Boca x River


O mundo do futebol está a ponto de viver um momento para se recordar para sempre. Dois dos maiores clubes da América do Sul e do planeta, vão medir forças na grande final da Copa Libertadores 2018. Boca Juniors e River Plate jogam, pela primera vez, uma final da grande competição de clubes do continente, naquela que é também a primeira final de Libertadores entre clubes argentinos, a primeira final de Libertadores entre clubes da mesma cidade, e a terceira final entre clubes de um mesmo país após duas finais brasileiras em 2005 e 2006. Como era de se esperar, este é o evento futebolístico do segundo semestre de 2018, e merece a atenção de uma grande disputa.

Na Argentina, a decisão da Libertadores 2018 recebe a atenção de uma final de Copa do Mundo, porque ao final, Boca x River está para a América do Sul, como Barcelona x Real Madrid está para a Europa, com a diferença de que os argentinos compartem cidade. Assim, a final da Libertadores deste ano é a final de Champions tão sonhada, que de fato jamais ocorreu. Há muitas diferenças no jogo da Copa Libertadores para o jogo da Champions League. Ele é muito mais físico, "quebrado", e emocional, com choque, muitas disputas, e intensidade nas ações. Por isso, o conceito de "jogão", também deve ser alterado.

Contra o Grêmio, o River Plate foi o típico River de Gallardo: seguro na partida, brigando até o último minuto, e intenso. Gallardo montou um time forte no psicológico, que a partir daí, se estabelece bem nos demais aspectos em campo. Em nível continental, o River Plate é o time do lustro, quase como o Boca foi outrora. Tem sido também superior ao rival nos últimos dérbis no mental, e não vai sentir o jogo de ida em La Bombonera. O time joga sempre em um 4-4-2, muito bem estabelecido, que varia características, e se adapta aos rivais.

O Boca Juniors tem o melhor elenco da América do Sul, mas não o time mais bem armado. Guillermo Schelotto ainda não estabeleceu um estilo de jogo firme, mas foi avançando nessa Libertadores, por conta dos rivais e das individualidades. Na semifinal, contra o Palmeiras, Dario Benedetto marcou diferenças, apesar de sair do Banco e estar vindo de lesão. A identidade do time de Schelotto passa muito pelo trio de centrocampistas do 4-3-3, Barrios, Nández e Pérez, e é pelos duelos especialmente de Palácios pressionando Barrios, que a partida pode também se definir. Mas, para o Boca Juniors, ter Benedetto, é indispensável. Ele entrega bem mais ao time que Wanchope Ábila, sendo um jogador associativo e de grande capacidade de arremate, capaz de decidir e fazer o time jogar. Para formar o ataque, Schelotto gosta de jogadores de alta mobilidade, capacidade de finalização e, velocidade pelas extremas. Características do jovem atacante Cristian Pavón, peça fundamental para a profundidade da equipe, e pode jogar pela direita ou pela esquerda. Villa, Tévez, Zárate e Cardona se revezam como o outro extremo, cada um com uma característica única.