Depois de muitos anos, a Inglaterra volta a ver seus clubes fazendo duelos locais nas quartas-de-final da UEFA Champions League. A Premier League havia colocado cinco clubes na fase de grupos da máxima competição europeia, e os cinco avançaram para o mata-mata. Sim, tudo bem, três deles ficaram pelo caminho nas oitavas-de-final, mas Liverpool e Manchester City seguiram adiante, e quis o sorteio que eles se enfrentassem justamente nesta penúltima etapa antes da final.  

O duelo inglês era desde o sorteio cercado de expectativas, não só por ser local. O Manchester City de Pep Guardiola é uma das equipes que melhor joga futebol nesta temporada europeia, e o Liverpool de Jurgen Klopp foi quem melhor soube enfrentar até aqui os Citizens, tendo inclusive os derrotado também no dia 14 de janeiro, em duelo válido pela Premier League.

Liverpool vs Manchester City - Football tactics and formations


O jogo de número 179 entre Liverpool e Manchester City, o primeiro internacional, começou com um Liverpool avassalador. O City entrou em campo com Gundogan pela extrema direita, e Sané na ponta esquerda, setor onde Laporte era lateral. A intenção de Guardiola era possivelmente concentrar a posse por um setor, e inverter para o outro, deixando Sané no 1x1. Mas isto não ocorreu. 

O Liverpool de Klopp se impôs, através da pressão alta, do pressing, e da posse de bola, que durante o primeiro tempo foi vermelha. Quando o City possuía o esférico, não conseguia produzir, e ao perder, sofria com a transição ofensiva dos Reds, que aceleravam em busca do gol. Ao iniciar os ataques, trabalhavam mais na defesa, até se instalar no campo rival, sabedores que a capacidade de pressionar e roubar em zonas adiantadas do City também é boa.

E assim, foram caindo os gols do Liverpool. Primeiro, foi Salah quem foi acionado em velocidade. Cara a cara com Ederson, Firmino não conseguiu marcar, chutando para defesa do goleiro. Mas, o brasileiro pressionou, e a bola voltou em Salah, que na área, arrematou ao gol, e abriu o placar. Se o primeiro gol saiu em transição, o segundo mostrou como a capacidade do Liverpool de trabalhar em ataque posicional aumentou. Na seqüência de uma boa saída de jogo, Ox Chamberlain arrematou de fora da área, sem que Ederson conseguisse defender, fazendo o 2 a 0. A zaga do City, em especial Kompany, também defendia muito mal a área. E foi assim que Mané apareceu no segundo poste, após um cruzamento da direita, para fazer o 3 a 0.

No segundo tempo, o Liverpool recuou as suas linhas, e passou a defender muito e bem a sua área e arredores, buscando a transição em campo aberto. O Manchester City, mesmo com a posse de bola, não conseguia pisar na área sem os apoios do lesionado Aguero, com Gabriel Jesus preso entre os defensores. O tempo foi passando, o Liverpool foi se segurando, e controlando os espaços. Assim carimbou um triunfo por 3 a 0, que lhe garante enorme vantagem para a partida de volta, na semana que vem, podendo perder por até dois gols de diferença, ou até por três, contanto que também balance as redes.



Imagem: Liverpool FC