A Liga dos Campeões surgiu graças às idéias de um francês, mas curiosamente, nenhuma equipe do País conquistou a competição até o começo dos anos de 1990. Por mais que Stade Reims, Bordeux e Saint Etienne tenham tido grandes times nos anos 50, 60 e 70, nenhum deles foi capaz de escalar até o cume da Europa. Justamente neste período de transição do continente europeu e da Champions League em si, o Olympique de Marselha de Marselha dominava o Futebol Francês.
O empresário Bernard Tapie, especialista em comprar empresas que estavam falindo e as remontar, começou no esporte investindo em ciclismo, mas se interessou pelo futebol, onde colocou dinheiro no Olimpique de Marselha. O clube do Sul da França havia vivido tempos de glória nos anos 1970, com o time de Roger Magnusson, um extremo sueco driblador, e de Josip Skoblar, o artilheiro iugoslavo, e depois ainda chegou a contratar os brasileiros Jairzinho e Paulo César Caju, mas não conseguiu bater de frente com os times do norte da Europa, e nos anos de 1980, viu a capital crescer, com o PSG e o Racing de Paris,enquanto Monaco e Bordeux também se fortaleciam. Somente em 1986, com o dinheiro de Tapie, o OM voltou a ser competitivo.
Na época, a equipe era treinada por Gérard Banide, que foi o responsável por montar o elenco. Suas primeiras aquisições, foram as do interior Alain Giresse, e do zagueiro alemão Karl Heinz Förster, logo depois indo atrás de Jean Pierre Papin, mostrando que o projeto não era pequeno. Nesta mesma época, o Bordeux foi atrás dos iugoslavos Zoran e Zlatko Vujovic, do meia Jean Marc Ferreri, e dos atacantes Vercruysse, Fargeon e José Touré, além de manter Tiganá. Assim, o Girondins conseguiu conquistar no meio de 1987, a liga e a copa da França, além da Supercopa, mostrando que ainda estava acima do OM, que não foi bem na temporada 1987-1988. Tapie havia buscado mais reforços, como os defensores Ayache, Domergue e Le Roux, os meias Abedí Pelé, Jean Claude Durand e Bernard Genghini, e o atacante Klaus Allofs.
Papin e Allofs formaram uma grande dupla de ataque, disputando uma liga que contava com atacantes como Mark Hateley, Roger Milla, Phillippe Fargeon, Maurice Johnston, François Oman-Biyick, Erwin Vandenbergh e Bruno Bellone. Mas o Marsella, não engrena, e viu o Monaco de Arsene Wenger ficar com a taça, terminando em sétimo lugar, o que resultou na demissão de Banide. Para a temporada seguinte, Gérard Gili assumiu a equipe, e nomes como Giresse, Bell e Genghini, entre outros, deixaram o elenco. Jovens como Eric di Meco, Bruno Germain, Phillippe Vercruysse e Frack Sauzée ganharam espaço, e o time cresceu. O OM brigou pelo título da Ligue 1 com PSG e Monaco, e levou a melhor, ficando com a taça pela primeira vez, em quase 20 anos. Papin brigava com a artilharia da Liga, com Hoddle, do Monaco, e George Weah, do PSG, e mostrava um nível absurdo.
Buscando montar um grande time para a disputa da Copa dos Campeões, Tapie foi atrás do craque uruguaio Enzo Francescoli. Ainda buscou o goleiro francês Jean Castaneda, o lateral Manuel Amorós, o zagueiro Alain Roche, e o líbero brasileiro Mozer. Para o meio-campo, chegaram Alain Boghossian, Didier Deschamps, o veterano Jean Tigana, e o extremo inglês Chris Waddle. O time caiu eliminado nas semifinais, diante do Benfica, mas não desistiu do sonho de vencer a Europa. Tapie seguiu reforçando o time, e não se arrependeu, pois o auge estava por vir. Trouxe o belga Raymond Goethals para o cargo de treinador, e sonhou com Maradona para o lugar de Francescoli, mas ele ficou mesmo no Napoli, o que o fez ir à Sérvia, buscar Dragan Stojkovic, o grande craque iugoslavo da época. Em 1991, o OM perdeu a final da Copa dos Campeões para o Estrela Vermelha nos pênaltis, falhando na tentativa de trazer enfim a taça da Liga dos Campeões para o Território francês, algo que até 1993 nunca havia acontecido.
Na temporada 1991-1992, o OM acabou surpreendido, não conseguindo passar da segunda fase, sendo eliminado pelo Sparta Praga, e viu Sampdoria e Barcelona decidirem a Copa dos Campeões do sofá de casa. Para enfim conquistar a taça na temporada seguinte, o Marselha melhorou um time que já era muito forte: Contratou o sensacional goleiro Barthez, o centroavante croata Boksic, o bom lateral Angloma, o excelente atacante alemão Rudi Völler, e o grande Marcel Desailly para a zaga, somando eles à base que já tinha Basile Boli, Éric Di Meco, Jean-Jacques Eydelie, Didier Deschamps, Franck Sauzée, Jorge Burrochaga, e Abedi Pelé. A perda a se lamentar foi a do atacante Papin, vencedor da Bola de Ouro em 1991. Ele foi jogar no Milan.
O Marseille começou a Liga dos Campeões de 1992-1993, eliminando os Norte-Irlandeses do Glentoran, e os romenos do Dinamo Bucaresti. Na sequência, havia um fase de grupos. Os franceses caíram na Chave A, com Rangers, Club Brugge e CSKA. O grupo foi totalmente equilibrado. O primeiro turno do grupo terminou com Rangers e OM dividindo a liderança com quatro pontos, o Brugge com três, e o CSKA com um. No começo do returno, o Marseille aplicou 6 x 0 nos russos, mas viu o Rangers vencer o Brugge, e seguir na perseguição pela vaga. Na rodada seguinte, as equipes se enfrentaram, empatando em 1 x 1 em Marselha, com a decisão ficando para a última partida mesmo. O time da Escócia só empatou em 0 x 0 com o CSKA, e o Marselha agradeceu, pois com a vitória por 1 x 0 sobre o Brugge garantiu a vaga na decisão. No grupo B, o Milan passou por IFK Gotemburgo (SUE), Porto (POR) e PSV Eindhoven (HOL), vencendo todas as seis partidas que disputou, e também chegando à final.
Era a final de sonhos. De um lado, craques como Barthez, Angloma, Boli, Desailly, Di Meco, Deschamps, Abedi Pelé, Völler e Boksic, e do outro, os superstars do time Italiano, como Baresi, Maldini, Tassotti, Costacurta, Albertini, Rijkaard, Donadoni e Van Basten, todos sob a batuta do técnico Fabio Capello, um mestre na arte de armar equipes de futebol, que carregava a herança deixada pelo histórico Arrigo Sacchi. E com um gol do zagueiro Boli, aos 43 minutos do primeiro tempo, o Olimpique de Marselha venceu a partida. Pela primeira vez na história, um clube francês conquistava a Liga dos Campeões.
Quase 40 anos depois de Gabriel Hanot e o L'Equipe terem a idéia de criar uma Taça dos Campeões Europeus, uma equipe francesa tinha finalmente a chance de trazer o troféu para casa. Dias tristes e escândalos viriam pela frente, no entanto. No caso, o escândalo que os franceses chamariam de Affair VA-OM. Um zagueiro do Valenciennes, Jacques Glassmann assegurou ao seu técnico que foi procurado na tentativa de acertar o resultado de uma partida entre o clube e o OM pela Ligue 1. Jorge Burruchaga e Christoph Robert também haviam sido contatados, e supostamente, corrompidos.
Os dois atletas foram suspensos, e o Olympique teve o seu título francês da temporada 1992/93 retirado. O Título Europeu no entanto continuou com o clube, por se tratar de outro torneio.
Era a final de sonhos. De um lado, craques como Barthez, Angloma, Boli, Desailly, Di Meco, Deschamps, Abedi Pelé, Völler e Boksic, e do outro, os superstars do time Italiano, como Baresi, Maldini, Tassotti, Costacurta, Albertini, Rijkaard, Donadoni e Van Basten, todos sob a batuta do técnico Fabio Capello, um mestre na arte de armar equipes de futebol, que carregava a herança deixada pelo histórico Arrigo Sacchi. E com um gol do zagueiro Boli, aos 43 minutos do primeiro tempo, o Olimpique de Marselha venceu a partida. Pela primeira vez na história, um clube francês conquistava a Liga dos Campeões.
Quase 40 anos depois de Gabriel Hanot e o L'Equipe terem a idéia de criar uma Taça dos Campeões Europeus, uma equipe francesa tinha finalmente a chance de trazer o troféu para casa. Dias tristes e escândalos viriam pela frente, no entanto. No caso, o escândalo que os franceses chamariam de Affair VA-OM. Um zagueiro do Valenciennes, Jacques Glassmann assegurou ao seu técnico que foi procurado na tentativa de acertar o resultado de uma partida entre o clube e o OM pela Ligue 1. Jorge Burruchaga e Christoph Robert também haviam sido contatados, e supostamente, corrompidos.
Os dois atletas foram suspensos, e o Olympique teve o seu título francês da temporada 1992/93 retirado. O Título Europeu no entanto continuou com o clube, por se tratar de outro torneio.
Time-base: Fabien Barthez, Jocelyn Angloma, Basile Boli, Marcel Desailly, e Éric Di Meco; Jean-Jacques Eydelie e Didier Deschamps, Franck Sauzée e Abedi Pelé; Alen Bokšić e Rudi Völler. Técnico: Raymond Goethals.