Grandes Times: o Málaga de 2011-2013


No ano de 2010, o Málaga foi comprado pelo xeque Abdullah Al Thani. Beirando a zona de rebaixamento em La Liga, o clube andaluz fez uma janela de Janeiro em 2011, recheada de reforços, escapou da degola, e terminou na 4º colocação da tabela do returno de La Liga 2010-2011. Depois, contratando nomes de peso, como Ruud van Nistelrooy, Santi Cazorla, Jérémy Toulalan, e Martín Demichelis, aliados à jogadores como Isco, Joaquín e o goleiro argentino Willy Caballero, sob a batuta de Manuel Pellegrini, o Málaga montou um grande time, capaz de fazer uma grande Champions League, e bater de ser a terceira força da Espanha, numa época onde Real Madrid e Barcelona eram os melhores times do planeta.

O começo da formação do grande time do Málaga, se deu com a chegada do treinador português Jesualdo Ferreira, ex-Porto. Ele havia conquistado três títulos nacionais com os Dragões, e com reforços como o centroavante venezuelano Salomón Rondón, o lateral português Eliseu, o atacante uruguaio Sebastián Fernández, e o goleiro brasileiro Galatto, ele começou a formação de uma base, mas sem resultados de campo, acabou demitido em novembro de 2010. Para o seu lugar, veio Manuel Pellegrini, que já era um técnico famoso, após fazer boas campanhas em clubes como San Lorenzo, River Plate, Villarreal e Real Madrid. Como dito, nessa janela de transferências do inverno de 2011, chegaram em La Rosaleda, nomes como Martín Demichelis, Júlio Baptista, Ignacio Camacho e Willy Caballero. O resultado foi uma campanha histórica, que colocou o Málaga no G-4 do returno, e na na 11ª colocação geral de La Liga.

Para a temporada 2011-2012, mais reforços chegaram. Vieram Cazorla, Toulalan, Nacho Monreal, Joaquín, van Nistelrooy, custando quase 60 milhões de euros no total. Pellegrini montou um time com a sua cara, capaz de jogar em cenários onde tinha a posse, e em cenários sem a bola, e terminou La Liga na quarta colocação geral, garantindo o Málaga na Liga dos Campeões pela primeira vez na história. 

Para a temporada 2012-2013, apesar da classificação para a Champions League, os reforços não chegaram, e o time vendeu Cazorla para o Arsenal. Isto resultou em uma debandada geral, com Rondón e Nacho Monreal também saindo, e de destaque, apenas os veteranos Diego Lugano, Javier Saviola e Roque Santa Cruz chegando. Mesmo assim, o albiceleste passou pelos gregos do Panathinaikos nos playoffs da Champions League, eme um grupo com Milan, Zenit e Anderlecht, não teve muitos problemas para se classificar em primeiro lugar.

Nas oitavas-de-final, o Málaga encarou o Porto, campeão da Liga Europa 2011-2012, que mesmo sem Hulk e Falcao García, contava com James Rodríguez, João Moutinho, Otamendi, Lucho González, Alex Sandro e Danilo. O Málaga perdeu na cidade do Porto por 1 a 0, gol de João Moutinho, mas na volta, Isco e Santa Cruz marcaram na vitória por 2 a 0, que assegurou a vaga nas quartas-de-final.

O adversário do Málaga nas quartas-de-final da Champions League 2012-2013 foi o Borussia Dortmund, do técnico Jürgen Klopp, e de jogadores como Mario Götze, Marco Reus, Robert Lewandowski, Mats Hummels, e Ilkay Gündogan. Na ida, em La Rosaleda, seis defesas difíceis de Willy Caballero asseguraram um placar zerado, que deixaria tudo para a volta. Caballero foi o melhor goleiro daquela temporada europeia, e chegou a ficar quase 500 minutos sem sofrer gols na temporada anterior. A ótima organização defensiva do Málaga em defesa posicional, característica dos times de Pellegrini, ajudava nisto, logicamente.

No jogo de volta, em uma escapada rápida, Joaquín abriu o placar para os espanhóis. Contudo, Lewandowski conseguiu vencer Caballero, e empatou. No segundo tempo, Eliseu voltou a colocar o Málaga em vantagem, que era segurada por várias defesas de Willy Caballero. Contudo, no finalzinho do jogo, gols de Reus e Felipe Santana, já no abafa, deram a virada ao Borussia Dortmund, matando o sonho de Málaga, de ser semifinalista da Champions.

A eliminação foi o que faltava para o projeto do Málaga desmoronar. Pellegrini, Caballero e Demichelis foram depois para o Manchester City, Isco para o Real Madrid. O Málaga nunca mais voltou a montar um time tão forte e jogar a Champions League, como também não havia feito antes.