O primeiro grande título da Seleção da França foi conquistado em casa, assim como o seria em sua primeira Copa do Mundo, 14 anos depois. A França recebeu a fase final da Euro 1984, e com a mesma base que foi semifinalista das Copas do Mundo de 1982 e 1986, se sagrou campeã europeia, batendo na final a Espanha. Foi a consagração da geração de Platini, num torneio que foi todo dele. A final, não foi a mais brilhante atuação do time, mas trouxe uma vitória tranquila por 2 a 0.
A França de 1984, em muitos elementos lembrava a de 1998-2000, e outras posteriores. Era um time que tocava a bola desde trás sem pressa, até encontrar Platini entrelinhas, para o mesmo se associar com Fernandez, Giresse e Tigana, e buscar a ruptura de um dos atacantes. Outra opção era buscar o lançamento longo, do campo de defesa para frente, para buscar um dos atacantes, Bellone ou Lacombe, atacando o espaço. Ao contrário da Copa do Mundo de 1982, Platini não foi falso ponta-direita, e sim atuou pelo centro do campo.
A Espanha era uma equipe com qualidade mediana se comparada aos seus demais times finalistas de Eurocopa, e com poucos argumentos fora as bolas paradas, pouco perigo levou ao gol francês durante toda a final da Euro 1984. O time espanhol em muito se beneficiou das várias ausências do torneio, que só contava com oito equipes nessa fase final. A Inglaterra, a campeã mundial Itália, e Holanda e URSS, futuros finalistas em 1988, não conseguiram chegar à França, após as fracas campanhas na fase de classificação. Liderado por Santillana, Gordillo e Francisco Carrasco, a Espanha havia se classificado na primeira posição do Grupo B, depois de empates em 1 a 1 contra a Romênia e Portugal, e um grande triunfo contra a vice-campeã mundial Alemanha, no Parc des Princes, por 1 a 0, com gol de Maceda no minuto final. Nas semifinais, a Espanha enfrentou a Dinamarca no Stade Garland, em Lyon. Os dinamarqueses haviam tirado a Inglaterra da Euro, e contavam com o craque Preben Elkjaer, só caindo diante dos espanhóis nas penalidades.
Já a França, encantou com seu jogo possessivo durante todo o torneio. Na fase de grupos, venceu a Dinamarca por 1 a 0, a Bélgica por 5 a 0, e a Iugoslávia por 3 a 2, antes de eliminar Portugal nas semifinais, com uma vitória por 3 a 2 sobre Portugal, na prorrogação. Ao todo, Platini marcou oito gols nesses quatro jogos.
A final não correspondeu às expectativas geradas, como é frequente em grandes torneios, com ambos os times criando poucas chances. O placar só foi aberto aos 56 minutos, após um terrível erro do goleiro espanhol Luis Arconda, que não conseguiu defender uma cobrança de falta de Platini. Essa Espanha ainda em muito se baseava no jogo dos times bascos, que se baseava mais no estilo inglês de jogar futebol. Mesmo após a expulsão de Yvon Le Roux, a França controlou bem o jogo, e finalmente garantiu a vitória, quando Bruno Bellone fez o 2 a 0 nos minutos finais. A França se mostrou merecedora da conquista, e Platini terminou a Euro como artilheiro, com impressionantes nove gols.