Ajax 1x1 Juventus: uma final de Champions inesquecível


Os primeiros anos após o surgimento da Liga dos Campeões, tiveram um período de bom domínio de Juventus e Ajax. Os holandeses, foram campeões da competição na temporada 1994-1995, e em 1995-1996, voltaram a decidir o torneio, chegando na final disputada em Roma, contra a Juventus, que atuava em seu país, na luta pelo seu segundo título europeu na história. Este Ajax era treinado por Louis van Gaal, e tinha ênfase em um sistema rigoroso, tornando o time extremamente efetivo, mas menos encantador do que os seus antepassados, praticantes do Total Football.


Sob às ordens de van Gaal, o Ajax teve grande sucesso, e lutava para ser bicampeão europeu consecutivo, chegando ao quinto título alternado. A Juventus, era treinada por Marcello Lippi, e começava uma era extremamente vencedora. Logo na sua primeira temporada, Lippi conduziu os Bianconeri ao primeiro Scudetto, após um pequeno jejum de oito anos. Em 1996, já no final de sua segunda temporada no comando, sua equipe chegava na final da Liga dos Campeões. Medidas haviam sido tomadas no Stadio delle Alpi, com o objetivo de reestruturar o time. Roberto Baggio, havia deixado a casa, e Alessandro Del Piero assumiu a camisa 10.

Como nos tempos de Rinus Michels e de Stefan Kovacs, o Ajax de van Gaal jogava em um 4-3-3, mas agora, com um jogo de posição. Dentro do sistema de van Gaal, os jogadores tinham que ocupar posições delimitadas, e cumprir papéis específicos.Um dos zagueiros avançava para o meio campo, formando um losango, e alterando o sistema para um 3-4-3. Os pontas, entretanto, deveriam manter suas posições de lado, enquanto os meio-campistas atrás deles não se sobrepunham, para não deixar a defesa exposta.

Reconhecendo estes movimentos, a Juventus de Lippi montou um plano de jogo construído com pressões intensas em todas as áreas do campo no portador da bola, forçando o erro em zonas perto do gol. A Juve também jogou num 4-3-3, porém, não buscava a posse, e foi mais reativa, segundo palavras do próprio van Gaal.

Lippi posicionou, à direita do meio-campo, Antonio Conte, enquanto à esquerda, jogou o francês Didier Deschamps. No ataque, Fabrizio Ravanelli e Del Piero jogavam pelos lados.
Logo aos 13 minutos de jogo, a pressão da Juventus na saída de bola deu certo, com Ravanelli roubando de Frank de Borges, para tirar de Edwin van der Sar, e mandar a bola para a rede vazia, mesmo com um ângulo ruim. Alguns minutos depois, o finlandês Jari Litmanen conseguiu ativar Finidi George, que cruzou para Kiki Musampa assustar Angelo Peruzzi. De resto, o Ajax não conseguiu controlar a partida. Mesmo assim, empatou, com Peruzzi largando um rebote nos pés de Litmanen, que igualou o marcador aos 41 minutos de jogo.

No final do segundo tempo, o atacante da Juve, Gianluca Vialli, quase marcou mais um gol para a Juventus, mas perdeu a oportunidade, mesmo com o gol vazio. Contudo, nas penalidades máximas, a Juventus não deu chances ao Ajax, venceu a disputa, e manteve a orelhuda na Itália.