Atlético de Madrid e Olimpique de Marselha, fizeram nesta quarta-feira, no Parc OL, na França, a grande decisão da Europa League 2017/18. O segundo torneio de clubes mais importante, entre os organizados pela UEFA, ganha a cada edição maior representatividade, e isto fica claro quando um projeto como o do Atlético, decide o torneio com o primeiro campeão da era-moderna da UEFA Champions League. O OM buscava voltar a levantar uma taça européia, depois de 25 anos, mas sabia que o Atlético era o favorito.
O jogo do Marseille, em muito passa por acumular jogadores em um lado, e circular a bola por lá, esperando a ruptura do outro, e que o talento de Payet apareça. O time não fica confortável defendendo em campo próprio, como já havia mostrado na temporada, ao contrário do Atlético, que ainda guarda um pouco da sua hierarquia defensiva no DNA, em especial com Godín, e tem um contragolpe letal, com seus dois atacantes, Diego Costa e Griezmann, sendo arco e flecha para somar em transições em campo aberto. O time colchonero também tem seus argumentos para competir atacando com posse no campo do rival, o que explica, porque era favorito.
A partida começou intensa no Parc OL. O time de Simeone, que estava suspenso, e deixou Germán Burgos no banco, teve Correa na extrema direita do 4-4-2, com Vrsaljko e Lucas Hernández nas laterais. Já Rudi Garcia preferiu a força de Anguissa na volância, e a capacidade de Luiz Gustavo na zaga, ao invés de ter Lopez, e Rolando. Logo no começo do jogo, em uma saída rápida, Payet tocou para Thauvin, que serviu Germain atacando o espaço. O atacante francês ficou cara a cara com Oblak, nas chutou por cima. O Marselha parecia mais ligado, e tinha a iniciativa, finalizando bem mais no começo. O Atlético, mais nervoso, tinha dificuldades para entrar no jogo. Como dito acima, o Marselha tem a sua grande força na linha de meia-atacantes, especialmente quando acumula Payet e Thauvin no lado direito, e Ocampos fecha por dentro. Na posição central do ataque, Rudi Garcia não conseguiu encontrar um titular absoluto. Neste sentido, a entrada de Germain foi fundamental para achar espaços no começo, e atrapalhar a defesa do Atlético.
Mas, aos poucos, o Atlético foi se acalmando, e a sorte sorriu para ele. Após um recuo de Luiz Gustavo, Mandanda passou com força, enquanto o Atlético subia as linhas para marcar pressão. Anguissa, que vinha muito bem auxiliando Payet e Thauvin na direita, não conseguiu dominar. Gabi pegou a bola que lhe escapou, e serviu Griezmann, que cara a cara com Mandanda, chutou no canto para abrir o placar. O gol trocou o nervosismo de lugar, passando para o OM. O Atlético passou a controlar melhor a altura da sua marcação, roubar em zonas adiantadas, e trancar o lado esquerdo de defesa, concentrando bem Koke e Saúl por lá. Mas a coisa piorou mesmo para o time da França após Payet sair de campo, sentindo a lesão que já vinha lhe incomodando, e dando lugar à Lopez.
Sem Payet, o Marselha perdeu bastante. Anguissa se somava ainda mais ao setor direito, e Luís Gustavo subia para a função de volante. A partir daí, Ocampos partindo contra Correa e Vrsaljko, com a ajuda de Amavi, passou a ser o melhor argumento do OM. A equipe também perdeu a capacidade de roubar em zonas adiantadas, até porque Anguissa sentiu o erro, e deixou de somar roubos. Assim, sofreu com a transição defensiva, e apenas viu o Atlético controlar os espaços através da marcação, e assim, dominar o restante do primeiro tempo.
Na segunda etapa, o Atlético entrou em campo bem ligado, e ampliou sua vantagem. Após uma disputa aérea de bola, a mesma sobrou para Koke, que serviu Griezmann, entrando cara a cara com Mandanda. Logicamente, o francês não perdoou, e fez seu segundo gol no jogo. Já perdendo por dois gols de vantagem, Rudi Garcia sacou Ocampos, e colocou N'Jie em campo, perdendo mais uma válvula, com o argentino claramente cansado, por conta da intensidade com a qual estava jogando. A intenção de Rudi Garcia era colocar mais um atacante pelo centro, para empurrar a última linha de defesa do Atlético, e assim dificultar a marcação alta, e poder se colocar no campo de ataque, para jogar pelos lados, para depois ir para dentro.
Não deu muito certo. Mantendo a equipe sempre perto da bola, o Atlético conseguiu ser mais possessivo, e perfeito na transição defensiva, não dando chances ao rival. Koke, Gabi, e Saúl, não deixaram a transição ofensiva do OM fluir, e foram empurrando o rival contra o seu gol. O jogo virou um ataque contra defesa, estando sob total controle do Atlético, que numa saída rápida, ampliou com Gabi, após passe de Koke, fechando o placar. O time colchonero só esperou o tempo passar, não se assustando nem mesmo com uma cabeçada de Mitroglou na trave, para comemorar, e levar mais uma taça européia para a Espanha.
Na próxima temporada, a Europa League passará por algumas mudanças, que devem aumentar o nível de interesse nela, que virou uma taça ainda mais importante, e um atalho para chegar na Champions League. Antes disto, ainda teremos a final da UEFA Champions League, em Kiev, no próximo dia 26, e a Copa do Mundo na Rússia, entre os dias 14 de Junho e 15 de Julho. Os olhos do planeta vão se voltar para o Leste da Europa, e os rumos do esporte nos próximos anos, vão passar pelo que ocorrer por lá.
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