconorte.

No final dos anos de 1940, tivemos grandes revoluções no futebol colombiano. Enquanto a federação de futebol local queria seguir no amadorismo, os clubes queriam se profissionalizar, o que levou à uma cisão. As agremiações fundaram assim a Liga Dymaior, que não era reconhecida pela FIFA. Os clubes podiam assim contratar qualquer jogador sem arcar com os direitos federativos, já que não tinham vínculo algum com federação, pagando apenas salários. O futebol colombiano atraiu diversos jogadores do restante da América, e até da Europa, tendo até Estádios novos, e o melhor jogador do planeta, Alfredo di Stéfano, que defendeu o Millonarios, após sair do River Plate, e antes de ir para o Real Madrid.

O primeiro jogo entre Atlético Nacional, na época ainda Atlético Municipal, e Millonarios, foi válido pelo campeonato da Primera División de 1948, num domingo 3 de outubro, em Bogotá, com vitória do time antioqueño por 4–3. Durante os primeiros 25 anos de futebol profissional colombiano, a diferença entre os dois clubes era bem ampla, pois o Millonarios contava com bem mais força, somando 9 títulos de Liga, e duas Copas Colombia, enquanto que o Atlético Nacional, só havia sido campeão da Liga en 1954. Ao todo, já tivemos 274 partidas jogadas pela dupla, com 81 vitórias do Atlético Nacional, 108 triunfos do Millonarios, além de 85 empates. A maior goleada do clássico por parte do Atlético Nacional 5 x 0 Millonarios, no dia 10 de agosto de 2014. No dia 29 de abril de 1951, o Millonarios também havia fez um 7 a 0 no Atlético, com dois gols de Di Stéfano, naquela que é maior goleada da história do confronto. Alexis García, com 50 partidas, é quem mais entrou em campo no clássico, enquanto Osvaldo Marcial Palavecino, que jogou pelos dois lados, marcou 15 gols no duelo, e é o maior artilheiro do mesmo.

Nos primeiros anos, o Atlético muito sofreu com di Stéfano e Adolfo Pedernera, a dupla argentina do Millonarios. Mas após o tratado de Lima, onde os clubes da liga Dymaior voltaram a ser federados, as coisas começaram a se emparelhar mais. Em 1971, o Atlético Nacional disputou o quadrangular final da liga, junto de Millonarios, Santa Fe e Deportivo Cali. Uma vitória dos Esmeraldas por 0 a 1 no El Campín, tirou o título do time azul, e o deixou com o Santa Fé. A partir daí, os anos de 1972, 1973, 1976 e 1978, tiveram Atlético Nacional e Millonarios disputando títulos colombianos, com os azuis ficando com a taça em 1972 e 1978, e os verdes em 1973 e 1976.

O primeiro duelo internacional entre Millonarios e Atlético se deu na Copa Libertadores de 1974, quando os azuis eliminaram o Atlético Nacional, então atual campeão colombiano, vencendo por 3 a 0 em Medellín, e por 2 a 1 em Bogotá. Em 1989, contudo, o Atlético Nacional se tornou o primeiro clube colombiano campeão da Libertadores da América, algo que se repetiu em 2016, quando os Esmeraldas venceram o Independiente del Valle, do Equador, na primeira final 100% Merconorte da história da competição. Em 1995, os Esmeraldas ainda perderam a final da Libertadores para o Grêmio, enquanto em 1989 acabaram derrotados pelo Milan na Intercontinental/Mundial. Em 2016, o clube foi derrotado pelo Kashima Antlers na semifinal do Mundial, e terminou a competição no terceiro lugar.

Ainda em 2016, o Atlético Nacional cedeu o título da Copa Sul-americana à Chapecoense, após o avião do clube catarinense cair antes da disputa do jogo de ida da final entre ambos. O episódio mostrou muita solidariedade, mesmo por parte de rivais como o Millonarios, mostrando que os mesmo não são inimigos.