O ótimo Irã de Carlos Queiroz
Nenhuma seleção asiática, e poucas seleções no planeta, apresentam o padrão de jogo do Irã de Carlos Queiroz. O treinador assumiu a seleção há sete anos, foi fazendo uma renovação forte, mas ao mesmo tempo cautelosa, e primeiramente, armou uma equipe com uma defesa posicional muito forte e armas na transição, receita que trouxe resultados de medianos para bom na Copa do Mundo 2014, e na Copa da Ásia 2015. Mas era preciso mais. Aos poucos, Queiroz foi incrementando elementos táticos em sua equipe, que hoje sabe jogar contra defesas fechadas, aplicando uma marcação com linhas mais altas, e roubos em zonas adiantadas, além de atuar em plataformas táticas diferentes. Assim, quase passou de fase na Copa do Mundo 2018. Nesta Copa da Ásia 2019, o time jogou o necessário nas duas primeiras fases, para mostrar contra a China a sua melhor versão, lembrando o Irã de 2014/2015, vencendo os chineses por 3 a 0, e se classificando para as semifinais.
Poucos jogadores no futebol asiático hoje, possuem o nível de Sardar Azmoun. Com um ótimo físico, o atacante do Rubin Kazan usou a sua capacidade de pressionar e vencer duelos diretos, seja pelo alto, seja rompendo espaço, se destacando especialmente contra rivais de maior fragilidade física, como contra a China, nestas quartas-de-final. Ele foi fundamental para os dois gols inciais, que resolveram um duelo que estava equilibrado, com um gol e uma assistência. Especialmente após o primeiro gol iraniano, a China subiu linhas de marcação para pressionar, e deu espaços para os lançamentos longos, que eram vencidos por Azmoun, via de regra. Foi assim que ele rompeu espaço e ampliou.
No segundo tempo, o selecionado dirigido por Marcello Lippi teve mais posse de bola, mas não conseguiu controlar as ações. O Irã se defendeu bem, como já havia feito contra Omã nas oitavas-de-final, tirou os espaços, e buscou o contragolpe, marcando seu terceiro gol, já nos acréscimos, e se credenciando ainda mais ao título de Campeão Asiático do ciclo.
No outro jogo do dia, o Jpão teve problemas para superar o Vietnã, mas venceu por 1 a 0. Em um cenário muito possessivo, o time japonês não esteve à vontade contra a ótima defesa posicional vietnamita. As melhores atuações dos Samurais Azuis nessa Copa da Ásia foram quando o time teve menos posse, como contra a Árabia Saudita, nas oitavas-de-final.
O Vietnã se portou muito bem num 5-4-1 com blocos baixos. O contragolpe só não foi uma realidade, pois phuong não apareceu bem na frente. O selecionado japonês teve dificuldades para gerar jogo no terço final de campo, até que aos 57 minutos de jogo, Doan apareceu. O meia-atacante do Groening, é o mais talentoso jogador do elenco que representa o Japão nesta Copa da Ásia 2019, e sofreu e converteu a penalidade máxima do tento do triunfo. De defesas importantes, o goleiro Dang van Lam nada pode fazer na cobrança. Sem o contragolpe, o Vietnã sempre precisou se associar bem pelo meio para gerar jogo, e até criou situações de perigo, mais a dificuldade de seus jogadores nos gestos técnicos de finalização, custou o empate. Mesmo assim, o selecionado vietnamita sai de cabeça erguida desta Copa da Ásia igualando a melhor campanha de sua história no certame.
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