O PSG, no começo da temporada, foi até a Espanha contratar Neymar, junto ao Barcelona, pelo valor recorde de 220 milhões de euros. O valor espantou o mercado, mais do que dobrando o montante pago pelo Manchester United para comprar Pogba, um ano antes, e que o havia convertido no até então atleta mais caro de todos os tempos. Neymar chegou para elevar o patamar do clube, algo que socialmente até ocorreu, mas esportivamente, nem mesmo seu talento sozinho, foi capaz de fazer isto.

Além de Neymar, o Paris Saint-Germain ainda buscou as contratações dos laterais Yuri Berchiche e Daniel Alves, e do atacante Kilyan Mbappé, um dos maiores fenômenos surgidos nos últimos anos. O grande problema, foi a falta de critérios na hora de contratar. Buscar Neymar e Dani Alves, já tendo Dí Maria, por exemplo, não proporciona um bom encaixe nem na direita, nem na esquerda, onde Ney costuma atuar. Não a toa, as melhores atuações do PSG na Ligue 1 foram com um dos três ausente, mas em especial com Dí Maria em campo, e um dos brasileiros fora. Para os três atuarem juntos, ou Mbappé, ou Cavani, deveriam sobrar do time, e além disso, Mbappé pouco pode atuar no centro do ataque, onde rende melhor.

Unai Emery, até agora, não conseguiu montar um time em Paris. A equipe não tem mecanismos como era o seu Sevilla, por exemplo. Não há política de contratação, nem de equipe. Faltava um volante sem Thiago Motta, lesionado, e o clube sondou Seri, Fabinho e Diarra, contratando o último. Três jogadores totalmente diferentes, em termos de características. Mas no fim, quem mais jogou na frente da área foi o argentino Gio lo Celso, interior/mediapunta de origem. Draxler e Pastore pareceram sub-aproveitados, mesmo com potencial para trabalhar entre as linhas.
Os movimentos de Neymar buscando a base da jogada, a partir da ponta, camuflaram as faltas de mecanismos do time. 

Mesmo assim, o talento do brasileiro, a individualidade de Dí Maria, o super elenco, e a cota de gols entregue pelo mesmo, foram suficientes para a retomada da conquista da Ligue 1, que havia ficado com o Monaco na da temporada passada. E o título foi confirmado, justamente após uma vitória sobre o vice-líder Monaco, por 7 a 1, em um jogo onde Neymar e Mbappé nem estiveram em campo.

A taça veio sem sustos, pois a diferença para o próprio time do principado, o Olimpique Marsella, e o Lyon, é grande. Mas para jogar na Europa, contra as potências continentais, é preciso um projeto mais consistente.




Imagem: Ligue 1