Depois da goleada fora de casa, quando fez 3 a 0 em Turim, o Real Madrid já havia deixado encaminha a sua classificação para as semifinais da UEFA Champions League 2017/18, algo que foi ratificado nesta quarta-feira, mas com muitos sustos, quando fez a volta no Santiago Bernabéu e perdeu por 3 a 1 para a Juventus. O time merengue sonha com o tricampeonato europeu consecutivo, algo que não ocorre com nenhum clube desde os anos 70, e a sua incrível 13° taça do torneio. Mas encontrou um desafio inesperado no caminho.
O Real Madrid sofreu sem Sergio Ramos. A defesa dos espaços na área, contra Mandzukic e Higuaín, foi precária, e a pressão alta e intensa da Juventus fez o time errar nas saídas. Ramos é especialista em defender a área em grandes noites e bater pressão, e é talvez o jogador mais dominante em Champions League nos últimos anos, mesmo sendo contemporâneo de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Durante o jogo todo, a Juventus buscou retomar a bola em zonas adiantadas, sem se preocupar em dar espaços nas costas das linhas, e a partir daí circular a bola, aproveitar a superioridade pelos lados, e fazer o cruzamento por cima, fazendo Mandzukic, no segundo pau, duelar com Dani Carvajal. Assim, castigou o Real, mas no fim, acabou castigada.
A Liga dos Campeões é cruel. Ela é tudo ou nada. O gol de pênalti de Cristiano Ronaldo foi doloroso para a Vecchia Signora, que mesmo um cenário desfavorável, foi superior durante os 90 minutos, marcou três gols contra o Real Madrid, em pleno Santiago Bernabéu, e poderia ter sido ainda mais avassaladora. Zidane optou por escalar o jovem Vallejo no lugar de Ramos, e jogar com Gareth Bale no lugar de Karim Benzema, e Isco no meio. A intenção era ter a bola, e apostar na velocidade. Sabendo disto, Allegri, buscou jogar pelos lados, e infiltrar com seus dois interiores, nas costas dos interiores do Real Madrid, Kroos e Modric. Vendo a dificuldade do Real para marcar pelos lados, sacou De Sciglio ainda no primeiro tempo, e colocou Lichsteiner, para ganhar o corredor. Marcelo, sem ajuda, tinha dificuldade para defender o seu lado, e sofreu com os avanços finais.
Apenas após a Juventus marcar duas vezes com Mandzukic, e uma com Matuidi, Zidane conseguiu encaixar a marcação, ativando seu plano B. Postou Kovacic no meio, e botou Asensio e Vasquez pelos lados. Com os extremos, melhorou os movimentos de marcação pelos lados, e passou a sofrer menos, além de conseguir ter mais a posse cadenciada,q ue é característica da equipe. O controverso pênalti no final do jogo, em muito também foi decorrência disto, apesar de no começo mais intenso, o Real também ter criado uma ou outra oportunidade, para balançar as redes.
Jogo de hoje a parte, o que o Real Madrid de Zidane faz na Champions League, é assustador. Quando as principais peças do elenco ativam o seu modo "Noites Européias", o time se torna quase imbatível. Desde a temporada 2013/14, o Real Madrid não é eliminado na Champions com Zizou no banco, como treinador ou auxiliar, e com Modric e Kroos em campo, também não o foi. Após as instabilidades na primeira metade da temporada, as classificações contra PSG e Juventus vieram para ratificar que o Rei da Europa ainda não foi posto.
Agora, o Real Madrid aguarda o sorteio das semifinais. Seja qual for o seu adversário, terá a ingrata tarefa de competir contra o Real e sua hierarquia na Europa.
Imagem: UEFA/Champions League
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