Está começando mais uma temporada do Campeonato espanhol. La Liga 2018/19 tem seu começo nesse final de semana, com o Real Madrid com um novo treinador, Julen Lopetegui, e sem Cristiano Ronaldo, o Barcelona, atual campeão, tentando consolidar o trabalho de Ernesto Valverde, e com Messi, e o Atlético de Madrid, mais forte do que nunca sob ás ordens de Diego Simeone.

Confira abaixo, as expectativas, equipe por equipe.


Barcelona


A primeira temporada de Ernesto Valverde no Camp Nou foi curiosa. O Barcelona conquistou o título espanhol com facilidade, perdendo apenas um jogo, e conquistou também a Copa del Rey, com um massacre sobre o Sevilla na final. No entanto, por vezes a equipe foi muito dependente de Leo Messi, especialmente sem Iniesta e nas ocasiões em que foi seriamente testada, como na Liga dos Campeões. La Liga ainda é a Liga que mais desafios táticos impõe aos seus favoritos, com várias equipes jogando de diferentes maneiras, e sempre buscando complicar os jogos contra os grandes. Em Lionel Messi, o Barcelona tem uma arma forte para triturar estratégias rivais, e isto explica a dominância recente em La Liga. Além disso, a chegada de reforços, como Vidal que substitui Paulinho com mais qualidade, ou Lenglet que dá mais uma opção para a zaga, além da consolidação física de Ousmane Dembelé, e as incertezas no Real Madrid, dão ao Barça a condição de favorito ao título espanhol, mais uma vez.

Contudo, o Barcelona também deverá dar bastante atenção à Champions League, tentando voltar a levantar o troféu, que nas últimas três temporadas foi para Madri. Não deverá haver de fato problemas com a rodagem do elenco, mas só o andar da temporada dará o tom da mesma. O Barcelona deverá atuar nessa temporada mais no 4-3-3, do que no 4-4-2, com Messi como um ponta armador, ou "Falso 9". Os laterais vão dar a amplitude e a profundidade ao time, enquanto Vidal será a "cola", que arranca da base e chega na área, com um modelo mais estático do que o de 2017/18, mas não totalmente posicional. Dembelé e Coutinho pode formar uma boa dupla na esquerda, muito embora, por vezes, os dois não devam atuar juntos, com o recém-chegado Arthur ganhando espaço na base da jogada. Ele, Vidal e Rakitic, são as principais opções para atuar na frente de Busquets, após a saída de Iniesta para o futebol japonês.



Real Madrid



O Real Madrid teve um Verão europeu extremamente intenso. Julen Lopetegui, com muita polêmica no meio, deixou o comando da seleção espanhola, para comandar a equipe merengue, substituindo Zinedine Zidane, que após o tricampeonato da Champions League, pediu para sair. Já Cristiano Ronaldo, o maior ídolo da história recente materialista, se transferiu para a Juventus da Itália. Os reforços principais, foram as chegadas do goleiro Thibaut Courtois, e do atacante brasileiro Vinícius Júnior. Ainda chegaram o lateral-direito Álvaro Odriozola, e o jovem goleiro ucraniano Andriy Lunin.

O modelo de jogo mais posicional de Julen Lopetegui, com tribulações pelos lados, dá bem menos liberdade para os atletas em campo do que o era com Zinedine Zidane, o que vai gerar uma certa estranheza por parte do elenco. Isco, por exemplo, explodiu com a liberdade dada por Zizou. Além de Cristiano Ronaldo, Mateo Kovacic também não está mais no Santiago Bernabéu, tendo ido emprestado ao Chelsea, na mesma operação que levou Courtois à Madri. Antes, nomes como Dí Maria, Pepe, James e Morata também já haviam deixado em outras temporadas o clube, que possui um elenco mais raso do que o de outras temporadas.

Será uma temporada de adaptações ao Real Madrid, que mesmo com as saídas ainda tem a maior reunião de jogadores dominantes do planeta, com atletas como Sérgio Ramos, Varane, Marcelo, Casemiro, Kroos, Modric, isco, e Benzema, além de Gareth Bale, que vira titular, e sem a sombra de Cristiano Ronaldo, poderá ser protagonista e mostrar tudo o que o clube esperava dele quando pagou 100 milhões de euros ao Tottenham, para contar com seu futebol. Asensio também ganhará mais espaço, e pode viver a sua afirmação como jogador de elite, após vários gols importantes na temporada passada.



Atlético de Madrid



Tivemos um verão europeu agitado no Wanda Metropolitano. Antoine Griezmann renovou e permaneceu, Thomas Lemar, junto com nomes como Nikola Kalinic, Santiago Arias, Jonny Castro, Antonio Adán,  Gelson Martins e Rodrigo Hernandez, Diego Costa já havia chegado, e  ainda tivemos a saída de veteranos, como Gabi e Fernando Torres, além de Gameiro. Diego Simeone poderá trabalhar com o melhor elenco desde que chegou ao Atleti, em Dezembro de 2011, e o time também vai focar muito na Champions League, que nessa temporada terá a sua final justamente no Wanda Metropolitano.

O Atlético tem de ser visto como candidato ao título, mas ainda aparece um pouco atrás de Real e Barça, precisando que os outros dois somem tropeços no caminho, para ficar com a taça. Simeone, em seu XI titular, deve manter o 4-4-2, com Juanfran, Godín, Savic/Gimenez e Filipe Luís formando a linha defensiva, Lemar e Koke abertos pelos lados, um mais entre linhas, outro na base da jogada, Rodrigues e Saúl como volantes, com o primeiro mais fixo, e o segundo saindo para trabalhar entrelinhas e infiltrar, e Griezmann e Diego Costa complementando movimentos no ataque.



Sevilla


Após um primeiro ano sem Monchi, com trocas de treinadores, goleadas sofridas,e apenas uma vaga na Liga Europa como consolação, superando o Getafe, o Sevilla tem novidades para a temporada 2018/19. Pablo Machín, após um grande trabalho no Girona, assumiu a equipe, que tenta montar um projeto competitivo, sem seu histórico diretor.

Na janela, o Sevilla perdeu nomes importantes, como os franceses Lenglet e N’Zonzi, mas buscou jogadores promissores, como o zagueiro Gnagnon. André Silva chegou por empréstimo do Milan, enquanto o tcheco Vaclík, veio do Basel para o gol, apos a saida de Rico.

Machín está tendo o 3-4-3 do seus tempos de Girona como base, com Mercado na zaga, Jesus Navas na ala, Rico e Banega invertendo jogo na medular, e ativando a velocidade dos extremos/meias Mudo Vázquez e Saraiva, e do atacante Muriel, ou o jogo de costas de André Silva. Um XI competitivo, que vai brigar para ser a quarta força da liga, com Valencia, Villarreal, Betis, e mais uma ou duas equipes.



Valencia



O Valencia manteve Marcelino García Toral, que recolocou os Los Che na Champions League, o que já é um bom começo. Agora, o comandante terá um calendário mais cheio, mas um grupo melhor, com boas opções. Para o ataque, há opções como Rodrigo, Batshuayi, Gameiro e Santi Mina, capazes de formar duplas complementares. Rodrigo é um atacante muito inteligente, e os seus movimentos entrelinhas, vão gerar espaços para Batshuay e Gameiro, que já mostraram capacidade para os aproveitar.

No meio-campo, Kondogbia, foi comprado em definitivo junto à Internazionale, e Daniel Wass, veio do Celta de Vigo, dando boas opções para Marcelino formar uma grande medular no meio-campo. A perda de Gonçalo Guedes, emprestado pelo PSG na última temporada, fará falta, mas seu retorno ainda é possível, e será fundamental, em uma temporada com Champions League. O próprio Daniel Wass poderá ser um de seus substitutos, com movimentos similares aos de Soler pelo outro lado, deixando Dani Parejo como o armador central. O russo Denis Cherysev, destaque na Copa do Mundo sediada pelo seu país, também foi contratado junto ao Villarreal, dando uma boa opção para zonas interiores, ou as extremas.



Villarreal


Fixo membro do Big-6, o Villarreal perdeu na janela os meias Rodri, Sansone e Samu Castillejo, mas comprou em definitivo o atacante Bacca. Também trouxe Toko Ekambi e Gerard Moreno, jogadores com boa cota de gols. Cáseres chega como promessa, enquanto Cazorla tenta se reafirmar após seguidas lesões. Para as extremidades do campo, Sansone e Fornals são boas opções. Já Layun e Funes Mori são boas contratações para o sistema defensivo da equipe do técnico Javier Calleja, que buscará fazer boas campanhas em La Liga, e na Liga Europa, apesar de ter um material humano inferior aos demais postulantes às vagas europeias.



Real Betis


O Real Betis voltou à Europa em 2017/18. Com Quique Setien e seu jogo de posição propositivo, o time surpreendeu na última temporada, mas agora, o desafio é outro. A venda de Fabián Ruiz para o Napoli, foi ruim para o sistema com três zagueiros, imposto depois que Bartra chegou ao clube, em janeiro. Para substituir Ruiz, veio a contratação de William Carvalho, que terá como meta equilibrar melhor as transições. Com alas bem abertos, dando amplitude para abrir espaços por dentro, William também precisará entregar ações com bola, pois seu trabalho sem o esférico já é certo que trará acréscimos.

O time-base do Betis, terá o goleiro Pau López, Francis ou Barragán na lateral-direita, Feddal (ou Sidnei), Mandi (ou Javi García) e Bartra na zaga, e Junior Firpo como carrillero esquerdo. William Carvalho, Guardado e Joaquín (ou Canales), vão formar o meio-campo central, com Boudebouz e Loren Morón, ou Sergio León, na frente.



Real Sociedad


A Real Sociedad terá como técnico novo Asier Garitano, que após cinco anos de excelente trabalho no Leganés, com o qual subiu em 2015/16, e ascendeu em conjunto, ganha um novo desafio. Na janela, o time perdeu Canales e Odriozola, e viu Xabi Prieto se aposentar. Contudo, contratou por empréstimo Theo Hernández para a lateral-esquerda, e Merino para o lugar de Xabi. O trio de meias, Januzaj, Oyarzábal e Juanmi, segue sendo um ponto forte, atuando por trás de William José, o grande nome da equipe, gerando futebol com seu jogo de costas, e gols.

A defesa, terá Llorente e Moreno e Elustondo, mas novos laterais, e Illarramendi formando duplo-pivote com Merino. No gol, Rulli deve voltar a estar em forma, e com seus passes, é uma arma importante para a armação de jogo desde trás, algo forte nos tempos de Eusébio Sacristan.

A Real deverá lutar por uma vaga na Liga Europa, com Betis, Sevilla, Villarreal, e mais alguma surpresa que pintar com o decorrer da sempre competitiva Liga Espanhola.


Athletic Bilbao


A última temporada foi para esquecer em Bilbao. José Ángel Ziganda nunca pareceu suprir as necessidades, e retomar o nível da equipe nos tempos de Ernesto Valverde, hoje treinador do Barcelona, ​​e com isto o time terminou no 16º lugar. Eduardo Berizzo assumiu a equipe para a temporada 2018/19, e tentará restabelecer a ordem no novo San Mamés. O talentoso Iker Muniain, que espera ter deixado seus problemas de lesão para trás, e o atacante Aritz Aduriz, que está com 37 anos, são os principais nomes do elenco, que perdeu o goleiro Kepa, vendido ao Chelsea por cerca de 80 milhões de euros.

Nesta janela, o Bilbao trouxe Dani Garcia, Cristian Ganea, Capa Ander, e o ótimo lateral-esquerdo Yuri Berchiche, para reforçar suas fileiras. A tendência, é que o Athletic termine no Top-10, mas o G-6 e uma vaga européia, não parece ser o mais provável para a classificação final, dada a maior capacidade de ao menos uns sete ou oito outros elencos.


Celta de Vigo


O Celta Vigo fez uma das surpresas do verão, ao contratar o técnico argentino Antonio Mohamed, que estava no clube mexicano Monterrey. Ele nunca treinou anteriormente na Europa, o que mostra um pouco da aposta que é, e a equipe também sofreu uma boa reformulação, com nomes importantes, como Daniel Wass, Pablo Hernandez e Jonny Castro saindo. Contudo, os sábios movimentos de Iago Aspas em campo ainda estão em Balaídos, formando uma parceria formidável com Maxi Gomez, que rendeu frutos na temporada passada. Mas defensivamente, faltaram reforços, o que torna o desempenho galego, uma tremenda incógnita.


Eibar


Os bascos do Eibar desafiaram as probabilidades mais uma vez na temporada passada, tendo garantido o melhor resultado de sua história na liga, apesar de continuarem a operar com um dos menores orçamentos da elite espanhola. Não será  fácil continuar fazendo milagres a cada temporada e, novamente, o Eibar terá que se reagrupar depois de algumas perdas notáveis. No entanto, seu maior reforço, pode ser a permanência do técnico José Luis Mendilibar.

Provavelmente, o Eibar não correrá perigo de queda, mas terá dificuldades para igualar o excelente resultado da temporada passada.



Espanyol



O Espanyol, na temporada passada conseguiu vencer ao menos uma vez os 'três grandes' (a vitória sobre o Barcelona veio na Copa del Rey), mas não teve qualquer tipo de consistência, e no final, terminou La Liga no 11º lugar. A saída de Gerard Moreno, que marcou 44% dos seus gols em La Liga passada, é um grande golpe, e os catalães precisam desesperadamente que Borja Iglesias, seja uma boa reposição. Após a saída de Quique Sánchez Flores, Rubi assumiu. Ele guiou o Huesca ao acesso na última temporada, mas não possui um histórico convincente na primeira divisão, e pode ser uma temporada difícil para o Espanyol, que provavelmente estará em perigo real de rebaixamento, a menos que consiga atingir um nível mais alto.



Getafe


O Getafe era um dos favoritos para a queda na última temporada, mas surpreendeu a todos ao chegar perto da Europa. É difícil saber o que constituiria uma boa temporada para o time dessa vez. Essa campanha anterior, superou as expectativas, mas mesmo assim o Getafe foi ao mercado, buscar contratações.

Com José Bordalás no comando, espere uma equipe física e sólida, que tentará chegar na Liga Europa dessa vez, mais qualificada.



Girona


A principal mudança neste verão europeu no Girona, foi a saída do técnico Pablo Machin, que assumiu o comando técnico do Sevilla, tendo feito um trabalho brilhante com o clube catalão. O ex-treinador da Real Sociedad, Eusebio Sacristán, é o seu substituto. Ele não deve  tentar mudar muito a formação em 3-4-3, e o modelo de jogo, baseado na pressão no portador da bola e as inversões rápidas de lado, que acabou causando grandes problemas para muitas equipes na última temporada.

Vieram duas boas aquisições na janela: Johan Mojica e Marc Muniesa. Em suma, o Girona deve ser capaz de no meio da tabela, apesar da perda de seu treinador.


Huesca


O Huesca estréia na elite do futebol espanhol, pegando os recentes exemplos de Eibar, Leganes e Girona, que fizeram boas temporadas pós-acesso em La Liga. O Treinador da campanha do acesso, Rubi, foi para o  Espanyol, o que fez o clube ir buscar o ex-goleiro Leo Franco para o substituir. O argentino só se aposentou dos campos dois anos atrás, e nunca treinou uma equipe de futebol profissional, sendo assim uma aposta arriscada, e ousada.

Na janela de transferência, o Huesca buscou as contratações de Serdar Gurler, Eugeni Valderrama, Dani Escriche, Luisinho, Pablo Insua, Axel Werner, Ruben Semedo, Xabier Etxeita, Samuele Longo, e Damián Musto, sonhando em se manter na elite.



Leganés



O Leganes está agora em sua terceira temporada na primeira divisão, mas o fará sem Asier Garitano, que foi para a Real Sociedad. Isso é inquestionavelmente uma enorme perda, cujo qual o clube tentará suprir com a chegada do técnico Mauricio Pellegrino, que terá a missão de manter o time competitivo.


Os pepineros mantiveram a dupla Rubén Pérez e Gabriel Pires, e ainda tiveram as chegadas das promessas Arnáiz e Óscar Rodríguez, do meia Ojeda, e dos atacantes Carrillo e Rolán, apesar de perdas, como as de Omar Ramos, Amrabat, Beauvue, e Guerrero.


Levante


O Levante manteve o técnico Paco Lopez, e a base do time, no que se inclui o meia atacante Morales, um dos melhores jogadores da liga. O time da região de Valência, mostra bom potencial para reagir, e só precisa melhorar as situações em que tem de propor o jogo, para uma manutenção na elite mais tranquila.


Rayo Vallecano


Campeão da Segunda Divisão na temporada passada, o Rayo Vallecano vinha se firmando na elite, mas a temporada 2015/16 irregular sob às ordens de Paco Jemez lhe custou uma queda, que se espera que não seja repetida. O técnico Míchel, ex-ídolo rayista, faz seu primeiro trabalho como técnico, e após conseguir salvar os franjirrojos da queda para a terceirona em 2016/17, conseguiu um histórico título em 2017/18.

A perda de Raúl De Tomás, o artilheiro do acesso, que havia sido emprestado pelo Real Madrid, e retornou aos merengues para esta temporada, foi péssima. O meio-campistas Fran Beltrán foi vendido ao Celta, enquanto Unai López, que estava emprestado pelo Athletic Bilbao, também não permaneceu. Na janela, as principais vindas foram as do lateral Advíncula, do extremo Kakuta, do zagueiro Jordi Amat, e do meio-campo Álvaro Medrán, emprestado pelo Valencia.

Assim, o time-base do Rayo terá: Alberto García, Advíncula (Tito), Velázquez (Ba), Amat e Akieme (Álex Moreno); Comesaña, Trejo, Embarba, Pozo e Kakuta; Javi Guerra.



Valladolid


O Valladolid possui o elenco mais fraco da liga, e deve apostar num futebol bastante reativo para tentar se manter na elite.