País-sede da Copa do Mundo 2022, o Catar é o campeão da Copa da Ásia 2019. O minúsculo país, de apenas dois milhões e meio de habitantes, alcança a sua maior façanha futebolística da história, em um título inédito. A conquista veio após uma vitória por 3 a 1 sobre o Japão, que pela primeira vez na história perdeu uma final de Copa da Ásia.
O Catar, venceu os seus sete jogos nessa Copa da Ásia, que pela primeira vez na história, contou com o recorde de 24 seleções. Mais do que isso, ao contrário de outros esportes onde vem obtendo sucesso, o Catar teve um elenco só de jogadores nativos, exceção feita ao lateral português Pedro. Contudo, a comissão técnica era de fora. O treinador catari foi o espanhol Félix Sánchez, que trouxe muito do jogo de seu país para o selecionado que treinou. Em 2014, ele havia sido campeão asiático sub-19 com o Catar.
A mão do treinador foi fundamental, em uma equipe muito tática. O Catar sabia movimentar seu sistema de jogo, de acordo com o rival. Contudo, fosse a proposta de jogo defensiva ou ofensiva, o time exibia uma tremenda capacidade de concentração nas tarefas, sendo a equipe de melhor conjunto do continente, superando até mesmo o Irã de Carlos Queiroz. Com o coletivo afiado, brilharam as individualidades. Almoez Ali, autor de nove gols no torneio, novo recorde absoluto da competição. Akram Afif, distribuiu dez assistências. Madibo, foi um pilar no meio campo. Al-Rawi, o melhor zagueiro árabe deste século.
Depois de usar o 4-1-4-1 contra os Emirados Árabes, o Catar voltou a usar o 5-3-2 contra o Japão. Regressava Hatem, e Khoukhi permaneceu no centro da zaga. Já Afif teve liberdade absoluta para atuar por trás de Almoez, por vezes fechando uma segunda linha de quatro pela esquerda. O Japão surpreendeu com a titularidade de Shiotani ao lado de Shibasaki no doble pivote, deixando de fora Endo, no mesmo 4-4-2. A intenção do selecionado nipônico era ter a posse de bola e somar jogadores no setor do esférico, algo que começou a cair por baixo quando o golaço de Almoez, aos 12 minutos, entrou nas redes. Arrematando o passe e Afif, ele quebrou o recorde de Ali Daei em 1996, e abriu o placar na final de Abu Dhabi.
Abdulaziz Hatem recebeu a bola aos 27 minutos em uma zona intermediária, e buscou avançar no espaço, para armar o seu potente chute de perna esquerda, como foi contra a Coréia do Sul, desta feita sem chances para Gonda. A vantagem deu ao Catar o controle absoluto do jogo. A bola não entrava entrelinhas, e Khoukhi e Al-Rawi foram brilhantes na zaga, anulando Minamino e Osako. Doan e Haraguchi não conseguiam jogar no setor de Madibo. O Japão acabou o primeiro sem arrematar ao gol, e precisou reagir na segunda etapa.
Com Khoukhi dando lugar à Salem Al-Hajri, após levar uma pancada na cabeça, e Al-Rawi virando zagueiro central, o Japão mandou Muto ao campo, um terceiro atacante, e melhorou a marcação pressão na frente, com os laterais avançando mais. Assim, somou roubos em zonas adiantadas, e o gol de Minamino, após tabela com Osako, foi consequência disso. Esse foi o único gol que o Catar sofreu em toda a Copa da Ásia. De resto, o Catar se defendeu bem, e o Japão só levou perigo com o jogo aéreo ofensivo de Yoshida. O time árabe somou boas transições, e após uma delas, Yoshida bateu a mão na bola em arremate de Hassan, cometendo pênalti. Afif converteu, e deixou o Catar comemorando o seu primeiro título asiático da história.
Se a Copa das Confederações for realizada em 2021 no Catar, os dois países vão estar presentes. Mas a tendência, é que a competição não ocorra, ao menos no Catar. No meio do ano, ela não poderia ser realizada por conta do clima, e em Dezembro, ficaria no meio da temporada europeia, atrapalhando o calendário internacional por dois anos seguidos, já que em 2022, temos Copa do Mundo lá. O certo, é que Japão e Catar, vão estar na Copa América 2019, a ser disputada no Brasil, como convidados.
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