Cristiano Ronaldo, aos 33 anos, trocou o Real Madrid pela Juventus, e ao invés de perder nível, parece ter ganhado novo fôlego na carreira. Sua adaptação ao futebol italiano foi totalmente natural, e ele se encaixou perfeitamente no plano de jogo do técnico Massimiliano Allegri. Nesta Terça-feira, ele foi peça fundamental para a Juve eliminar o Atlético de Madrid da Champions League, marcando um hat-trick que decretou a vitória bianconera por 3 a 0, que foi suficiente para o avanço às quartas-de-final, mesmo após a derrota por 2 a 0 no Wanda Metropolitano, em Madri. O astro português brilha mesmo longe do Real Madrid, e de Sergio Ramos, Kroos, Benzema, Modric e Marcelo, todos eliminados da UCL pelo Ajax. Ronaldo é um produto próprio, que mais potencializa a sua equipe, do que até mesmo é potencializado.
O hat-trick de Cristiano Ronaldo no Allianz Stadium tombou um Atlético de Madrid que apostou no que de melhor há neste ciclo de Diego Simeone, uma forte defesa zonal com linhas baixas, sustentando a última linha de quatro, e buscando defender a área e arredores. O grande problema, é que este Atlético vem desde 2014 observando jogadores perderem nível, e a reposição em termos de quantidade com qualidade, para o setor defensivo, não se deu no mesmo nível, fazendo o clube perder hierarquia. Além disso, sem Diego Costa, lesionado, o Atléti não teve o movimento do pivô na frente, para lhe dar a pausa e a colocação no campo rival com bola,
O técnico da Juventus, Massimiliano Allegri, escalou Federico Bernardeschi no seu XI titular, e colocou Paulo Dybala no banco, em um movimento ousado. Spinazzola e João Cancelo foram os laterais, como era de se prever, com Emre Can recuando como um zagueiro pela direita, para o avanço dos dois laterais como alas. Com isso, Berrdeschi fez boas parcerias com Cancelo pelo setor direito, assim como Matuidi com Spinazzola pelo lado canhoto. Cristiano Ronaldo partir deste lado, mas fechava na área, buscando aproveitar espaços entre os zagueiros e os laterais colchoneros. Com Arias na lateral-direita, e Juanfran improvisado no lugar do lesionado Filipe Luís no setor esquerdo, ele encontrou boas brechas, e foi num lance encima de Juanfran, amparando cruzamento de Spinazzola, que ele abriu o placar para a Juve, ainda no primeiro tempo.
Bernardeschi deu um banho em lances individuais em Lemar e Juanfran, que nem com o auxílio de Godín e Saúl conseguiam o conter, bem sustentado por Cancelo e Can. Foi ele quem cruzou pela direita, para Cristiano Ronaldo ampliar, novamente de cabeça. Este segundo gol deu tranquilidade à Juventus, que controlava um Atlético que não conseguia ativar Morata atacando o espaço, graças à uma noite ruim de Antonie Griezmann, errando demais em tomadas de decisão ao conduzir transições. Simeone, vendo seu time superado, colocou Correa no lugar de Lemar, e subiu um pouco suas linhas de marcação, mas não muito. Já Allegri colocou Dybala no lugar de Spinazzola, fazendo com que a Juventus modificasse a sua estrutura para um 4-4-2, ainda mais claro com a entrada de Kean no lugar de Mandzukic. O Atlético, após essa troca, trocou Vitolo por Arias. Na reta final da partida, em jogada de Bernadeschi, o árbitro Bjorn Kuipers assinalou pênalti, cobrado e convertido por Cristiano Ronaldo, para colocar a Juventus nas quartas-de-final da UEFA Champions League 2018-2019.