Croácia Copa do Mundo 2018


Vinte anos atrás, uma geração croata entrava em campo numa semifinal de Copa do Mundo, para encarar a França. Também há 20 anos, uma geração inglesa começava a encher de esperanças seu povo, de que o bicampeonato mundial poderia vir, algo que não ocorreu com ela. Hoje, novas gerações dos dois países entravam em campo buscando superar os feitos das suas gerações anteriores, em jogo disputado no Estádio Lujiniki, em Moscou.


A geração inglesa é boa, e à ela, vários novos valores, dos times campeões do mundo Sub-20 e Sub-17, que ainda não foram à Rússia, vão se juntar. O bicampeonato mundial inglês deve sair no Catar ou na América do Norte. Mas na Rússia, foi a Croácia que fez história e vai tentar seguir fazendo, ao decidir o Mundial neste mesmo Lujiniki, no próximo Domingo. A vitória, de virada, na prorrogação, por 2 a 1, colocou os croatas na final da Copa do Mundo pela primeira vez na história, coroando uma campanha brilhante.

O jogo começou com a Croácia em um bloco médio, controlando as fases de pressão, liderada por seus dois interiores, Rakitic e Modric, por vezes se somando à Mandzukic, ficando na frente dos extremos e de Brozovic. Com Modric e Rakitic saltando muito alto na pressão, os espaços surgiram entre as linhas, e a Inglaterra procurava os aproveitar.

Com a bola, a Croácia encontrou seus melhores momentos pela direita, onde a variação de posições entre Vrsaljko e Rebic atrapalhou a Inglaterra. O ala do Atlético de Madrid era bastante profundo, e buscava bastante  a área, onde cruzava para Mario Mandzukic, que durante o primeiro tempo e parte do segundo, controlado foi por Walker. Rebic encontrou espaços entre as linhas, e ameaçou. A Inglaterra fechava muito os espaços em Modric, e nesse sentido, os movimentos de Ivan Rakitic chamando o jogo para si, foram fundamentais.

O English Tem, buscava constantemente a velocidade de Sterling, atacando os espaços deixados pela Croácia, buscando o setor composto por Vida e Strinic. No entanto, o jogador do Manchester City foi errático, e não aproveitou o jogo que a sua equipe lhe deu. Kieran Trippier e Ashley Young davam amplitude ao time de Southgate, e Henderson ganhou muito a segunda bola no primeiro tempo.

Em suma, a Inglaterra fez um muito consistente primeiro tempo em Moscou, na parte tática. Permitiu nada ao rival, marcou muito bem, abriu o placar cedo com um gol de Trippier cobrando falta, e saiu com velocidade. A Croácia foi muito lenta na base da jogada, imprecisa, mas, melhorou na reta final, pressionando alto e ocupando muito o campo ofensivo. Faltou a Inglaterra precisão no terço final, com o time errando muito a finalização e o último passe. E esse preço foi cobrado no segundo tempo.  

Com os interiores Modric e Rakitic abrindo para tabelar com pontas e laterais, a Croácia conseguia gerar jogo de fora para dentro, onde Mandzukic incomodava a zaga inglesa. A falta de concentração vista no terço final começou a se repetir atrás no English Team. Sem pegada nas duas áreas, o goleiro Pickford foi salvando os britânicos, até a intensidade báltica ser premiada com um gol de Perisic, dividindo e fechando no segundo pau para ganhar de Walker, empatar a partida, e a levar para a prorrogação. A intensidade na dividida mostrava bem o contraste entre os times.

Southgate buscou a reação de sua equipe, com a entrada Rashford no lugar de Sterling, e Eric Dier no lugar de Henderson, que caiu de rendimento no segundo tempo, para proteger a entrada da área. Com a Inglaterra muito imprecisa, a Croácia tomou a prorrogação para si, e o gol acabou saindo depois de um erro de Stones, que Mandzukic aproveitou. Bastou ao time croata administrar o placar, já que a Inglaterra ainda ficou com dez homens em campo, após Gareth Soutghate fazer todas as substituições, e Trippier se lesionar. Modric e Rakitic adicionando ações com e sem a bola, e Perisic procurando atacar o espaço, tiraram a  Inglaterra da partida.

A vitória da Croácia, foi o triunfo da experiência, e da concentração. Um time mais cascudo, e que soube ser mais intenso e concentrado que o rival. Importante nesse jogo, e fundamental na campanha, Luka Modric, meio-campista que não não foi eliminado nas últimas cinco Champions League com o Real Madrid, vai ter um jogo de seu tamanho.

Mesmo assim essa equipe inglesa resgata o orgulho da seleção nacional, e só pagou caro pela falta de concentração, como quase ocorreu contra Colômbia e Suécia. Vai disputar com a Bélgica o terceiro lugar, podendo encerrar a competição no pódio.