Ajax e Juventus fizeram nesta Terça-feira o jogo de volta das quartas-de-final da Champions League 2018-2019. Na ida, as equipes haviam empatado em 1 a 1, na Holanda, e neste jogo de volta, os Godzens encararam a Senhora da Itália nos olhos, em pleno Allianz Stadiun. Marcando a Juve por encaixes, e sendo marcada igualmente pelo rival, numa estratégia adaptativa de Allegri, o time acumulou roubos em zonas adiantadas, ataques possessivos coordenados por de Jong na base da jogada e Tadic no epicentro de ataque, e dominou completamente as ações e o jogo. O gol de Cristiano Ronaldo para abrir o placar saiu após um escanteio, mas ainda no primeiro tempo, van de Beek empatou, e também após um escanteio, mas na segunda etapa, o garoto de Light decretou o 2 a 1 para o time visitante, que após 22 anos volta a ser semifinalista de uma Champions.
O Ajax é um dos clubes com conceitos de futebol, mais bem estabelecidos em nível mundial, com uma capacidade constante de formar e aproveitar jogadores criados na base, ou muito jovens chegados aos Godzens. A base do Ajax é funcional, pois está adaptada à uma consolidada filosofia de jogo do clube, e produz jogadores com características para serem aproveitados no time principal. Isso explica a enorme quantidade de jogadores formados no clube que atuam no plantel principal. Erik Ten Hag é um treinador que sabe a filosofia da equipe, e se adaptou à ela, potencializando peças como De Jong, Tadic, De Ligt ou David Neres que deverão, num futuro próximo, chegar a clubes de maior poder financeiro no cenário europeu.
Na Holanda, o conceito de futebol ofensivo, é praticado por praticamente todas as equipes, e a plataforma tática usada por 90% das equipes, é o 4-3-3 em fase ofensiva, e o 4-1-4-1 em fase defensiva, com poucas variações para um eventual 4-2-3-1. O Ajax não conquista um título há cinco anos, pois não levanta uma taça desde a conquista da Eredivisie 2013-2014. Mas mesmo com a seca, a ideia de jogo, a filosofia do clube, se manteve. O jejum deve ser quebrado nesta Eredivisie, e a campanha nesta Champions League já é histórica. Algumas peças devem ser negociadas ao final da temporada, mas a filosofia irá se manter. E é essa ideia, que explica o fato de o Ajax ter eliminado a poderosa Juventus, praticamente octacampeã italiana, e com o hype de ter pago 100 milhões de euros ao Real Madrid para contratar Cristiano Ronaldo, o jogador mais decisivo em mata-matas de Champions League na história da competição.
É impossível não destacar o conto de fadas europeu do Ajax, capaz de eliminar a Juventus e o Real Madrid. O time de Erik Ten Hag já é a sensação da Champions League, mas pode e quer ir mais longe, e não dará facilidades ao rival inglês nas semifinais, e nem em uma eventual final, baixará sua guarda, ou mesmo se ímpeto.