Quando se fala em favoritos ao título da Copa do Mundo 2018, é complicado não lembrar e falar da Bélgica. O termo "Geração Belga", por vezes usado em tom de deboche, na verdade se refere à ótima quantidade de jogadores, forjados pelo trabalho de base de clubes locais e da federação. Posteriormente, os atletas saem e vão desfilar seus talentos nos grandes centros, agregando ainda mais experiência e competitividade. Mas, o que tem faltado à Bélgica, é a montagem de uma seleção realmente competitiva com estes jogadores, e será este o desafio na Rússia.
Por anos, desde o surgimento das novas gerações de jogadores, a Bélgica vem tentando montar uma equipe competitiva. Após o fracasso na Euro 2016, Marc Wilmonts deixou a equipe, e Roberto Martínez assumiu o comando dos Red Devils. Campeão da FA Cup com o Wigan, ele vinha de uma passagem de altos e baixos no Everton. Com Martínez, a Bélgica passou a atuar no 3-4-3, muito provavelmente, tentando reunir o máximo de talento possível em um mesmo XI titular. A equipe transborda talento, e com isto, não teve de fato dificuldades para se classificar para a Copa do Mundo, terminando invicta as eliminatórias, somando 28 pontos em 10 jogos, marcando 43 gols. Mas parece faltar algo mais. Na Copa do Mundo 2014, o resultado alcançado foi o esperado, mas o desempenho fixou abaixo. Na Euro 2016, o desempenho não foi bom, e o resultado também ficou abaixo, com a eliminação para Gales nas quartas-de-final. A meta, agora, é ir além.
No gol, Thibaut Courtois, do Chelsea, deverá ser o titular, indo para a sua segunda Copa do Mundo no gol belga. Seu reserva, Mignolet, atua no Liverpool. Na zaga, Jan Vertonghen será o líder, independente do sistema, com Kompany, Alderweired e Vermaelen sendo as demais boas opções. Dendocker, volante de origem, também pode jogar em um trio de zaga, como já fez no Anderlecht. Meunier será o lateral/ala pela direita. Transferido no começo do ano do Atlético de Madrid para o futebol chinês, Ferreira Carrasco foi durante as eliminatórias o ala esquerdo. A outra opção no setor seria Jordan Lukaku, da Lazio, cortado da lista final, ou a colocação de um outro jogador oriundo de outra função.
O miolo do meio-campo, durante as eliminatórias, contou com Radja Nainngolan e Kevin De Bruyne. O "Ninja" da Roma não estará na Copa do Mundo, e deverá dar lugar para Moussa Dembelé, do Tottenham, uma arma importante no jogo físico, na saída de bola, e na construção de jogo a partir da base. Outra opção seria Witsel, jogador de força física, e capacidade técnica e de ocupação de espaços, hoje no futebol chinês. Fellaini, outro nome de força física e boa capacidade na bola aérea, também pode lutar pela vaga de titular. Um dos melhores jogadores do planeta, o interior do Manchester City é o tipo de jogador capaz de marcar diferenças, e também pode atuar mais na frente, mas hoje, fica mais na base da jogada. Os meias/extremos, tem sido Eden Hazard e Dries Mertens. O jogador do Chelsea é um dos melhores do mundo jogando entre as linhas, e outra peça capaz de fazer a diferença em um jogo, transbordando talento. Mertens é "falso 9" no Napoli, mas na seleção vem atuando mais por trás. Os dois saem dos lados para o meio, e circulam entre as linhas do rival. Romelu Lukaku, do Manchester United, é o centroavante. Do jogo de costas do maior artilheiro da história do selecionado belga, sai muito do sistema ofensivo da Bélgica, e é por ele e o entrosamento com os meia-atacantes, que os triunfos vem chegando. A tarefa de Martinez, será elaborar mais mecanismos e planos de jogo, capazes de potencializar todo o talento disponível, além de não deixar exposta a defesa às transições ofensivas rivais.
A Bélgica está no grupo G da Copa do Mundo, ao lado de Inglaterra, Panamá e Tunísia. O time é o favorito, e deve disputar a primeira posição da chave com os ingleses. O cruzamento das oitava sedes final é com o grupo H, que possui as seleções da Polônia, da Colômbia, do Japão, e do Senegal. Na teoria, todas inferiores à Bélgica, embora poloneses e colombianos tenham argumentos para competir. A partir das quartas-de-final, seleções como Alemanha, Brasil, França, Argentina e Espanha devem começar a passar pelo caminho da Bélgica, que precisará mostrar evolução para avançar de fase e lutar pelo seu primeiro título mundial, que seria também o primeiro da região, após as três finais de Copa perdidas pela vizinha Holanda.
Sistema tático: 3-4-2-1
Craque: Eden Hazard (Chelsea)
A esperança: Thomas Meunier (PSG)
Treinador: Roberto Martínez
Time-base: Courtois; Alderweireld ,Vermaelen e Vertonghen; Meunier, Mousa Dembelé, De Bruyne e Carrasco; Éden Hazard e Mertens; Romelu Lukaku.
Lista de convocados para a Copa do Mundo 2018:
Goleiros: Koen Casteels (Wolfsburg, ALE), Thibaut Courtois (Chelsea, ING) e Simon Mignolet (Liverpool, ING).
Defensores: Toby Alderweireld (Tottenham, ING), Dedryck Boyata (Celtic, ESC), Vincent Kompany (Manchester City, ING), Thomas Meunier (PSG, FRA), Thomas Vermaelen (Barcelona, ESP) e Jan Vertonghen (Tottenham Hotspur, ING).
Meio-campistas: Yannick Carrasco (Dalian Yfang, CHN), Nacer Chadli (West Bromwich Albion, ING), Kevin De Bruyne (Manchester City, ING), Moussa Dembélé (Tottenham Hotspur, ING), Youri Tielemans (Monaco, FRA), Axel Witsel (Tianjin Quanjian, CHN), Leander Dendoncker (Anderlecht), Marouane Fellaini (Manchester United, ING), Thorgan Hazard (Borussia Mönchengladbach, ALE), Adnan Januzaj (Real Sociedad, ESP) e Eden Hazard (Chelsea, ING).
Atacantes: Dries Mertens (Napoli, ITA), Michy Batshuayi (Borussia Dortmund, ALE) e Romelu Lukaku (Manchester United, ING).
Imagem: FIFA
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