Depois de um começo de temporada pouco promissor, com a saída de Neymar para o PSG, o Barcelona foi se encontrando, sob o comando de Ernesto Valverde. Esta nova versão barcelonista vinha sendo letal, sobretudo por saber muito bem ativar Messi. Ao ser sorteado o confronto das quartas-de-final, entre o Barça e a Roma de Di Francesco, se sabia que a chave do confronto seria a dificuldade da Loba para defender zonas interiores. Essa dificuldade romanista resultou em ações precipitadas na ida, disputada no Nou Camp, e na goleada sofrida por 4 a 1, o que dificultou a missão para a volta.
Mas, este Barcelona de Valverde, se caracterizou na temporada por ser uma equipe de atacar com pouca velocidade, e menos gente no terço final. Sim, o time é muito competente no pressing, e na transição defensiva, mas na defesa posicional, corre riscos. E foi esse o risco que Valverde assumiu: passar muito tempo em defesa posicional, contra a Roma, no Stadio Olímpico. Levou 3 a 0, e no agregado, o Barcelona está eliminado da Champions League.
É importante lembrar, que em momento algum, o time italiano foi medroso. Impôs uma marcação alta, pressionando os defensores blaugranas, para os mesmos quebrarem a bola, e assim disputar o rebote. Com apenas seis minutos de jogo, De Rossi lançou Dzeko, que protegeu bem, bateu Pique na corrida, e chutou para a abertura do placar.
A marcação da Roma era perfeita ao cortar linhas de passe. Schick era o extremo direito, e cortava a linha de passe de Umtiti ou ter Stegen para Jordi Alba. Nainggolan, o extremo esquerdo, cortava a linha de passe de Semedo. Uma cobertura era feita pelos demais giallorossi, com De Rossi e Strootman marcando Rakitic e Busquets, que nunca recebiam a bola livres. E Manolas cuidava do espaço entre as linhas, como zagueiro de sobra.
A partir daí, o Barcelona era obrigado a jogar direto com os extremos, ou Suárez, que foi controlado por Fazio e Juan Jesus. O plano de Di Francesco deu um nó no Barcelona, e o nível que seus jogadores estiveram, ajudou nisto. Quando a saída da Roma era pressionada, e o jogo direto era usado, Dzeko recebia muito bem de costas, colocando sua equipe em campo rival. Assim a loba devorou o time blaugrana.
No restante do primeiro tempo, a pressão alta da Roma seguiu forte, só baixando um pouco na reta final. Mesmo assim, o Barcelona não conseguia passar pelo trio de zagueiros, formado por Fazio, Manolas e Juan Jesus, e vivia de tentativas isoladas de Messi.
Na segunda etapa, a pressão alta da Roma seguiu. Em mais um bom lance de Dzeko, o bósnio recebeu, ganhou de Pique na corrida física, e foi derrubado na área. O juiz marcou pênalti, convertido por De Rossi, que aproximou os italianos da vaga. A partir daí, a Roma passou a pressionar mais ainda, e e a alçar bolas na área. Após um escanteio cobrado por Kolarov, Manolas tocou ao gol de cabeça, para fazer o terceiro gol da Roma, que lhe dava a classificação. Com o placar adverso, o Barcelona foi para cima, mas mais uma vez, depende de Messi para levar perigo. O argentino tentou muito, mas a Roma limpou muito bem a sua área, liderada por Fazio e companhia, assegurando assim o triunfo.
É o terceiro ano seguido que o Barcelona cai nas quartas-de-final da Champions, o quarto, em cinco temporadas. Desde a saída de Guardiola e Tito Villanova, o clube só passou desse estágio uma vez, em 2015, quando foi campeão europeu. A hierarquia que sobra em La Liga, falta na UCL.
Imagem: Olé
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