Na metade dos anos 80, o Steaua Bucareste surpreendeu a Europa, batendo o Barcelona em Sevilha, e conquistando a Copa dos Campeões de 1986. No começo dos 90, o futebol romeno mais uma vez fez história, ao alcançar, na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, um inesquecível sexto lugar. O time era muito organizado, e parecia preparado parar fazer história.

A Romênia jogou a Copa do Mundo de 1994 num 3-4-2-1, muito bem armado pelo técnico Anghel Iordanescu. A aposta era em uma defesa forte, pronta para ativar o trio de frente, que tinha Hagi, Raducioiu e Dumitrescu. Jogando assim, a Romênia chegou às quartas-de-final da Copa, caindo nos pênaltis diante da Suécia, ficando no sexto lugar do campeonato.

A Romênia, já sob o comando do técnico Anghel Iordanescu, participou bem da Copa do Mundo de 1990, com nomes como Lupescu, Gheorghe Popescu, Raducioiu, Hagi e Dumitrescu se destacando. A base foi mantida, e não teve muitos problemas para se classificar ao Mundial de 1994. Nas Eliminatórias, a Romênia goleou duas vezes as Ilhas Faroé, por 7 a 0 e 4 a 0, bateu Gales por 5 a 1 e 2 a 1, e o Chipre por 4 a 1 e 2 a 1. Contra a Bélgica, venceu por 2 a 1 um jogo, e perdeu por 1 a 0 outro, enquanto contra a Tchecoslováquia, teve um empate em 1 a 1 e uma derrota por 5 a 2. Terminou assim na primeira colocação do seu grupo, na frente da temida seleção belga.

A Romênia caiu na Copa no grupo A, ao lado dos anfitriões Estados Unidos, da Suíça, e da Colômbia. A estreia foi no estádio Rose Bowl, em Pasadena, contra a Colômbia, de Valderrama, Rincón e Asprilla. O jogo dava a pinta de que teria uma Colômbia no 4-2-2-2, buscando a posse. E foi isto que ocorreu. Mas logo no começo do jogo, em um veloz contra-ataque, Hagi roubou, conduziu e serviu Raducioiu, que abriu o placar. Pouco depois, Hagi percebeu que o goleiro colombiano Córdoba jogava adiantado, e tentou o encobrir duas vezes. Na primeira, não deu certo, mas na segunda, ampliou. A Colômbia chegou a descontar na reta final do primeiro tempo, com um gol de Valência. Contudo, Raducioiu aproveitou uma saída errada do goleiro Córdoba, e fez o 3 a 1. O sólido sistema defensivo Romeno suportou bem as investidas do selecionado Sul-americano, e assegurou o triunfo.

O segundo jogo do selecionado romeno na Copa, foi contra a Suíça, em Pontiac. A Suíça jogou em um 4-4-2, e buscou pressionar a saída de bola da Romênia, até marcar o primeiro gol, e abrir o placar. Após, recuou as suas linhas, e matou o jogo em contra-ataques. A Romênia mais uma vez atuou no 3-4-2-1, buscando encontrar Hagi entrelinhas, mas sentiu o cansaço. O goleiro Bogdan Stelea ali perdeu espaço, e a vaga de titular para Florin Prunea, que também não transmitia confiança. No terceiro jogo, a Romênia encarou os Estados Unidos, no Rose Bowl, e venceu por 1 a 0, com um gol do lateral-direito Petrescu.

Classificada para as oitavas-de-final, a Romênia encarou a Argentina, novamente no Rose Bowl. O time de Ruggeri, Sensini, Redondo, Simeone, Basualdo, Ortega, Balbo e Batistuta. Contudo, logo no início do jogo, Dumitrescu cobrou uma falta com categoria, sem chances de defesa para o goleiro Islas, para abrir o placar. Mas, a Argentina empatou cobrando pênalti com Batistuta, logo depois. Ainda no primeiro tempo, Dumitrescu agiu rápido com Hagi pela direita, e voltou a colocar os romenos na frente do marcador. No segundo tempo, a Romênia recuou as suas linhas, e esperou a hora certa de transitar. Hagi e Dumitrescu tabelaram em outro contragolpe, e o primeiro ampliou. Balbo chegou a descontar, mas nada que tirasse a vitória dos romenos.

Nas quartas-de-final, a Romênia encarou a Suécia, de Dahlin e Brolin, que abriu o placar para os suecos no primeiro tempo. Contudo, a Romênia empatou com Raducioiu, e levou o jogo para a prorrogação. O time do técnico Anghel Iordanescu chegou a virar no tempo extra, com mais um gol de Raducioiu, mas viu a Suécia, perto do fim, empatar com Kennet Anderson. Nas penalidades, o goleiro sueco Ravelli defendeu as cobranças de Petrescu e Belodeci, levando a Suécia às semifinais, onde o selecionado sueco cairia diante do Brasil, futuro campeão daquela Copa. Terminava ali o sonho romeno, e ficavam apenas as lembranças de um time histórico.



Time-base: Florin Prunea (Bogdan Stelea); Dan Petrescu, Daniel Prodan, Tibor Selymes, Gheorghe Mihali e Miodrag Belodedici; Ioan Lupescu, Gheorghe Popescu e Dorinel Munteanu; Gheorghe Hagi e Ilie Dumitrescu (Florin Raducioiu). Técnico: Anghel Iordanescu.