A Copa do Mundo de 1966 pode ser considerado um divisor de águas na história do Futebol português. Após a não ida à Copa do Mundo de 1962, o time luso fez sua melhor campanha em Copas nesta edição, com Eusébio, aquele que é para muitos o maior jogador português da história, como líder.

No Mundial de 1966, o português Manuel da Luz Afonso era o responsável por convocar o time, que era treinado de fato pelo brasileiro Otto Glória. O arqueiro do Belenenses, José Pereira, se tornou o goleiro titular da equipe. A defesa, era formada João Morais, Baptista, Vicente e Hilário. O meio-campo, começava por Jaime Graça e, um box-to-box, enquanto o grande armador de jogadas, era Mário Coluna, que tinha missão de municiar quatro atacantes, todos seus companheiros de Benfica. Pela extrema-direita, atuava José Augusto, jogador de ótimo drible e finalização. Pelo setor esquerdo, atuava António Simões, outro excelente driblador.

O grandalhão José Torres, era o centroavante, atuando ao lado de Eusébio, o Pantera Negra. Principal figura da equipe, era uma forte arma de desequilíbrio, com gols, dribles e assistências, fazendo a engrenagem funcionar. Portugal ficou no grupo D das Eliminatórias Europeias para a Copa, e terminou na primeira colocação,  à frente de Tchecoslováquia, Turquia e Romênia, se classificando para o Mundial sem dificuldades.

Portugal estreou na Copa do Mundo de 1966 enfrentando a Hungria. O selecionado magiar já não mais contava com craques como Ferenc Puskas, Sándor Kocsis e Zoltán Czibor, mas fez um jogo duro em Old Trafford. Apesar disto, Portugal venceu por 3 a 1, com dois gols de José Augusto e um de José Torres.

Na sequência, Portugal goleou a Bulgária por 3 a 0, com gols de Eusébio e Simões, e mais um tento contra. Na terceira rodada, os portugueses derrotaram o Brasil de Pelé e companhia no Goodison Park, com dois gols de Eusébio e um de Simões (Rildo fez o gol brasileiro). Está vitória não só classificou Portugal, como eliminou a ex-colônia.

Nas quartas-de-final, a classificação veio contra a surpreendente Coréia do Norte, que havia eliminado a Itália, anteriormente. Os asiáticos chegaram a abrir 3 a 0, em apenas 25 minutos de jogo.  Mas, Eusébio marcaria na sequência quatro gols, viraria o jogo para 4 a 3, e ainda veria Augusto marcar o quinto tento lusitano. Portugal chegava as semifinais, onde perderia para a Inglaterra, futura campeã daquela Copa do Mundo.

Ainda havia a possibilidade de disputar o terceiro lugar contra a URSS, e Portugal não desperdiçou, vencendo por 2 a 1, e cavando um lugar no pódio, em sua melhor campanha nos Mundiais. Eusébio, com nove gols foi o artilheiro desta Copa, escrevendo de vez o seu nome na história.

Somente 40 anos depois, em 2006, Portugal voltaria a disputar uma semifinal de Copa. Com Cristiano Ronaldo e Figo, chegou em quarto lugar no Mundial disputado na Alemanha, perdendo a disputa do último lugar no pódio, justamente para a seleção da casa, após ser eliminado pela França na semifinal, mas ainda sem superar as façanhas de Eusébio e sua trupe.




Time-base: José Pereira; Morais, Baptista, Vicente, Hilário; Jaime Graça, Mario Coluna; José Augusto, Eusébio, Torres, Simões. Téc: Otto Glória