Depois de uma década de 1980 dourada, a Juventus viveu um pequeno hiato no começo dos anos de 1990, mas do meio da década em diante, voltou a mostrar a sua força. Se até 1995 Roberto Baggio era o grande craque bianconeri, a partir de 1996 foi Zidane quem liderou a equipe em um triênio fantástico. Sob às ordens de Marcelo Lippi e outros craques, como Kohler, Peruzzi, Ferrara, Deschamps, Conte e Vialli, a equipe conquistou diversas taças, e marcou o seu nome na história.
A Juventus do triênio 1995-1998 não praticava um futebol bonito ou mágico, mas sim eficiente. Assim, conquistou anos antes uma Copa da Uefa, e na sequência três Campeonatos Italianos, além de uma Copa da Itália e um Mundial de Clubes. Mas foi, entretanto, a Liga dos Campeões o grande palco da equipe.
O time jogava, de começo, em um sistema tipico italiano, com dois zagueiros fixos, um lateral base, que funcionava como terceiro zagueiro (Iuliano), um lateral que apoiava bastante, três meias e dois atacantes. Depois, passou a atuar num 4-3-2-1, mas desde a chegada de Zidane, ele tinha toda a liberdade para se movimentar por trás do ataque. Outro francês, Deschamps, era a sustentação na base da jogada, enquanto Del Piero era o atacante com capacidade para o desequilíbrio.
Foram três finais seguidas na maior competição da Europa seguidas, algo que o Milan de Capello também conseguiu neste novo formato. A primeira delas, em 1996, ainda sem Zidane, resultou no título. Na primeira fase, em um grupo que ainda tinha Borussia Dortmund-ALE, Steaua Bucareste-ROM e Rangers-ESC, a Juve classificou-se no primeiro lugar, já mostrando a sua força. Venceu as quatro primeiras partidas, só perdendo um jogo para o Dortmund, e empatando outro com o Steua.
Nas quartas-de-final, o rival da Juve seria o forte Real Madrid. Após derrota por 1 x 0 na capital espanhola, a vitória por 2 x 0 em Turim levou os bianconeros à semifinal, onde o rival seria o Nantes. A Juve venceu em Turim por 2 x 0, e perdeu na França por 3 x 2, chegando à final, algo que não acontecia há mais de 10 anos.
A final da Liga dos Campeões de 1995/96 foi realizada no Estádio Olímpico de Roma, o que deu à Juventus uma vantagem óbvia, contra um Ajax que mantinha oito jogadores do time campeão europeu um ano antes. Ravanelli abriu o placar para a Juventus, mas Litmanen decretou a igualdade em 1 a 1, o que se manteve até o fim, levando a partida para as cobranças de pênalti.
No fim das contas, era a hora da Juventus, da zaga de Ferrara, Vierchwood e Pessotto, do brilhante meio-campo de Deschamps, Paulo Sousa e Conte, e do impetuoso ataque de Del Piero, Vialli e Ravanelli. Mas quem brilhou na disputa de pênaltis foi o grande goleiro da Juve, Angelo Peruzzi. Ele defendeu as cobranças de Davids e Silooy, dando assim o segundo título Europeu da História da Veccia Signora.
Posteriormente, a Juventus de Lippi ainda chegaria nas decisões da Champions de 1997 e 1998, já com Zidane no time. Em uma das ocasiões, acabou derrotada pelo Borussia Dortmund, e na outra pelo Real Madrid, sendo mais ofensiva e buscando mais o gol, em ambos os casos.
Time-base: Peruzzi, Ferrara, Torricelli, Vierchowod, Pessotto, Conte (Jugovic), Sousa (Di Livio), Deschamps, Del Piero, Vialli (Zidane), Ravanelli (Padovano).