Até o começo dos anos 2000, a Espanha tinha a fama de ser a seleção do quase. Mas isto, aos poucos, mudou. Ainda em 2008, após um gol de Fernando Torres na final contra a Alemanha, o selecionado espanhol seria campeão da Europa, título que iria repetir em 2012. Entre as duas conquistas continentais, veio a taça da Copa do Mundo de 2010, que foi disputada na África do Sul.
A Espanha muito se valeu de elementos do jogo de posição, característico do Barcelona de Guardiola, embora muitas vezes o tenha feito na intenção de mascarar problemas defensivos e de transição, e não tenha de fato feito um jogo de posição completo. A base do time, aliada à uma maturidade e mentalidade vencedoras, conduziram o selecionado ibérico à uma ótima campanha. Após a derrota por 1 a 0 para a Suíça, a desconfiança pode ter pairado sobre o ar, mas já após os triunfos sobre Honduras e Chile, ela foi acabando.
Com placares mínimos, a Espanha foi indo até a final onde derrotou a Holanda por 1 a 0, na prorrogação, com um gol de Injeta, assegurando seu primeiro título mundial. O mago espanhol, por sinal, liderava tecnicamente esta seleção, embora tenha atuado durante a maior parte da Copa pelo lado do campo, mas afundava para o miolo. Xavi Hernandez e Xabi Alonso eram na prática os dois interiorea, com Busquets pivote, Pedro pela outra extrema, e o artilheiro David Villa na referência. Fernando Torres, após sofrer uma grave lesão, acabou perdendo espaço no decorrer da Copa. Por vezes, Xabi e Busquets formavam um doble-pivote.
O sistema defensivo espanhol tinha o grande Iker Casillas no gol, Sergio Ramos atuando então como lateral pela direita, Puyol (autor do solitário gol na vitória contra a Alemanha nas semifinais) e Piqué na Zaga, e Capdevila como lateral-esquerdo. Haviam outras peças importantes na reserva, além do próprio Torres, como Valdés, Javi Martinez e David Silva. Marcos Sena, destaque na Euro havia perdido espaço, em uma equipe que muitas vezes fez uso da posse de bola para esconder problemas estruturais, mas foi como um todo a melhor seleção daquele ciclo e de toda a Copa do mundo, merecendo ficar com a taça, para quebrar o jejum espanhol.
Time-base: Iker Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevila; Busquets; Iniesta, Xabi Alonso, Xavi e Pedro; David Villa.Técnico: Vicente del Bosque.
Time-base: Iker Casillas; Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevila; Busquets; Iniesta, Xabi Alonso, Xavi e Pedro; David Villa.Técnico: Vicente del Bosque.